James Glickenhaus, agora, quer construir seus próprios carros. Ele concedeu entrevista à revista Car And Driver.
Sempre gostei de mecânica, desde que eu era jovem. A concessionária da Ferrari de Luigi Chinetti ficava a vinte quilômetros da casa de meus pais, em New Rochelle, New York. Pegava minha bicicleta e saía de casa rumo à concessionária. O dono me deixava entrar nos carros e girar seus volantes de direção. Foi uma época mágica para mim. Eu me lembro que Chinetti comprava Ferraris e as enchia de buracos na carroceria, a fim de deixá-las mais leves. Sempre sonhei em dirigir carros de corrida nas vias públicas. O sonho de Chinetti era que eu pagasse a ele para que ele pudesse correr em Le Mans. Ele tinha uma Ferrari 512 S, e queria vendê-la para mim por vinte mil dólares, com um ingresso a Le Mans, para que pudesse dar umas voltas. Eu era esperto o suficiente para perceber que não era uma grande ideia.
Como começou a colecionar carros?
Quando eu era jovem, escrevi e dirigi um filme de ação, "The Exterminator". Foi bem sucedido financeiramente, e eu dei o dinheiro a meu pai, que o investiu. Daquele tempo em diante, tinha liberdade financeira, e comecei a colecionar carros, mais precisamente, carros de corrida que eu pudesse dirigir nas ruas. O primeiro foi um Lola T70 Can-Am, que foi da Donohue-Penske e venceu várias corridas. Comprei uma carroceria coupé da Lola e converti várias coisas para torná-lo apto para circular em vias públicas. Andei com este carro por cem mil quilômetros. Ainda tenho este carro.
O senhor também dirigiu seu Ford GT40 Mark IV nas ruas.
Exatamente. O segundo que comprei, quando o mercado entrou em colapso, no final dos anos 1980 e início dos 1990. Tenho este Ford e mais duas Ferraris, todos correram as 24 Horas de Le Mans em 1967.
Seu pai, Seth Glickenhaus, completou cem anos e trabalhou até os 98. O que aprendeu com ele?
Várias coisas. Entre elas, que a vida é curta. Bom, não exatamente para ele.
Seu pai foi um lendário negociante em Wall Street. O senhor se considera um empresário automotivo?
Não. É muito importante manter sua paixão separada dos seus negócios. Nunca comprei um carro pensando em revendê-lo. Não vendo um carro desde 1972. O último que vendi foi uma Ferrari 275 GTB, para comprar outro. Como construo capital de investimentos, não tenho que vender carros.
Então, depois daquela corrida, dissemos: "uau, agora vamos desafiar um P1, 918 ou LaFerrari, é fantástico". Publicamente o desafiamos para correr em Nürburgring com seus carros. Os organizadores responderam: "sem problemas, adoraríamos ver estes caras correrem contra você". A Ferrari marcou o tempo mais rápido de volta em Nordschleife com um carro da marca, 6 minutos e 58 segundos, usando a LaFerrari, mais rápido até que sua 599XX. Fomos sete segundos mais rápido. O Porsche 918 marcou 6:57 e alguma coisa. Já a McLaren não anunciou seu tempo de volta. São fantásticos carros de rua, que poderiam ser transformados em carros de corrida, mas ninguém respondeu a meu desafio.
Então o senhor está construindo seu próprio carro...
Estamos, sim, criando nosso chassis e carroceria, usando fibra de carbono, e adquirindo transmissões da Hewland. A pendência está sendo o motor, talvez um maravilhoso 3.5 V6 biturbo.
E nome deste carro é...
SCG 003C, por enquanto. É a sigla para Scuderia Cameron Glickenhaus, e o número significa a unidade de qualquer carro construído por nós até hoje. O Lola foi o primeiro que pus a mão. Depois, foi a Ferrari P4/5 Competizione. Em 2015, iremos até o Salão de Genebra e mostraremos o carro, exibindo suas partes customizáveis, como o aerofólio traseiro de competição e sua versão para as vias públicas.
Há alguma coisa em sua vida que teria feito diferente?
Não teria vendido minha Ferrari 275 GTB. Vi muitas coisas maravilhosas. Encontrei-me com muitas pessoas interessantes, e tenho uma grande esposa há mais de quarenta anos. Sou um garoto feliz.
O texto original pode ser conferido clicando aqui.
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