Ser perfeccionista. Até que ponto é viável e vantajoso? Quais as consequências diretas e indiretas deste tipo de postura? Vale a pena ser perfeccionista?
Essas são algumas das perguntas que devemos nos fazer, nós, responsáveis por algum projeto/iniciativa, antes de estourar o prazo de entrega, dimensionar o cronograma com muita barriga, ou realizar a tarefa em metade do tempo e com menos de um terço da qualidade mínima.
Vivemos em dias cruéis, oh, vida, oh, céus, oh, azar. Demandas crescentes acompanhadas de prazos sufocantes, e é claro que o resultado final deve atender a uma boa quantidade de padrões de qualidade.
É comum deparar-se com escolhas do tipo "reduza os requisitos funcionais a metade!" ou "esqueça os prazos, vamos fazer direito". "Eu já passei por isso!", você diz a si mesmo, recordando. E a pergunta: para que lado você foi?
Bom, aí vai o ponto de vista de um perfeccionista. Se você está do outro lado da gangorra, por favor, argumente.
Antes de tudo, alguns fatos:
- As pessoas, em geral, não sabem o que querem - que dirá o que precisam;
- Estamos na era da inovação constante, da imposição de novos estilos de vida (o digital);
- Uma solução, entenda hardware + software + serviço online, completa, do tipo que causa a reação "Seria ótimo se houvesse uma forma de filtrar isso... Puxa! Tá aqui!", é um diferencial.
OK, já temos munição.
O mercado com o qual concorremos diariamente está inchado de mediocridade. É muito fácil propor uma solução viável e prática, mas não há nada de especial nisso. Nenhuma iniciativa nesse nível lhe concederá reconhecimento verdadeiro.
Há duas formas de lidar com oportunidades, seja ela qual for: aproveitá-la de forma memorável, ou cedê-la para que outro aproveite. Se você acredita ter usufruído de uma oportunidade, mas não de maneira notável, veja bem, outra pessoa está enriquecendo em seu lugar.
Alguns exemplos concretos para ilustrar as idéias:
Google: esses caras não são reconhecidos por serem inovadores, mas sim por fazerem melhor o que os outros fazem bem. A proposta do Google é "apenas" gerir conteúdo de forma inteligente visando à experiência do usuário. Brilhante, não?
Apple: Jobs, certo? Sim. Ele é o guru da inovação, e mestre em proporcionar ao usuário final todo o prazer e a satisfação que ele precisa para ser feliz ao viver o estilo digital de ser. O Sr. Perfeccionismo é ponto de referência na maioria das discussões em que a criatividade está em pauta.
E o que raios isso quer dizer?
Na verdade, é fácil de concluir. Assumir um novo
modus operandi, preocupado com o que de fato interessa, pode parecer inviável à primeira vista. Contudo, se a intenção é ser lembrado por feitos notáveis, causar algum impacto nesse planeta tão preto e branco torna-se necessário.
Não há argumentos, sejam eles financeiros, publicitários ou egoístas, que justifiquem produzir resultados pobres e comuns, quando se pode mudar o mundo.
Ser perfeccionista é uma opção dádiva que talvez afaste algumas pessoas de você. Mas, com o tempo, você verá que de fato é melhor mantê-las longe.
Viva a solução ótima!
iMasters