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O cartão de Natal do Metallica revela uma obscena curiosidade sobre o primeiro álbum da banda

Metallica 2023 Christmas Card Metal Up Your XMass
O Metallica publicou em 25 de dezembro de 2023 uma arte gráfica para desejar Feliz Natal aos seus milhões de fãs. A imagem mostra uma bengala natalina saindo de um vaso sanitário, com a mensagem "Metal Up Your XMass".

Alguns dos mais aficionados pela banda já sacaram de primeira o que está por trás da frase. Caso você não tenha percebido o trocadilho, ele será explicado neste texto.

A frase da imagem "Metal Up Your XMass" faz alusão a "Metal Up Your Ass", que foi a primeira ideia para o título do primeiro álbum do Metallica. Não o traduzirei por razões óbvias, e foi por isto mesmo que ele foi vetado por diversas gravadoras.

O baixista Cliff Burton ficou furioso com a proibição. "Recebemos um telefonema de nosso empresário nos dizendo que metade das gravadoras não venderia o álbum se fosse chamado daquela forma, porque o nome era obsceno. Sabe de uma coisa? Que se f*dam esses filhos da p***, cara, essas pessoas da gravadora. Devemos simplesmente matar todos eles".

Cliff Burton acabou soltando outra frase ofensiva, embora nem tanto quanto o título desejado para o álbum: "kill 'em all!". Alguém da banda, até hoje não confirmado quem, disse: "é isso, é assim que devemos chamar o álbum".

O restante do grupo gostou tanto da frase, dita em um momento tão oportuno, que acabou decidindo que este seria o título para o primeiro disco do Metallica.

"Kill 'Em All" foi lançado em julho de 1983, apresentou o Metallica ao mundo e causou alvoroço na cena do Metal, com músicas como "Hit The Lights", "The Four Horsemen", "Whiplash" e "Seek And Destroy".

Ouça o medley que o Metallica criou para o álbum tributo a Ronnie James Dio


O álbum "Ronnie James Dio: This Is Your Life", um tributo à carreira do lendário vocalista, será lançado em abril. Grandes nomes ligados ao rock pesado, como Scorpions, Anthrax e artistas como Biff Byford, Rob Halford e Glenn Hughes, interpretam músicas do Black Sabbath, Rainbow e da carreira solo de Ronnie James Dio.

Os membros do Metallica estavam na dúvida sobre qual música regravariam. Optaram por fazer um meddley, chamado "Ronnie Rising Medley", com cerca de nove minutos, usando quatro canções: "A Light In The Black", "Tarot Woman", "Stargazer" e "Kill The King".

Review de Livro - Metallica: A Biografia

Metallica: A Biografia - Mick WallUlrich, filho de uma rica família europeia e que desde cedo conviveu de maneira muito próxima não só com a música, mas com diversas formas de artes, se tornou um frontman atrás de uma bateria. Um cara que fala tudo o que pensa sem pensar duas vezes, arrogante, seguro e com um senso estratégico reconhecido e admirado por todos, e que poderia ter seguido uma carreira de sucesso dentro da indústria musical. No outro oposto, Hetfield, o típico filho de um lar desfeito norte-americano, abandonado pelo pai, que perdeu a mãe de forma prematura e cresceu seguindo os preceitos discutíveis de uma religião extremista, transformando-se em um adulto fechado e inseguro amparado por doses cavalares de álcool.

Mick Wall, um respeitável jornalista de rock inglês com passagens pela Kerrang, Classic Rock e autor de outra altamente recomendável biografia rockeira - Quando os Gigantes Caminhavam Sobre a Terra, do Led Zeppelin -, desde cedo conviveu com a banda, chegando a ser amigo próximo de Lars. Isso dá ao livro um toque especial, com histórias de bastidores deliciosas e, muitas vezes, desconhecidas do grande público.

