Melhores momentos do GP da Austrália de Fórmula 1



Lito Cavalcante explicando o KERS

No programa "Linha de Chegada" do SporTV2, em 24 de Março de 2009, Reginaldo Leme recebeu dois monstros e lendas vivas do jornalismo automobilistico brasileiro, Edgard Mello Filho e Carlos Lua, e a participação de Lito Cavalcante e Alex Ribeiro.


2009 já entrou para a história

Há 45 anos, na França, Juan Manuel Fangio e Karl Kling protagonizaram a primeira dobradinha de uma equipe estreante, a Mercedes.

Hoje, na Austrália, a Brawn GP repete o feito, com Jenson Button e Rubens Barrichello.

E quase que isso não se concretiza, pois o brasileiro falhou na largada, e protagonizou o acidente da primeira curva, bantendo na lateral do carro de Mark Webber. O australiano tocou na roda traseira de Nick Heidfeld, deixando o alemão atravessado na pista. Heikki Kovalainen também bate em Webber, arrebentando a suspensão dianteira de seu McLaren. Adrian Sutil também perde a asa dianteira, depois de também se chocar no RB5 do australiano.






Rubens alega ter tocado em Mark depois de ter sido tocado por trás por Heikki Kovalainen.

Como sorte também faz parte do esporte, por uma sucessão de acontecimentos e abandonos durante a prova, culminando com o acidente entre Robert Kubica e Sebastian Vettel, numa disputa de posição na curva 3, quando perderam suas respectivas asas dianteiras e, pela consequente perda de pressão aerodinâmica, acabaram batendo forte na mesma curva 5, dando de bandeja suas posições para Rubens Barrichello, que pôde, de forma dramática, realizar a histórica dobradinha, depois da prova terminar praticamente com o Safety Car na pista, liberando a continuidade da corrida apenas na última curva da última volta.

A Brawn GP também é a terceira equipe estreante a vencer. Além da Mercedes, em 1954, a Wolf, em 1977, venceu o GP da Argentina, com Jody Schecter ao volante. Neste caso, não houve dobradinha, pois a Wolf possuía apenas um bólido.

Quem também teve um excelente desempenho foi a Toyota, que, após optarem por largar do pit lane por perderem seus tempos de classificação em razão de irregularidades em suas asas traseiras, obteve um excelente terceiro lugar com o italiano Jarno Trulli.

Lewis Hamilton, com o deficiente McLaren, depois de largar em décimo-oitavo, chegou em quarto. Timo Glock, o outro piloto da Toyota, terminou em quinto. Fernando Alonso, da Renault, Nico Rosberg, da Williams, e Sebastien Buemi, da Scuderia Toro Rosso, completaram a zona de pontuação em Melbourne.

Ao contrário do que eu concluí nas primeiras impressões, o KERS realmente é um ganho extra de performance ao carro. Felipe Massa estava a um segundo atrás, se não me engano, de Sebastian Bourdais, Quando o brasileiro ativou o motor elétrico, conseguiu um ganho de aceleração suficiente para encostar no carro à frente e até fez a manobra de ultrapassagem, mas não no ponto certo para completá-la. O gráfico mostrou como o KERS trabalhava, exatamente como neste vídeo que postei ontem.

O grande problema que vejo no KERS é quando ele for padronizado para todas as equipes. Ele poderá não ser mais fator relevante, pois todos os carros terão o mesmo ganho de potência no mesmo local, emparelhando a disputa. Na minha opinião, o KERS deveria de ser regrado para 2010 como os motores, que poderão ser adquiridos de outras equipes ou produzidos pelas próprias escuderias.

Acredito também que as ultrapassagens não foram tão mais intensas como em 2008, quando elas quase não existiam. As ultrapassagens aconteceram ou porque o piloto ultrapassado estava com pneus macios desgastados, ou porque o piloto que ganhava a posição estava com pneus macios novos. Aliás, estes compostos não funcionaram bem no circuito de Albert Park.



Com certeza, a prova de abertura da temporada 2009 da Fórmula 1 entrou para a história, com o domínio de uma equipe "garagista", quase falida. Seu comandante, Ross Brawn, é o homem a ser batido. Se alguma das grandes, de agora em diante, dominar a temporada e fizer um de seus pilotos campeão ou ser campeã dos construtores, não importa, o dia 29 de março de 2009 ficará durante muito tempo, senão para sempre, na memória de todos que o presenciaram.

