A transmissão com embreagem dupla foi inventada antes da Segunda Guerra Mundial, pelo francês Adolphe Kégresse. Tem funcionamento semiautomático, com duas embreagens concêntricas e independentes, uma para as marchas pares e outra para as ímpares. Enquanto uma marcha está em uso, a anterior e a posterior já estão engatadas.
Assim, a troca pode ser feita sem interrupção da aceleração, com uma das embreagens sendo conectada e a outra desconectada simultaneamente, o que permite rapidez de troca de marchas, sendo mais veloz que o câmbio de um Fórmula 1.
Apesar da aparência e no modo de uso o sistema ser bem parecido com uma transmissão automática, na verdade ele é um câmbio automatizado (robotizado). O atual Bugatti Veyron a utiliza, mas os Porsche 956 e 962, nos anos 80, já os usaram nas 24 Horas de Le Mans.
O sistema mais conhecido é o DSG (Direct-Shift Gearbox), desenvolvido pela BorgWarn, e fornecido inicialmente para a Volkswagen, depois para os carros de suas subsidiárias, como a Audi. Há também o PDK (Porsche Doppelkupplung), desenvolvido pela Porsche, e o PowerShift, de propriedade da Ford.
Agora é hora de ir para a pista, para amaciar o motor, aprender algumas lições de regulagem e pilotagem de Karts, resolver pequenos problemas de freio e perceber como é fácil perder a trajetória quando se está em alta velocidade, além de realizar alguns drifts utilizando pneus gastos.
Amaciando o motor
Assim como acontece com qualquer tipo de motor, o propulsor de um Kart precisa ser amaciado. Por exemplo, um Rotax FR125 precisa cumprir algumas etapas para estar pronto para trabalhar na plenitude de sua performance:
1. Abastecer o tanque de combustível com uma mistura de óleo e combustível na ordem de 33:1 (em condições normais é 50:1)
2. Regular o carburador para criar uma mistura ar/combustível rica
3. Nos primeiros 15 minutos, o máximo que o motor deve trabalhar é 7.500 RPM
4. Nos próximos 15 minutos, 9.500 RPM de giro máximo
5. Nos últimos 15 minutos, máximo de 11.500 RPM
Além disso, deve-se acelerar até o regime máximo determinado, ou o que puder na reta, fazer as curvas com o motor girando a 5.000 RPM, dosando freio e acelerador para isso, e pedal to te metal again. É tranquilo fazer isso nos treinos livres, mas extremamente frustante nas corridas, já que não se pode tirar o máximo do motor para realizar uma prova competitiva.
Tudo isto deve ser levado em conta antes de poder extrair o máximo do motor, quando atinge os 14.000 RPM. Por isso, antes de ter o motor pronto para competir, deve-se utilizar todo o tempo disponível, às vezes, os treinos livres são totalmente utilizados para amaciar o motor, deixando outros acertos do Kart de lado.
Regulagem e manutenção dos freios
Fazer a sangria dos freios é um processo rápido. Um recipiente coloca o fluido de freio no cilindro mestre, enquanto dois pequenos parafusos são abertos no topo das pastilhas. Deixe o fluido percorrer o sistema, aperte os parafusos, e está pronto.
Regulagem do carburador
A regulagem da mistura de ar e combustível depende de vários fatores, como as condições do tempo, que envolvem a umidade relativa do ar, densidade e temperatura ambiente. O ar mais frio e denso requer mais combustível. Uma mistura muito rica rouba potência, ao passo que uma mistura mais pobre pode diminuir a lubrificação do motor, podendo ocasionar sua quebra.
Temperatura do motor
Os motores Rotax trabalham na sua plenitude quando estão aquecidos a uma temperatura de 130 graus. Para atingir esta temperatura em dias frios, é necessário tomar medidas drásticas, como colocar fita na grade do radiador, para diminuir a circulação de ar, aumentar a temperatura da água e, consequentemente, do motor.
Pilotagem
Saber negociar as curvas com um misto de velocidade e trajetória perfeita é o que faz um bom piloto de Kart. É preciso ser rápido e ter uma "tocada" suave no volante. Ao escolher entre um Kart que saia de traseira ou de frente, um veículo balanceado é a melhor solução. Se sai de frente, não é possível obter velocidade. Se sai de traseira, não é possível acelerar nas curvas.
Outro aspecto a ser levado em conta diz respeito aos freios. Como a maioria dos Karts possui maior concentração de peso na parte traseira, e só há disco de freio no eixo traseiro, fazer um 180 e se perder na pista pode se tornar corriqueiro nas primeiras voltas. Por isso, saber dosar a frenagem nas tomadas de curvas é crucial para obter ótimos tempos.