O que fica claro é que o Metallica sempre esteve à frente das demais bandas de cena thrash, fato esse reconhecido pelos próprios músicos de grupos como Slayer, Exodus, Anthrax e até mesmo pelo Megadeth de Dave Mustaine. A transformação de Ulrich, de fanático pela NWOBHM à principal mente pensante por trás do Metallica, é contada com uma grande riqueza de detalhes. Da admiração de toda a cena da Bay Area pelo "moleque europeu com sotaque engraçado e dono de uma grande coleção de discos" ao ódio em escala mundial motivado pelo processo movido contra o Napster, Mick Wall mostra um Lars Ulrich de uma maneira poucas vezes vista, principalmente aqui no Brasil, onde o entendimento sobre a sua importância para o Metallica é muitas vezes menosprezada.

Sobre James, é fascinante perceber a evolução do moleque quieto e cheio de espinhas em um dos maiores símbolos e músicos da história do heavy metal. Da inflluência enorme de seu jeito único de tocar guitarra - sim, ninguém fazia bases "pedaladas", pesadas e tão precisas antes de James surgir -, que moldou a sonoridade do thrash metal comprovando que não era preciso tocar solos mirabolantes para ser um guitar hero, à sua coragem em expor os seus traumas pessoais em letras que se tornaram cada vez mais pessoais e transparentes com o passar dos anos, a trajetória de Hetfield fascina por mostrar um músico que, mesmo nos momentos mais controversos da carreira do Metallica, manteve-se fiel às suas crenças o quanto isso foi possível.

Há vários momentos de destaque no livro. Os primeiros anos, o inegável impulso que a entrada de Dave Mustaine deu à banda - e Mustaine é tratado com a devida reverência e respeito -, a traumática perda de Cliff Burton, a entrada de Jason Newsted, a explosão mundial com o "Black Album", as experimentações nem sempre certeiras de "Load" e "Reload", o equivocado "St Anger" e a redenção com "Death Magnetic" são esmiuçados por quem viveu tudo isso de perto. Há dezenas de entrevistas com pessoas próximas à banda, e o resultado é um retrato contundente desta que é uma das mais importantes bandas da história do rock - principalmente pelo fato de não ser uma biografia autorizada chapa branca.

Metallica: A Biografia é leitura obrigatória não só para os fãs do grupo e do heavy metal, mas também para quem quer saber como funciona a indústria musical mais a fundo. Aqui no Brasil há um excesso de romantismo sobre o rock e o metal, como se os músicos de uma banda fossem inegavelmente grandes amigos e gostassem muito um dos outros, o que nem sempre é verdade. O livro de Wall desmistifica essa visão, mostrando como foram montadas as estratégias que levaram a banda ao topo, as divergências entre Lars e James e o papel fundamental que a Q Prime, empresa comandada por Peter Mensch e Cliff Burnstein, teve na história do grupo.

Percebe-se também um esforço de Mick Wall em tentar comprovar que Cliff Burton teria aprovado as transformações que o Metallica passou durante toda a sua carreira, buscando argumentos em entrevistas antigas e depoimentos de pessoas próximas a Cliff para legitimizar desde a maior acessibilidade apresentada em "Black Album" até as experimentações musicais de "Load". Uma postura desnecessária, na minha opinião.

Mesmo com algumas falhas de revisão e informações históricas erradas ao longo de suas mais de 400 páginas - como datas de lançamentos de álbuns e coisas do tipo -, Metallica: A Biografia é um livro excelente, uma leitura fundamental que fornece dezenas de elementos para entender como o Metallica se transformou na maior banda de heavy metal de todos os tempos.

Leia em volume máximo!

Lançamento nacional da Editora Globo.

Whiplash

Review de EP - Beyond Magnetic - Metallica

Capa do álbumDepois da polêmica parceria com Lou Reed, muitos fãs pensaram que o futuro do Metallica estava escrito, pois realmente a parceria pegou todos de surpresa ainda mais que envolvia o nome Metallica no meio e o que mais desapontou os fãs nem foi tanto a parceria, mas sim a sonoridade apresentada que não traz nenhum tipo de emoção a não ser o sentimento de "raiva" entre os fãs da banda.

Devido a esta grande polêmica, onde muitos consideraram o tenebroso "Lulu" (2011) como um lançamento do Metallica, James Hetifield (vocal e guitarra), em várias declarações, já deixou bem claro que "Lulu" não é o novo álbum do Metallica e nem é como o Metallica soará no seu novo trabalho, ao meio desta discussão sem fim o Metallica liberou o EP "Beyond Magnetic" (2011) onde são quatro musicas que não entraram no "Death Magnetic" de 2008, canções que foram apresentadas nos shows de 30 anos de existência da banda onde foram quatro apresentações e em cada uma tocando uma música inédita.