Ah, última coisa: quem deve estar mordendo os beiços, ou com dor de cotovelo, é Bernie Ecclestone, depois de embolsar os 22 milhões de euros que seriam destinados à Brawn GP, depois de determinar que a equipe do comandante Ross é estreante. E será que algum dirigente da Honda cometeu o harakiri, ou ficou bastante envergonhado, depois de presenciar a estupenda performance de seus ex-carros?

Mais vídeos sobre o KERS

Os dois vídeos abaixo mostram o posicionamento do motor elétrico do KERS em relação ao motor de combustão, e o sistema de refrigeração do Sistema de Recuperação de Energia Cinética.




Guidable: A Verdadeira História do Ratos de Porão


Uma das mais antigas e respeitadas bandas brasileiras do cenário hardcore está para entrar para a História. Em 09 de maio, estréia mundialmente no Cine Olido, em São Paulo, o documentário "Guidable: A Verdadeira História do Ratos de Porão".

Com 121 minutos de duração, "Guidable" é o registro oficial, e sem censura, de quase três décadas de drogas, loucuras e muito barulho, documentadas em entrevistas com os precursores do movimento punk no Brasil, como Rédson, Clemente e Fabião; centenas de arquivos em foto, áudio e vídeo de shows e apresentações em emissoras de TV, filmes nacionais sobre o assunto, arquivos pessoais raros e inéditos dos integrantes atuais e antigos da banda, além de parceiros como Andreas Kisser e Iggor Cavalera. Além de todas as pessoas que, de alguma forma, fizeram parte desta instituição do rock pesado.

As gravações ocorreram entre janeiro de 2007 e novembro de 2008, nos municípios de São Paulo e Santos. No total, foram dois anos de produção, mais de 200 horas de entrevistas captadas, centenas de fotos digitalizadas e incontáveis horas de edição para que este projeto se tornasse realidade.

"Guidable: A Verdadeira História do Ratos de Porão" não só une e resgata diversas gerações de uma das bandas de hardcore mais importantes do cenário mundial que ainda se encontra em atividade, como serve de importante registro audiovisual sobre o movimento punk no país.

O documentário marca, ainda, a estréia de Fernando Rick e Marcelo Appezzato na direção de longa-metragem.

blackvomit.com.br/guidable

Review de CD - Brasil A Fora - Paralamas do Sucesso

Um disco leve, muito leve. Essa é a melhor descrição para o novo disco dos Paralamas. O leve, no entanto, não é somente no instrumental, mas também no conceito. As músicas são curtas, a maioria com média de dois minutos e meio, giram em torno de guitarras que dão uma cadência descontraída ao disco que usa a brasilidade como temática principal. Um claro exemplo disso é o primeiro single "A Lhe Esperar", que acaba ditando o ritmo do álbum.

Após dois discos que traziam um som mais firme, os Paralamas bebem na fonte que consagrou a banda nos anos oitenta, com uma mistura de reggae, tempero latino e do interior do Brasil. E essa opção acaba sendo positiva para a nova obra da banda, que soa Paralamas e certamente consegue levar o fã a uma satisfação instantânea.

Com alguns minutos girando, o ouvinte certamente acaba prevendo o restante do álbum, mas "Brasil A Fora" reserva algumas curiosas surpresas, uma delas é a antes impossível de imaginar levada "The Doors" que rola em "Tempero Zen", órgão e guitarras sugerem um interlúdio com "Light My Fire". Outro fato também que merece destaque é a participação de Zé Ramalho na faixa "Mormaço" que faz um excelente casamento entre a letra e a interpretação da música.

Em alguns momentos os Paralamas ainda tentam dosar um certo peso ao álbum, porém esses momentos são resumidos na faixa título "Brasil Afora", que desfila guitarras estridentes e um refrão insistente, e em "Tão Bela", que mistura guitarras pesadas com uma cadência voltada para o Ska.

Em outros, soam doces como em músicas mais recentes, no caso da regravação da música de Fito Paez El Amor - "El Amor Depois Del Amor", que acaba acrescentando ao disco um momento de irresistível ternura.

A canção "Aposte em Mim", por sua vez, revela uma banda dona de si com melodia agradável e grudenta, chega a lembrar alguma coisa já feita pelo Weezer, e por estar entre as melhores músicas do álbum, tem tudo para virar hit.

Enfim, os Paralamas registram mais um belo disco em sua carreira, que não traz nada que desabone a sua qualidade, sem no entanto, trazer pretensões ousadas, nada que vá acrescentar muito à sua obra.

Whiplash