O vídeo criado pela DK Engineering mostrando o funcionamento da Ferrari F40 é digno de manual do proprietário

DK Engineering's Ferrari F40 User's Guide
A Ferrari F40 é um superesportivo de tração traseira e motor central-traseiro, projetado com conceitos aerodinâmicos utilizados em carros de competição, de forma que fosse destinado apenas ao cliente final, sem intenções em ser usado em competições. Foi o último modelo feito com a supervisão de Enzo Ferrari.

A F40 foi apresentada em 21 de julho de 1987, a fim de comemorar o quadragésimo aniversário da Ferrari. Na época, foi o carro produzido em série mais veloz do mundo, com 324 km/h de velocidade máxima. Seu design foi desenvolvido pelo estúdio Pininfarina.

Suas curvas criam menos resistência com o ar e o spoiler dianteiro e o aerofólio traseiro, e contribuem para que o carro possua muita aderência ao solo, obtendo um coeficiente aerodinâmico de 0,34. O aerofólio traseiro ainda possui a função de proteger da força da pressão a tampa traseira, feita de Perspex, um material plástico transparente mais resistente que o vidro, que foi utilizado em todas as janelas do carro.

A produção da Ferrari F40 iniciou em 1988 e terminou em 1991. Inicialmente, Enzo Ferrari queria que apenas 400 unidades fossem produzidas. No entanto, com o sucesso do modelo, foram fabricados mais 911 carros, estes com algumas características que os distinguem dos primeiros.

O motor da Ferrari F40 é uma versão melhorada do motor IHI V8, que equipava a 288 GTO. Equipado com dois turbocompressores, desenvolve 478 CV de potência a 7.000 RPM. O carro não possuía conversor catalítico até 1990, quando as leis de emissão dos Estados Unidos foram alteradas para maior controle de emissões de poluentes. O sistema de exaustão da F40 possui três tubos. Os laterais servem para a liberação dos gases resultantes da combustão interna nos cilindros, e pela saída central saem os gases das válvulas de alívio dos turbocompressores.

O sistema de suspensão da Ferrari F40 é semelhante ao da 288 GTO, com configuração duplo A, mas muitas peças foram alteradas e atualizadas. Por ser um carro com pouca altura em relação ao solo, a F40 possuía como opcional um sistema erguimento da suspensão, com funcionamento hidráulico.

A carroceria possui painéis feitos de fibra de carbono, alumínio e kevlar, aliando baixo peso com alta resistência. O peso do carro também foi reduzido com a substituição das janelas de vidro por Perspex. O carro não possuía sistema de som, maçanetas internas, porta-luvas, acabamentos em couro ou carpetes, o que deixava o carro ainda mais leve, e contribuía com sua fama de carro espartano, mas possuía ar condicionado. O peso total era de 1.100 kg.

Devido à sua limitadíssima produção, a Ferrari F40 não é um carro que você vê todo dia por aí, portanto, desconhece muitas características únicas deste modelo. Por isto, a DK Engineering produziu um vídeo digno de material dedicado aos proprietários de veículos que, na época, era disponibilizado em VHS.
James começa o vídeo mostrando uma Ferrari F40 desmontada, com o chassi tubular revestido com Kevlar, e apenas o motor e o câmbio instalados. Ele explica que há dois tanques de combustível, ambos com bocal de abastecimento, mas com uma tubulação os conectando internamente, assim, é apenas preciso abrir um dos bocais para completar os dois reservatórios.

Passando para a frente do veículo, Cottingham fala que há um sub-chassi, que comporta toda a suspensão dianteira, a bateria e os equipamentos eletrônicos do carro, pode ser removido. Como o projeto das rodas originais da F40 fazia os freios superaquecerem quando submetidos ao uso em pista, a solução adotada pela DK Engineering foi discos de carbono-cerâmica desenvolvidos especialmente para este modelo de veículo.

Outra tecnologia adotada pela DK Engineering para facilitar o uso da F40 nos dias atuais foi um sistema de ajuste da suspensão pneumático, mais confiável em relação ao original, criado pela Ferrari, que é hidráulico.

Saindo da parte da engenharia por baixo da carroceria e partindo para mostrar como o veículo é manutenido e conduzido, James inicia pelo molho de chaves, que se constitui de três unidades: uma delas, claro, é a chave de ignição, que possui base flexível, mas não serve para dar a partida, já que há um botão no console para isto. A outra serve para abrir os bocais de abastecimento de combustível, e a última tem as funções de abrir os capôs dianteiro e traseiro e as tampas dos bocais de abastecimento de combustível, além de destravar as portas do motorista e do passageiro.