"Hate Train" abre o EP no melhor estilo Metallica dos anos 90 com uma levada que lembra as composições mais rápidas de "Reload" (álbum de 1997), mas não deixe se enganar, pois temos riffs inspiradíssimos e uma melodia vocal de encantar, com um refrão que gruda na cabeça e um fato surpreendente: Kirk Hammett solando sem usar o "HUA HAUA", um ponto positivo pois nos últimos anos estava abusando demais deste recurso, fazendo seus solos ficarem praticamente iguais.

"Just A Bullet Away" vem na mesma levada, porém com uma simplicidade maior nos riffs, mas não menos cativante mostrando que uma simples composição pode se tornar grandiosa. Mais uma vez destaque a James com suas melodias vocais inspiradíssimas e desta vez Lars Ulrich (bateria) e Robert Trujillo (baixo) em total sintonia, apesar de Lars não ter mais aquela pegada dos anos 80, mas é um baterista que posso dizer que é único, com assinatura em tudo que toca, pois ao tocar uma simples nota você já diz "é o Lars" e isso é um diferencial para o Metallica ao longo desses 30 anos. Comprove você mesmo nesta faixa se não temos aqui todas as assinaturas do mestre Ulrich.

"Hell And Back" poderia muito bem ter entrado em "Load" de 1996 ou "ReLoad", pois lembra muito as composições desta época com riffs limpos e uma certa acelerada para o final com uma melodia mais comercial, mas sem tirar o brilho da composição que com certeza deve soar muito bem ao vivo.

E por fim a música que lembra mais o Metallica dos anos 80: "Rebel Of Babylon". Com riffs palhetados, solos e duetos criativos, Trujillo segurando a cozinha com precisão, Lars sentando o braço literalmente aliado as vociferações mais do que inspiradas do mestre James Hetifield, realmente uma música que deve funcionar muito bem ao vivo e trazendo à tona aquele Metallica inspirado e criativo.

O Metallica realmente não precisa provar nada para ninguém, falar do seu legado e as bandas a quais influenciaram ao longo desses 30 anos é chover no molhado, ai está a prova que a banda tem muita lenha para queimar e podemos sim esperar um verdadeiro álbum Metallica.

Tracklist:
1 - Hate Train
2 - Just A Bullet Away
3 - Hell And Back
4 - Rebel Of Babylon

Formação:
James Hetfield (vocal e guitarra)
Kirk Hammett (guitarra)
Robert Trujillo (baixo)
Lars Ulrich (bateria)

Whiplash

Santa Sandman


Review de CD: Lulu - Metallica & Lou Reed

Não espere uma audição fácil ao dar play em "Lulu", álbum da parceria entre a maior banda de heavy metal do planeta – Metallica – e um dos ícones do rock "com cérebro" - Lou Reed. Concebido para ser uma espécie de trilha-sonora para o teatro de vanguarda, preenchendo o espaço que antes era ocupado por trilhas orquestradas e clássicas, o disco soa como uma espécie de ópera, alternando momentos mais "visuais" com outros mais palatáveis ao ouvinte "normal" de música.

Conceitual, o trabalho conta a história de Lulu, personagem criada pelo ator e dramaturgo alemão Benjamin Franklin Wedekind, uma jovem dona de um desejo sexual infinito e sem restrições que a conduz através de uma jornada repleta de prazer e sangue. Reed havia escrito as letras das canções há alguns anos atrás para uma montagem norte-americana da peça, que acabou não saindo. Agora, essas mesmas letras ganharam o acompanhamento instrumental do Metallica, alcançando um resultado final, no mínimo, controverso.

Pra começo de conversa, é preciso deixar claro que Lulu não é o novo álbum nem do Metallica nem de Lou Reed. O disco é a estreia da parceria entre ambos, portanto não espere encontrar aqui o que o Metallica fez em "Death Magnetic" (2008), por exemplo. Grande parte da força do trabalho está nas letras de Reed, que serão ignoradas pela imensa parcela dos ouvintes que não domina a língua inglesa. Assim, o que importa, para grande parte do público, é a música propriamente dita.

