Quando eu tinha 19 anos, durante a minha faculdade na RWTH Aachen University, comecei a correr com o Volkswagen Scirocco da minha mãe, mas ela não sabia. Depois, competi no Campeonato Europeu, primeiro com um Opel Kadett GT/E, depois com um Toyota Celica. Meu emprego não me dava tempo livre, então, para ter mais liberdade para correr, eu me demiti e fundei minha empresa. O primeiro escritório foi na nossa cozinha.
Como o senhor chegou ao cargo de designer de autódromos?
Eu ainda era engenheiro civil, e eu tinha contatos em Nürburgring. Perguntei se podia fazer alguma coisa para eles, e me davam pequenos trabalhos, como passarelas para pedestres. Meu primeiro projeto de pista foi a da edição 1989 da Race Of Champions, disputada no Nürburgring. Bernie Ecclestone ficou sabendo e me convidou para maiores projetos.
Como o senhor lidava com ele?
Muito bem. Ele é muito direto. Na primeira reunião, quando mostrei a ele a proposta para o circuito austríaco A1-Ring, ele olhou para os desenhos e disse: "isto é uma merda". Prazer em conhecê-lo, Bernie! Mas aí nós discutimos e chegamos a um acordo para trabalhar juntos.
Qual a dificuldade em criar uma pista que funcione para diferentes categorias do esporte a motor?
É muito difícil. Usualmente, o investidor quer uma pista que comporte motocicletas, carros de corrida, track days, enfim, tudo que se possa trazer para o local, mas não é fácil criar algo que aceite tudo. Uma boa pista para motocicletas não se torna automaticamente aceitável para a Fórmula 1, por causa dos pontos de ultrapassagem, mas também tem o fator segurança, as características a serem aplicadas são diferentes para as várias categorias existentes. Atualmente, não é mais problema um carro de Fórmula 1 bater numa barreira de pneus a 80 km/h. O carro se desmancha, o piloto sai inteiro e pergunta onde está o carro reserva. Com as motocicletas é bem o contrário, uma batida a esta velocidade pode resultar em morte.
Há sempre uma razão pela qual nós fazemos as coisas, e o orçamento é sempre um dos fatores que limitam o trabalho. Nós criamos mais de 75 pistas, e há limitações além do melhor layout possível. Já ouvi pessoas perguntarem por que eu não poderia ter feito a reta principal 100 metros mais longa. Eu simplesmente respondo que não sou dono do local.
Já foi repetidas vezes dito pelas pessoas que suas pistas não penalizam pilotos que cometem erros...
Com uma pista exclusivamente criada para a Fórmula 1, como o circuito de rua de Baku, por exemplo, você pode fazê-la com áreas de escape menos extensas. Só que, se você faz o mesmo num circuito permanente, então o piloto amador ficará apavorado se sair da pista e a área de escape for pequena, com medo de arrebentar seu carro. Há também os pilotos iniciantes que querem se tornar profissionais, por exemplo, aqueles de 16 anos em carros de fórmula. Alguém gostaria de assumir o risco iminente?
Por que não usar as tradicionais caixas de brita em vez das áreas de escape com asfalto?
O asfalto é mais seguro, pelo menos para os carros. Você pode encurtar a distância percorrida em um terço aplicando os freios em comparação à brita. Quando um carro roda, para muito rapidamente. Na brita, ele pode saltar sobre ela. Você não pode parar um carro enquanto ele está no ar. Só que há outra razão: se você tem uma pista, organiza track days, e alguém atola na brita com seu Porsche ou Mercedes-AMG, peças poderão ser quebradas, e este alguém terá que arcar com os custos de substituição, que são altos.
Detalhes, "por que há um meio-fio aqui, por que a reta não é longa o suficiente?". Tentamos fazer uma pista difícil, mas nós temos os melhores pilotos do mundo, e na Fórmula 1, a melhor tecnologia. Há três elementos numa corrida: o veículo, o piloto e a pista. Dois deles estão próximos da perfeição. Se você dá carros de Fórmula 1 para amadores, você obtém corridas mais interessantes. É divertido observar durante um fim de semana de Grande Prêmio as opiniões dos pilotos mudarem do primeiro treino livre ao final da corrida. Em Instambul, pilotos reclamam da curva 8, que é de alta velocidade com grande carga aerodinâmica, então os carros tendem a raspar o assoalho no asfalto. Michael Schumacher disse o seguinte: "vocês que possuem a configuração errada, se tiverem a certa, então a curva é boa".
O senhor tem alguma coisa que gostaria de mudar na sua vida ou carreira?
Eu não sei, eu não penso sobre isso. Nós tentamos realizar auto-críticas no fim de cada projeto, mas, no geral, realmente nada. Há algumas coisas na minha vida pessoal, mas não no meu trabalho.
O senhor ficaria tentado a desenhar um circuito oval?
Claro. Adoro a ideia de uma pista onde você pode ver tudo a qualquer momento.
Um circuito deveria ser como uma arena de gladiadores?
Sim, mas não do ponto de vista do perigo, mas se for difícil a ponto de só pilotos talentosos possam vencer. Nunca concordo que pessoas digam que uma pista não é interessante porque não é perigosa. Quando elas dizem que no passado era melhor quando carros e circuitos eram perigosos, eu sempre digo que no passado também haviam corridas incrivelmente sem graça!
O texto original pode ser conferido clicando aqui.
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