Abrindo a cobertura da parte dianteira do veículo, percebe-se de cara um grande espaço vazio, onde caberia uma roda. Pois é exatamente ali onde ficaria o estepe, mas a Ferrari F40 não saiu de fábrica com um, já que não era item obrigatório em muitos países na época.

Caso seja necessário acessar a bateria, e houver uma quinta roda instalada nesta parte no veículo, será necessário removê-la e retirar a tampa do acumulador de energia, que fica exatamente ali. Aproveitando a ocasião, ele mostra o funcionamento do corta-corrente, que fica logo ao lado, onde ficam os reservatórios de fluidos, a caixa de ferramentas e o calibrador de pneus.

Cottingham faz uma rápida pausa na demonstração do veículo para mostrar o conjunto de malas customizado, que a Ferrari oferecia ao comprador de uma F40, e constitui de quatro unidades: uma que se encaixa perfeitamente no espaço dedicado ao estepe, outra que cabe embaixo das pernas do passageiro, a terceira vai embaixo de um dos bancos, e o último item é um porta-livros, que tinha uma plaqueta com o nome do primeiro proprietário.

Para que os capôs dianteiro e traseiro possam ser abertos, são necessárias duas pessoas. Enquanto que o da frente precisa do sincronismo de ambos os indivíduos humanos, o capô traseiro pode ser erguido por apenas um, mas o outro precisa cuidar do suporte, que é dobrável.

Com acesso ao compartimento do motor, James mostra as diferenças entre as versões com e sem conversor catalítico, além da ausência de plaqueta de identificação do número da unidade produzida nos primeiros 400 exemplares, que foi a quantidade que Enzo Ferrari inicialmente desejou que fosse a máxima a ser construída.

Já dentro do habitáculo, James mostra que o processo de fechamento das portas é justamente o método que você detesta quando alguém o adota em seu carro, que é usando bastante força. Além disso, o sistema de abertura dos vidros é manual e o de regulagem dos retrovisores é inexistente.

Ah, mas você quer volante com regulagem de altura e profundidade e bancos com assentos reguláveis? Pois saiba que tudo isso não existe em uma Ferrari F40, cujos bancos oferecem apenas regulagem de distância em relação ao console. Bem, ao menos, para sua mínima comodidade, há sistema de ar condicionado.

Assim que Cottingham liga a ignição, ele mostra como funcionam as três alavancas que estão ao redor da coluna de direção: uma para acionar o limpador de para-brisa, que é único, uma coisa que qualquer proprietário de Fiat Uno se orgulharia de dizer que tem em comum com uma Ferrari F40, outra para acender os faróis e a última para acionar os pisca-piscas.

Depois, James mostra que, no canto esquerdo, há espaço para quatro botões, mas, no caso desta unidade, apenas três estão presentes, já que o quarto botão seria o que acionaria o sistema de ajuste da suspensão. Já os outros três, que são o padrão de todas as unidades da Ferrari F40, têm as funções de aquecimento do para-brisa, da cobertura dos faróis de sinalização e pisca-piscas e acionamento dos faróis de neblina.

Logo ao lado, há o botão aciona o pisca-alerta. Já no lado direito do console, no lugar de um provável porta-luvas, há uma tampa, que cobre a caixa de fusíveis. Uma rápida olhadela no painel de instrumentos e, enfim, chega o grande momento de dar partida no motor!

O processo é um pouco complexo, pois envolve girar o miolo de ignição e, na primeira vez de apertar o botão de partida, é necessário soltá-lo rapidamente, apenas para acionar as bombas de combustível, a fim de sangrar o sistema. Somente depois disso é que se deve pressionar e segurar o botão para dar partida no motor. Caso ele não funcione, é preciso repetir o processo, desta vez pisando no acelerador, dando apenas um passo do curso dos corpos de borboleta, para injetar mais combustível nos cilindros.

Após sair do veículo, é necessário fechar a porta. Para isto, é necessário aplicar a mesma força que você não gostaria de aplicar no carro que está na tua garagem neste momento. E há uma técnica especial para isto, e James explica como fazer.

Assista também aos vídeos especiais que a DK Engineering produziu para o McLaren F1, o Porsche 911 GT1 Straßenversion, o Mercedes-Benz CLK GTR Straßen Version, a Ferrari F50, o Maserati MC12 Stradale, o Porsche Carrera GT, o Pagani Zonda F, o Mercedes-Benz SLR McLaren e o Mercedes-AMG GT3 Evo.

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