O Metallica soa de maneira inédita em "Lulu". No lugar dos riffs thrash, temos a predominância de jams, ruídos e passagens construídas a partir de feedbacks. Não há o formato clássico do heavy metal, e nem do rock, na parte instrumental do disco. Salvo algumas exceções - como "Mistress Dread", onde a banda soa mais próxima do que os seus fãs estão acostumados -, a maioria das músicas caminha por sons que causarão estranhamento ao ouvinte tradicional de heavy metal. Isso, aliado à maneira peculiar de cantar de Reed – recitando as letras, como se estivesse falando -, realça ainda mais essa sensação. Pra fechar, a duração das músicas – todas longas -, faz com que se feche um casulo em torno dos músicos, impenetrável na maioria das vezes.

Ainda assim, algumas faixas funcionam. É o caso de "The View", primeiro single, onde o Metallica soa bastante similar aos álbuns "Load" e "Reload". Já em "Iced Honey" o que temos é um hard rock interessante, que remete ao ótimo "New York", lançado por Lou Reed em 1989.

O que torna a audição do álbum difícil é o excesso de experimentalismo de algumas faixas. Entendendo o objetivo dos músicos – criar uma trilha para uma peça de teatro, traduzindo nas faixas os diferentes momentos e emoções do roteiro -, fica mais fácil absorver as composições. No entento, algumas delas simplesmente não funcionam sozinhas, sem o acompanhamento de atores em um palco imaginário, por mais fértil que possa ser a imaginação de quem está escutando o disco. É o caso de "Pumping Blood" e "Frustration".

Entretanto, em alguns momentos a transição é feita de maneira suave, sem a exigência de uma barreira intransponível entre a música e o ouvinte. Quando isso acontece, somos brindados por boas faixas como "Cheat On Me" - uma tour de force de mais de 11 minutos -, "Dragon" e "Junior Dad", que não só encerra o trabalho como funciona como um fechamento de tudo o que ele propõe.

"Lulu" não é um disco fácil. Ele não foi feito para ser ouvido de maneira casual. É preciso se concentrar, deixar-se levar pelas mãos de Hetfield e Reed através de suas composições. Desafiador, erra em alguns momentos e acerta em outros. É uma espécie de sinfonia repleta de pretensão, que, definitivamente, não será assimilada por quem vive em um universo musical formado somente por rock e heavy metal. Os ouvintes mais curiosos e já habituados com a música clássica, por exemplo, absorverão muito melhor as ideias propostas, já que elas estão muito mais próximas dos conceitos e variações desenvolvidos pelo gênero do que do formato padrão do metal e do rock.

Vai gerar discussão? Vai. Vai receber críticas negativas? Sim, a maioria. "Lulu" mostra que o Metallica, inquieto por natureza mesmo com os milhões de dólares de suas contas bancárias, continua buscando desafios criativos em sua carreira. Essa atitude, que muitas vezes não é entendida pelos fãs, é extremamente saudável, pois mantém a banda viva artisticamente e não apenas como uma enorme empresa da indústria musical, como muitos gigantes por aí. No final, o Metallica sai ganhando ao experimentar novas sonoridades, assim como Reed, que teve um acompanhamento literalmente de peso para as suas letras.

Ouça, e tire as suas próprias conclusões. Para mim, o saldo é mais positivo do que negativo.

Faixas:

CD 1
Brandenburg Gate
The View
Pumping Blood
Mistress Dread
Iced Honey
Cheat On Me

