Roger Penske: "o que eu teria feito diferente"

Roger Penske
As equipes que tiveram o nome "Penske" foram vencedoras no esporte a motor, e o último título foi o da NASCAR, em 2012. Roger Penske, em entrevista à revista Car And Driver, fala sobre tudo isso, além de sua filosofia de negócios.

Qual a diferença entre vencer na NASCAR e na Indy?

Deixe-me refazer a pergunta. O que é melhor: vencer na NASCAR ou na Indy? Embora cada categoria possua suas especialidades, a NASCAR é uma coisa que comecei nos anos 1970, com Mark Donohue, Rusty Wallace e a Miller Brewing Company. Tivemos várias chances de vencer o campeonato nos anos 1990. Foi um objetivo que persegui por vários anos.

Por que demorou tanto?

Fomos vice-campeões em 1993 e ficamos em terceiro lugar no ano seguinte. A resposta à sua questão é "foco". Quando estava vencendo nas corridas de stock car, também competia na Can-Am, Indy, TRans-Am e IROC, ao passo que os sulistas se dedicavam à NASCAR, onde faziam suas vidas. Tinha duas empresas: a Penske Racing, cuja sede ficava em Reading, Pensilvânia, e a Penske South, nossa equipe na NASCAR. Vencemos 76 provas na NASCAR. O que fez a diferença foi juntar as duas companhias. Ficamos mais organizados.

Qual categoria é mais competitiva: NASCAR ou IndyCar?

Em uma prova, o terceiro colocado é capaz de vencer na NASCAR. No entanto, a temporada possui 36 etapas, e o capital humano envolvido é substancialmente maior. Na IndyCar, todos os carros são iguais. Na NASCAR, são várias marcas, motores, e, provavelmente, um pouco mais de ingenuidade na parte da engenharia. Poderia dizer que a IndyCar é uma categoria monomarca, ao passo que a NASCAR é mais "sem-barreiras".

Fora do esporte a motor, o senhor é um homem de negócios, e comanda mais de quarenta mil funcionários. Como gerencia tudo? Qual o segredo?

Penso que capital humano é tudo. Não é quanto dinheiro você tem ou quanto você pode ganhar, mas a organização. Você precisa manter seus funcionários determinados e focados. O sucesso vem dos que são motivados, bem-sucedidos, e que trabalham duro. Empresas de sucesso conseguem atrair grandes pessoas.

Está falando sobre a qualidade do foco ou da concentração?

Tenho outra palavra: compromisso. Assumir riscos. É quando você está colocando sua reputação em jogo, suas boas finanças. Há muitas empresas onde ninguém erra, onde, quando alguém não é tão bom, sai imediatamente. Estive no conselho da General Electric por, pelo menos, vinte anos, e Jack Welch disse: "quero ser o número um." No entanto, também disse que você tem que entender seus funcionários e estar preparado para eliminar os menos capacitados.

O senhor se vê diferente dos outros CEOs, que arrisca mais, já que envolveu-se no esporte a motor?

Meu histórico e afinidade nas corridas deu-me uma perspectiva diferente dos outros. Você não vence todo final de semana, e esta é a moral da história. Você precisa manter seus funcionários comprometidos. Fazemos pesquisas de opinião com eles. A resposta mais positiva que obtemos é: "a Penske é comprometida com os clientes". A mais negativa, e mais significativa para mim, é: "Não agimos rápido o suficiente com os menos capacitados". Veja todas as equipes da Fórmula 1. As mais vencedoras são as que mais assumem riscos. A McLaren demitiu um piloto e contratou um outro qualquer.

Ao longo dos anos, o senhor foi mencionado por muitos pilotos, como Rick Mears, Al Unser Jr. e Helio Castroneves.

Estas pessoas se tornaram quase membros da família. Eu disse a eles que, quando não estamos na pista, quero saber o que eles pensam de mim e da equipe.

Como o senhor gerencia todos os seus outros compromissos?

Durma um pouco menos. Três a quatro horas, para mim, é o suficiente. Sou um homem cujo dia dura vinte horas, sempre de olho nos meus negócios. Sempre neste caminho. Quando garoto, entregava jornais, retirava neve das ruas e trabalhava numa estação de serviços. Desde cedo, acreditava que já era um empreendedor.

Há alguma coisa que teria feito diferente?

Você sempre pode olhar para trás e pensar em como poderia ter agido de outra maneira, mas sempre acreditei em olhar para a frente e focar no próximo desafio.

O texto original pode ser conferido clicando aqui.

Ron Dennis: "o que eu teria feito diferente"
Ben Collins: "o que eu teria feito diferente"
Mario Andretti: "o que eu teria feito diferente"
Ari Vatanen: "o que eu teria feito diferente"
Jackie Stewart: "o que eu teria feito diferente"
Richard Hammond: "o que eu teria feito diferente"
Danica Patrick: "o que eu teria feito diferente"
Jim Hall: "o que eu teria feito diferente"
Hans-Joachim Stuck: "o que eu teria feito diferente"
Stirling Moss: "o que eu teria feito diferente"
Peter Brock: "o que eu teria feito diferente"
Don Panoz: "o que eu teria feito diferente"
Roger Penske: "o que eu teria feito diferente"
Adrian Reynard: "o que eu teria feito diferente"
Ron Howard: "o que eu teria feito diferente"
James Glickenhaus: "o que eu teria feito diferente"
Nick Mason: "o que eu teria feito diferente"
A. J. Foyt: "o que eu teria feito diferente"
Walter Röhrl: "o que eu teria feito diferente"
Kyle Petty: "o que eu teria feito diferente"
Giampaolo Dallara: "o que eu teria feito diferente"
Matt LeBlanc: "o que eu teria feito diferente"
Hermann Tilke: "o que eu teria feito diferente"

Postar um comentário