Mario Andretti: "o que eu teria feito diferente"

Mario Andretti Ferrari F1
Na noite da centésima edição das 500 Milhas de Indianápolis, a revista Car And Driver entrevistou Mario Andretti, de 71 anos, o único da família Andretti a vencer uma das provas mais famosas do mundo, para saber mais sobre seus sucessos e fracassos na lendária Indianapolis Motor Speedway.

O senhor tem uma vitória na Indianapolis 500 em 1969, pilotando pela Andy Granatelli. O senhor disputou esta prova 29 vezes, chegando ao fim em nove oportunidades. Seu filho Michael correu 16 vezes e seu melhor resultado foi um segundo lugar. Seu neto Marco chegou em segundo lugar na sua estreia, em 2006. Juntando todas as largadas da família Andretti, contando as de John e Jeff, chegamos a 64 corridas, mas apenas uma vitória. Então, donde surgiu o termo "Maldição Andretti" (Andretti Curse)? Isto é real?

Bem, o termo "Maldição Andretti" não veio de nós. Imagino que meu amigo Tom Carnegie o inventou. Obviamente, há alguns desapontamentos da minha parte e da parte de Michael, pois dominávamos as provas, mas não as vencíamos. A única que ganhei foi a mais improvável de todas as que disputei, mesmo para mim. No entanto, se olhar para trás e rever todas as minhas participações na Indy 500, estou muito orgulhoso e feliz com o sucesso que eu tive na história da prova.

Sua última aparição foi espetacular, em abril de 2003, um acidente, quando estavas testando um carro, atingindo detritos que estavam na pista, e perdendo o controle do veículo.

Este é um exemplo de como eu penso que estava totalmente abençoado, pois as quatro rodas saíram do chão. Acho que tenho 160 mil quilômetros percorridos no Indianapolis Motor Speedway, se contar as corridas e os testes, e, para ser capaz de ir embora sem grandes incidentes, considero que sair bem desse acidente foi uma benção, não uma maldição.

Falando de Tom Carnegie, que faleceu em Fevereiro, aos 91 anos, a "Voice Of The Speedway" desde 1946: a Indy 500 não seria a mesma sem ele e suas frases "He’s on it!", "It’s a new track record!" e "Mario is slowing!"...

Ele era um ícone. Uma voz indefectível que nunca será substituída.

Em 2012, haverá um novo chassis para a IndyCar Series, com algumas variações permitidas nas carrocerias, e, pelo menos, três fabricantes de motores. Um sinal de esperança?

Há muito otimismo. Você vê as novas regras, os novos carros, continuará tendo apenas um fornecedor de chassis, mas também uma oportunidade de modificá-lo, o que poderá produzir alguma diversidade entre os veículos. Estamos começando a nos distanciar dessa coisa de carros totalmente iguais que eu desprezo.

Há espaço nos Estados Unidos para outro grande campeonato, como a Fórmula 1?

Eu tenho um forte sentimento de que a base de fãs da Fórmula 1 nos Estados Unidos é subestimada. Imagino que os Estados Unidos precisam da Fórmula 1, e a Fórmula 1 precisa dos Estados Unidos.

Nenhum piloto americano teve uma vitória na Fórmula 1 desde que o senhor teve sua última, em 1978, quando também conquistou o campeonato. Achas que ainda precisamos de pilotos americanos por lá?

Os Estados Unidos precisam ser representados mundo afora. O único campeonato que realmente atrairia interesse aqui é a Fórmula 1, não vamos nos iludir.

Algum piloto promissor em mente?

Marco! O único que eu acredito.

Como vão as coisas na Andretti Autosport, equipe de Michael? Nem Marco nem Danica Patrick foram bem em 2010.

Acredito que algumas "lições de casa" que eles tiveram no inverno trarão resultados. Acho que Marco terá sua melhor chance devido à forma como Michael reuniu sua equipe de engenharia. E Michael estará no rádio com ele durante as provas, e que uma época longa virá. No ano passado, com Marco, perderam quatro corridas apenas fazendo coisas estúpidas, o que foi frustrante de ver.

Difícil de imaginar o que o senhor teria feito diferente, mas...

Há duas decisões que eu gostaria de mudar. Depois de conquistar o título de pilotos pela Lotus, por exemplo, tive a chance de pilotar um Alfa Romeo ou um McLaren, e acabei escolhendo a segunda opção. Fora isso, eu teria minimizado os erros que cometi. Na verdade, veja a minha carreira, e é algo que as pessoas sonham. E para evitar maior constrangimento: tive alguns momentos ao longo do caminho, mas ser capaz de se aposentar com meus próprios termos, depois de ter competido durante décadas, quando as condições de segurança eram mais precárias do que hoje, estou com sorte, ou o que isso significa?

O texto original pode ser conferido clicando aqui.

Ron Dennis: "o que eu teria feito diferente"
Ben Collins: "o que eu teria feito diferente"
Mario Andretti: "o que eu teria feito diferente"
Ari Vatanen: "o que eu teria feito diferente"
Jackie Stewart: "o que eu teria feito diferente"
Richard Hammond: "o que eu teria feito diferente"
Danica Patrick: "o que eu teria feito diferente"
Jim Hall: "o que eu teria feito diferente"
Hans-Joachim Stuck: "o que eu teria feito diferente"
Stirling Moss: "o que eu teria feito diferente"
Peter Brock: "o que eu teria feito diferente"
Don Panoz: "o que eu teria feito diferente"
Roger Penske: "o que eu teria feito diferente"
Adrian Reynard: "o que eu teria feito diferente"
Ron Howard: "o que eu teria feito diferente"
James Glickenhaus: "o que eu teria feito diferente"
Nick Mason: "o que eu teria feito diferente"
A. J. Foyt: "o que eu teria feito diferente"
Walter Röhrl: "o que eu teria feito diferente"
Kyle Petty: "o que eu teria feito diferente"
Giampaolo Dallara: "o que eu teria feito diferente"
Matt LeBlanc: "o que eu teria feito diferente"
Hermann Tilke: "o que eu teria feito diferente"

Postar um comentário