CD 2
Frustration
Little Dog
Dragon
Junior Dad

Whiplash

Review de DVD - Orgulho, Paixão e Glória - Metallica

O DVD "Orgulho, Paixão e Glória – Três Noites na Cidade do México", como o próprio título diz, registra a passagem da banda pela Cidade do México, onde se apresentou em 3 shows lotados no Estádio Foro Sol, em 04, 06 e 07 de junho de 2009, mostrando uma compilação dos melhores momentos desses concertos. Aqui em terras tupiniquins, o material foi lançado inicialmente apenas em sua versão mais simples, um DVD único com 19 faixas, trazendo entrevistas e cenas de bastidores entre as músicas. No entanto, existem outras versões lá fora: DVD e Blu-Ray, DVD e mais 2 CDs, DVD duplo e mais 2 CDs, sendo que os CDs trazem as mesmas músicas do DVD simples original e a versão em DVD duplo com o segundo disco trazendo mais 16 músicas (você não leu errado) pinçadas das variações de setlist que a banda faz a cada apresentação. O disco lançado no Brasil apresenta configurações de som em PCM Stereo e DTS 5.1, com legendas em inglês, português e espanhol. O encarte é um livrete com algumas fotos da banda, o track list e informações técnicas sobre a equipe[bb] de produção.

O material inicia com imagens de fãs oriundos de todas as partes do México, além de outros países, eufóricos com a iminência de assistir a uma apresentação ao vivo dos "Four Horsemen", após um período de 10 anos de ausência da banda no país. Quem esteve nos shows da banda no Brasil encontra nesse registro uma apresentação bem próxima do que foi conferido em Porto Alegre e São Paulo recentemente, com palco, efeitos pirotécnicos e até mesmo interação com o público semelhantes ao que aconteceu por aqui. As diferenças maiores ficam no setlist, que traz algumas modificações a cada show.

Após a clássica introdução "The Ecstasy Of Gold", James e cia atacam seu público com uma tríade composta simplesmente por "Creeping Death", "For Whom The Bell Tolls" e "Ride The Lightning". Desnecessário dizer que, a essa altura, além de provocar vários entorses na audiência, a banda já estava com o jogo praticamente ganho. Não bastasse isso, na sequência emendam com "Disposable Heroes" e "One", esta última precedida de um show de pirotecnia, com explosões e fogos de artifício. O caçula "Death Magnetic" é representado nesse DVD por "Broken, Beat & Scarred", "All Nightmare Long" e "The Day That Never Comes". Há espaço ainda para canções da ‘fase dos Loads’, representada por "The Memory Remains", além de sucessos como "Sad But True" e "The Unforgiven". As músicas escolhidas para representar o fim da primeira parte dos shows formam uma sequência excelente, com "Master Of Puppets", "Fight Fire With Fire", "Nothing Else Matters" e "Enter Sandman". No bis, "The Wait", cover do Killing Joke, abre espaço para os clássicos "Hit The Lights" e "Seek and Destroy".

A banda optou por intercalar alguns blocos da apresentação com imagens de backstage, entrevistas e inúmeros depoimentos de fãs, onde todos exaltam a relação de devoção que têm para com o grupo. Com isso, são geradas desde imagens constrangedoras até outras emocionantes. Podemos acompanhar a trajetória de fãs desde suas casas até o local da apresentação, ver declarações explícitas de amor ao Metallica, assistir a partes de entrevistas coletivas do conjunto e cenas exclusivas no melhor estilo "behind the scenes". É curioso, por exemplo, observar a ascendência que Lars Ulrich tem sobre os demais integrantes da banda, ao influenciar na escolha das mudanças que ocorreriam no setlist poucos minutos antes de uma das apresentações. Engraçado também ver a assistente de produção correndo para imprimir o setlist definitivo, já que a banda resolvia mudá-lo a cada 10 minutos. E mais, pode-se conferir a emoção de alguns fãs sortudos ao encontrar os ídolos para assinaturas de autógrafos e pose para fotos.

A edição do material é frenética, com cortes para outra imagem em sequência impressionante, em alguns momentos até lembrando algumas das edições que Steve Harris faz para os DVDs do Iron Maiden. No entanto, aqui, o ritmo atordoante das músicas combina bem com a agilidade extrema da edição. Até porque a captação sonora do espetáculo e das músicas em si é uma coisa assustadora. Guitarras, baixo e, sobretudo, bateria com o volume absolutamente no talo, fazendo com que você se sinta como um dos felizardos presentes bem em frente ao palco do Foro Sol durante os shows. Há um excesso de imagens da plateia durante a apresentação que pode até incomodar de início. Entretanto, são essas filmagens que melhor ilustram a relação de total comprometimento dos fãs com James e cia. Pode-se até criticar a ausência de extras propriamente ditos no material, já que os tais extras seriam essas imagens que a banda intercala entre as canções. Contudo, o que vale nesse registro (e que certamente foi a intenção da banda) é justamente mostrar o frenesi da passagem do METALLICA pelo México e, acima de tudo, dar ao mundo uma amostra do que o grupo é capaz de fazer quando se coloca sobre um palco.

