Ótimo artigo de Eduardo Souza, do iMasters.
Sempre gostei de aprender sobre a motivação das pessoas no trabalho; o que é que faz com que alguém siga uma rotina: levante cedo, enfrente alguma dificuldade para chegar ao trabalho, resolva diversos problemas, muitos deles agindo ao mesmo tempo, deixe o escritório quando já escureceu, e, com tudo isso, encontre tempo para querer se aperfeiçoar mais, aprender outras técnicas e, dormindo já tarde, programe o despertador para acordar no mesmo horário do dia anterior, bem cedinho.
Existem diversas teorias e listas sobre quais seriam esses fatores de motivação; certamente você já leu ou ouviu as pessoas comentarem. Bem, eu vou dar minha teoria, baseada em pesquisas empíricas e, claro, em minha vivência.
Observando estagiários, trainees, analistas, coordenadores, gestores, diretores, enfim, cheguei, basicamente, a duas opções ou fatores, que são decisivos para causar a felicidade no emprego ou a busca por outras oportunidades; estes fatores podem estar em conjunto ou separados - uma pessoa pode ter apenas um fator e se satisfazer; outras precisarão dos dois - e, sem dúvida, quem não tem nenhum desses fatores ou opções, deve começar imediatamente a buscar novas terras...
Os fatores são muitos simples: você fica numa empresa porque sua remuneração é boa e/ou porque você vê oportunidades de crescimento.
Quando falo em remuneração, não falo apenas no salário em si, mas em todos os benefícios visíveis ou não que o acompanham, como refeição, planos de saúde, bônus, subsídios a cursos, etc. E, quando refiro-me à oportunidades de crescimento, falo não somente em subida de cargos na hierarquia - pela maior responsabilidade, mas também de chances de aprender coisas novas, liderar outras áreas,etc.
O ideal, naturalmente, é ter esses dois fatores. Se você só tem a remuneração, pode sentir-se até frustrado em não ter desafios, ter sempre a mesma rotina, mas, se o ângulo financeiro for o suficiente para você, esse tédio é superado. Quer um exemplo? Uma pessoa que deseja comprar uma casa. Ela é criativa, dedicada; tem uma boa remuneração; mas só cumpre o script - em nada pode inovar. Ela continuará nessa empresa? Não tenho dúvidas que sim, pelo menos até conseguir o seu objetivo - que nesse caso é comprar uma casa. Depois disso, o fator remuneração talvez já não seja tão importante, e essa pessoa irá buscar algum lugar onde haja oportunidades de crescimento.
E, falando no fator oportunidades de crescimento, talvez você não tenha uma ótima remuneração, por outro lado, você tem chance de aprender coisas novas, de aprimorar suas habilidades. Sempre há desafios para serem vencidos e você se realiza em sentir-se útil - ainda que com remuneração abaixo da esperada. Outro exemplo? Uma pessoa deseja aprender mais habilidades e conhecimentos e, então, desenvolve-se excepcionalmente numa empresa - neste tempo, seu salário é bem menor do que a média de mercado; entretanto, quando essa pessoa se sente preparada, começa em busca do outro fator - a remuneração - seja dentro da própria empresa ou no mercado. Se a empresa não corresponder, pronto: temos mais um candidato empregado em busca de um novo emprego.
Onde quero chegar? Na minha experiência, percebi que realmente só compensa ficar numa empresa se ao menos você tem um destes fatores; e naturalmente o peso de cada um é alterado conforme nossas expectativas de carreira e de vida pessoal se alteram. Por isso mesmo, se atualmente você não tem nem remuneração nem aprendizado, é um sinal claro que sua hora de mudar chegou! Afinal, tenha certeza de que há empresas que buscam profissionais com o seu perfil, dispostas a remunerá-lo de acordo ou fornecer-lhe a oportunidade de crescer e desenvolver suas habilidades.
E por que é importante você saber isso? Bem, além da utilização prática para sua própria carreira, é muito interessante você avaliar o que a sua empresa fornece ao seu time. Suponha que você esteja satisfeito e, portanto, querendo permanecer na sua empresa atual; naturalmente, você deseja montar uma equipe de alta performance. Será que aquilo que você oferece em termos de salário ou aprendizado são suficientes para atrair e manter esses profissionais qualificados? Se não for corra, porque esse conhecimento tácito dos fatores salário e aprendizado é amplamente conhecido no mercado de trabalho - e não tê-los significa perder gente boa.
Neste artigo, é claro que estou abordando o lado do funcionário. Como empregador, quais são os fatores ou o fator que faz com que você mantenha um time? Também há? Claro que sim! Só que isso é assunto para outro encontro.
História rápida para reflexão:
Carlos era um super-profissional: iniciava sua jornada de trabalho sempre antes do que a empresa pedia e sempre deixava o escritório depois do horário que a empresa o pagava. Mas, tudo bem: ainda serei recompensado, ainda serei visto!, dizia ele. Carlos queria muito ocupar uma nova posição de liderança - ainda mais porque não via nada de novo há muito tempo em suas atividades diárias.
A surpresa foi quando surgiu a esperada vaga de liderança que Carlos almejava: ele não foi chamado ao menos para uma entrevista - nem um e-mail padronizado de "obrigado por tentar mas não foi dessa vez" ele recebeu...; Carlos foi preterido descaradamente - ou invisivelmente ignorado, como preferir.
E Carlos continuava com seu mantra: não tem problema; não fui nem chamado para a seleção da vaga, né? Pois agora, a partir de agora mesmo, mostrarei meu valor ainda mais!
E, esperando sempre a próxima oportunidade naquela empresa, Carlos ficou por lá um bom tempo; até ser demitido por redução de custos.
Hora de mudar ou mais tempo para continuar?
Tags:
Carreira,
Mercado de Trabalho
Publicado: quinta-feira, 18 de setembro de 2008 às 12:33
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