Hans-Joachim Stuck: "o que eu teria feito diferente"

Hans-Joachim StuckA revista americana Car And Driver entrevistou o piloto alemão, ex-Fórmula 1 e duas vezes vencedor das 24 Horas de Le Mans.

Que carros o senhor tem na garagem?

Um VW Touareg diesel, um VW Tiguan diesel e um Škoda Yeti.

Há dois anos, o senhor bateu um Audi R8 e se machucou na cabeça em Nürburgring. Recuperou-se totalmente?

Estava tudo melhor até o acidente. Fiquei dez dias no hospital. Foi quando tomei a decisão de abandonar o automobilismo depois de participar de uma 24 Horas de Nürburgring com meus filhos Ferdinand e Johannes, onde comecei minha carreira, em 1969. Pilotamos um Lamborghini Gallardo LP600 GT3. Foi fantástico!

Se fosse oferecida ao senhor uma oportunidade a mais, em Le Mans, por exemplo, aceitaria?

Não. Quando você encerra sua carreira, depois de 43 anos, conquistando quase tudo que sonhou, está "autorizado" a parar. Sobrevivi àquela era "assassina" da Fórmula 1, de 1974 a 1980, quando sexo era seguro e correr era perigoso. Fui aos funerais de muitos amigos.

Quem mais o influenciou?

Em primeiro lugar, Hans, meu pai. Depois, Ronnie Peterson, que me ensinou a extrair o máximo de um carro novo antes de começar a aprender a manuseá-lo.

Quem foi seu companheiro de equipe favorito?

Fácil! Derek Bell.

Qual seu carro de corrida favorito?

Pela sua combinação de força, downforce e grip, o Porsche 962.

Quantas voltas completou no ’Ring?

Nossa! Completei a primeira quando tinha nove anos, em um BMW 700, com meu pai, que era instrutor. O carro era pequeno e tinha motor de motocicleta, que gerava 45 CV! Agora, se contar todas com escolas de pilotagem, as realizadas de forma recreativa, endurances e testes, acho que dá umas 12 mil voltas.

Agora, o senhor trabalha para a Volkswagen?

Não é trabalho, é diversão. Sou representante automobilístico para todo o grupo: Audi, Porsche, Lamborghini... muitas viagens!

A Volkswagen considerava ingressar na NASCAR?

Ainda em 2007, estavam considerando seriamente isso, sim, mas agora, noas Estados Unidos, eles têm outras coisas a fazer. Neste momento, o que importa agora é participar do WRC com o Polo. E, claro, em 2014, a Porsche está indo à Le Mans.

Pode Sebastian Vettel se tornar o maior piloto de Fórmula 1 de todos os tempos?

Penso que não. Não há mais espaço para maior desenvolvimento nos carros, para que um piloto possa ter uma real vantagem em relação à performance.

O senhor gosta de cães?

São minha vida. Gasto meu tempo com eles. Tenho um Rottweiler chamado Jessie Boy. Ele foi acorrentado ao longo da Alaska Highway, então eu o enviei à Europa.

Onde o senhor mora agora?

Em Ellmau, Áustria, a cinco minutos de Kitzbuhel.

O senhor passou a vida inteira ouvindo os americanos errarem seu nome.

Não me importa. Podem me chamar de "Stuck". Meu lema se tornou "Stick with Stuck".

Ainda pratica canto tirolês?

Sim, todo dia. Fiz uma música com dois amigos, e gravamos um CD. Vá ao YouTube e digite "Betreute Popstars".

É verdade que, algumas vezes, Ferdinand Piëch se apavorou com a sua sinceridade?

Vou dizer a você, ele é uma pessoa da qual tenho o maior respeito. Sou próximo a ele. Ele é um visionário. Mas, de alguma forma, você está certo. Se ele perguntar a você alguma coisa e você não souber responder, diga "eu não sei a resposta, Herr Piëch." Caso contrário, você terá problemas.

O senhor é famoso por suas piadas? Alguma favorita?

Em 1975, estava pilotando uma BMW oficial de fábrica, quando meu companheiro de equipe era Dieter Quester, que sempre queria ver os seios de minha namorada, Mookie. Em Laguna Seca, na terceira volta, Dieter saiu da curva, e eu arranquei a camiseta da Mookie. Dieter conseguiu ver os seios dela, mas ficou tão excitado que esqueceu o que estava fazendo e bateu no muro.

Nos anos 1990, Dieter e eu alugamos uma casa de campo em Sebring. Um dia, eu roubei suas sapatilhas de competição, e ele ficou muito bravo. Eu sabia que ele iria devolver na mesma moeda. Naquela época, eu usava um xampu recomendado por prescrição médica. Depois da corrida, Dieter me chamou e perguntou: "como está seu cabelo ultimamente?" Eu questionei: "porque a pergunta?" Eis que ele responde: "bem, durante a semana toda em que estivemos na casa de campo, eu urinei dentro do pote do seu xampu."


Há alguma coisa que o senhor teria feito diferente?

Lamentações? Eu lamento que tenho 61 anos! Eu gostaria de ter corrido em Bathurst, Austrália, no campeonato de turismo de lá. No entanto, tive bons e maus momentos, amáveis esposas e dois grandes filhos. Ainda tenho minha mãe, que tem 91 anos. Sou o homem mais feliz do mundo.

O texto original pode ser conferido clicando aqui.

Ron Dennis: "o que eu teria feito diferente"
Ben Collins: "o que eu teria feito diferente"
Mario Andretti: "o que eu teria feito diferente"
Ari Vatanen: "o que eu teria feito diferente"
Jackie Stewart: "o que eu teria feito diferente"
Richard Hammond: "o que eu teria feito diferente"
Danica Patrick: "o que eu teria feito diferente"
Jim Hall: "o que eu teria feito diferente"
Hans-Joachim Stuck: "o que eu teria feito diferente"
Stirling Moss: "o que eu teria feito diferente"
Peter Brock: "o que eu teria feito diferente"
Don Panoz: "o que eu teria feito diferente"
Roger Penske: "o que eu teria feito diferente"
Adrian Reynard: "o que eu teria feito diferente"
Ron Howard: "o que eu teria feito diferente"
James Glickenhaus: "o que eu teria feito diferente"
Nick Mason: "o que eu teria feito diferente"
A. J. Foyt: "o que eu teria feito diferente"
Walter Röhrl: "o que eu teria feito diferente"
Kyle Petty: "o que eu teria feito diferente"
Giampaolo Dallara: "o que eu teria feito diferente"
Matt LeBlanc: "o que eu teria feito diferente"
Hermann Tilke: "o que eu teria feito diferente"

Postar um comentário