Dentre as músicas, chama a atenção que as novas canções de "Death Magnetic" se encaixam muito bem entre os clássicos oitentistas da banda. No entanto, os destaques maiores ainda continuam sendo alguns dos clássicos eternos dos thrashers da Bay Area, como a abertura com "Creeping Death" e a essencial "Master Of Puppets", talvez essa o ponto mais alto de todo show que o grupo faça.

Lars Ulrich não faz mais as mesmas linhas que gravou em estúdio, mas encontrou soluções simples e eficientes para continuar ditando o ritmo da banda e, dessa forma, não deixa a peteca cair na execução das músicas. O ‘novato’ Robert Trujillo já mostra segurança e um bom entrosamento com os demais músicos. Kirk Hammett continua solando com competência. Sobre James Hetfield, fica evidente que perdeu muito da agressividade na voz, porém encontrou um caminho eficaz nas mudanças que fez para poder continuar cantando algumas músicas, o que fica mais claro principalmente naquelas onde precisa forçar mais o vocal ou lançar mão de mais agudos, como "Ride The Lightning", "Disposable Heroes" e "Hit The Lights". No entanto, sua performance está longe de comprometer a banda, principalmente se comparada com outras fases, inclusive recentes. Até pelo contrário, James é mais do que nunca o guia que leva a banda e o público para onde deseja, pois sua habilidade como frontman é o principal fator que permite ao Metallica ter a plateia na mão o tempo inteiro. E como guitarrista, James continua um animal selvagem, cada vez mais técnico, sem perder a brutalidade.

"Orgulho, Paixão e Glória – Três Noites na Cidade do México" mostra um Metallica claramente com lenha para queimar ainda. Um título mais do que adequado, já que é exatamente isso que se vê durante toda a execução do material, uma banda com orgulho de tudo o que conquistou, vivendo um momento de glória, atestado pela paixão de milhares de fãs. Se você assistiu a algum dos shows da ‘World Magnetic Tour’, com certeza sentirá uma ponta de saudades daquelas 2 horas na companhia de Hetfield, Hammett, Trujillo e Ulrich. Se não assistiu, está aí uma pedida perfeita para compensar um pouco a perda e ver que os ‘Four Horsemen’ estão mais vivos do que nunca.

Metallica: "Orgulho, Paixão e Glória – Três Noites na Cidade do México"
Universal Music

Tracklist:
The Ecstasy Of Gold
Creeping Death
For Whom The Bell Tolls
Ride The Lightning
Disposable Heroes
One
Broken, Beat & Scarred
The Memory Remains
Sad But True
The Unforgiven
All Nightmare Long
The Day That Never Comes
Master Of Puppets
Fight Fire With Fire
Nothing Else Matters
Enter Sandman
The Wait
Hit The Lights
Seek & Destroy

OBS: abaixo está o tracklist das outras versões conhecidas deste DVD

DVD/ Blu-ray
The Ecstasy Of Gold
Creeping Death
For Whom The Bell Tolls
Ride The Lightning
Disposable Heroes
One
Broken, Beat & Scarred
The Memory Remains
Sad But True
The Unforgiven
All Nightmare Long
The Day That Never Comes
Master Of Puppets
Fight Fire With Fire
Nothing Else Matters
Enter Sandman
The Wait
Hit The Lights
Seek & Destroy

CD 1
The Ecstasy Of Gold
Creeping Death
For Whom The Bell Tolls
Ride The Lightning
Disposable Heroes
One
Broken, Beat & Scarred
The Memory Remains
Sad But True
The Unforgiven

CD 2
All Nightmare Long
The Day That Never Comes
Master Of Puppets
Fight Fire With Fire
Nothing Else Matters
Enter Sandman
The Wait
Hit The Lights
Seek & Destroy

Versão com 2 DVDs e 2 CDs. (Tracklist do DVD 2)
That Was Just Your Life
The End Of The Line
Holier Than Thou
Cyanide
Blackened
Helpless
Trapped Under Ice
Turn The Page
The Prince
No Remorse
Fuel
Wherever I May Roam
Harvester Of Sorrow
Fade To Black
…And Justice For All
Dyers Eve

Whiplash

James Hetfield, andando de Porsche 911 GT3, em Interlagos















"Não vamos nos vender à Live Nation": Lars Ulrich tem razão?

