Ron Howard: "o que eu teria feito diferente"

Ronald William "Ron" Howard, o aclamado diretor de "Rush", falou à revista Car And Driver sobre Fórmula 1, o próprio filme e muito mais.
Ron Howard
O senhor tem uma longa história de filmes com carros.

Sim, principalmente para um tradicional proprietário de Volvo.

O primeiro filme que dirigiu foi "Grand Theft Auto".

Sim, e para Todd Hallowell, produtor executivo e segundo diretor de "Rush".

Há alguma técnica ou ângulo de filmagem em "Grand Theft Auto" que foi usado em "Rush"?

Sim. Tentamos tornar carro e piloto um único personagem. Em "Grand Theft Auto", o intuito era a comédia, e em "Rush", o drama. Com a aproximação das lentes, o espectador capta e sente a emoção, ao contrário das tomadas mais de longe, onde apenas se assiste à cena.

"American Graffiti" falou sobre a cultura dos carros em 1962. "Rush", que retrata a temporada 1976 da Fórmula 1, parece falar de "outra cultura dos carros".

Exatamente. George Lucas é fã da Fórmula 1. Estava na França há um ano fazendo publicidade, e ele disse: "venha a Mônaco". Eu disse para ele ler o roteiro de "Rush" e o que ele achava. Conheço muito sobre beisebol, basquete e golfe, mas não muito sobre o automobilismo. George me disse: "vai ser difícil, desafiante, mas, se quiser realmente fazer este filme, saiba que este é um grande roteiro".

Por que não é apenas outra história de corridas?

Naquela época, as coisas não eram tão corporativistas, e a mídia ainda estava aprendendo a lidar com tudo aquilo. A fama ainda não era controlada por empresas, era um commodity. As pessoas começaram a conhecer a Fórmula 1. A categoria não estava apenas nas páginas esportivas, mas também nos tabloides.

É trabalhoso recriar todas as cenas e acidentes daquela época. Qual foi o maior desafio nesta parte do filme?

Usamos muitas imagens e vídeos da época para recriar as cenas para o filme. Não podíamos destruir nossas réplicas de 150 mil dólares, muito menos os carros que correram aquela temporada, que são conservados até hoje e custam mais de 2 milhões de verdinhas. Então, a maior parte das cenas dos acidentes foi feita usando computadores, e as outras cenas são imagens da época.

Como o senhor fez todas aquelas cenas dos componentes da suspensão se movendo, o trabalho dos pilotos nos pedais e tudo mais?

Devo isso aos membros do grupo "Historic Formula 1", que, por não muito dinheiro, tiraram seus carros originais da garagem e deram algumas voltas e realizaram procedimentos de largadas. Montamos câmeras em todos os ângulos possíveis. Eles correram apenas um pouquinho, pois não podiam ajudar a si mesmos, e nenhum deles quis dar sua joia automobilística a nossos pilotos contratados. Os proprietários dos carros fizeram todas as tomadas, com direito a saídas de pista e tudo. Sou grato a eles terem feito tudo isso de maneira extremamente segura.

Há alguma coisa que teria feito diferente?

Ah, um milhão de coisas, eu acho. Há sempre aquele medo de que se você voltar atrás e corrigir alguma coisa, pode romper o status quo. Não queria isso. Sou sortudo e muito feliz com o que sou e como construí minha família. Parte do que adorei sobre "Rush" é que foi outra experiência de aprendizagem. Posso ter várias décadas de trabalho, mas ainda estou muito curiosos sobre o que a mídia pode oferecer à audiência e a mim.

O senhor não dirige um Volvo, ou sim?

Bem... sim... e um Suburban.

O texto original pode ser conferido clicando aqui.

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