Lars Ulrich afirmou não ter planos de seguir os passos do U2 e assinar um contrato com os produtores da Live Nation, reafirmando que o grupo nunca vai "se vender". O U2 foi uma das primeiras bandas famosas a assinar um contrato com a Live Nation ano passado, em um negócio de 100 milhões de dólares. A companhia atua como gravadora e produtora de eventos, além de administrar a publicidade e os patronícinios de artistas como Madonna, Jay-Z e Shakira.

No entanto, Ulrich disse não estar interessado em entregar o controle da imagem de sua banda à Live Nation, alegando que a companhia não oferece o que os roqueiros precisam. Ele diz: "Não nos vendemos à Live Nation e com certeza não estamos planejando isso. Somos muito sortudos por não precisarmos do que eles nos oferecem para continuarmos sendo o que somos". O baterista também frisa que o Metallica não precisa do apoio de uma grande gravadora para ter seus álbums lançados. Ele acrescenta: "vamos ser diretos... a principal, não única, mas principal função de uma gravadora é atuar como um banco. Quando você tem a sorte de ser bem-sucedido, você não precisa confiar em uma gravadora como nos bancos".

A Live Nation anunciou mês passado que seus executivos começaram uma negociação de fusão a Ticketmaster, uma grande empresa de vendas de ingressos, para criar uma superforça na indústria musical.

Whiplash

Andreas Kisser lista cinco álbuns para conhecer o Heavy Metal

1 - Black Sabbath - Black Sabbath (1970)

Sem o Black Sabbath o Heavy Metal não existiria. Pela primeira vez, aparece uma banda que fala de temas satânicos e que não se importava com as distorções e microfonias da guitarra. O guitarrsita Tony Iommi foi o grande criador de "riffs" clássicos e eternos do estilo. Neste primeiro disco, o Sabbath já mostrava uma atitude diferente de qualquer outra banda. Músicas como a faixa que da nome à banda e ao disco, "NIB" e "The Wizard" abordam temas místicos e com uma violência nunca vista antes. Era o começo de tudo.

2 - Iron Maiden - Killers (1981)

O Iron foi formado no auge da cena Punk em Londres, no meio da década de 70, e o som sofreu muita influência Punk. Liderado pelo baixista Steve Harris, tem características bem diferentes de outras bandas de metal lideradas por outros instrumentistas. O Killers é um álbum que mostra uma música poderosa e de técnica apurada, coisa que as bandas Punk não tinham: o controle do instrumento. O Maiden mostrou o caminho de um metal mais harmonioso, melódico sem perder o peso e a agressividade. "Killers", "Wratchild", "Murders in the Rue Morgue" e "Purgatory" são temas que ainda tem uma força e energia magistral.

3 - Judas Priest - British Steel (1980)

O Judas Priest é uma banda inglesa que veio da mesma cidade que o Black Sabbath, Birmingham, uma cidade industrial, cinzenta e poluída. O Judas começou no início da década de 70 como uma banda de rock, muito influenciada pelo rock americano. Só mais pro meio da mesma década que o som do Judas começou a ficar mais pesado e com vocais mais agressivos e gritados. Foi a primeira banda que assumiu ser Heavy Metal, nas letras, no visual e na atitude. O trabalho dos dois guitarristas, Glenn Tipton and KK Downing é o ponto alto da música da banda. Solos em duetos, abusando da alavanca tremolo, efeitos, muita técnica e beleza. Este disco tem temas eternos como "Breaking the Law", "United" e "Metal Gods".

4 - Metallica - Ride the Lightning (1984)

O Metallica foi a banda que levou o Metal aos extremos da velocidade, peso e agressividade. Composições de estrutura complexa e letras que retratavam mais a realidade ao invés das letras de ficção das outras bandas já citadas. As influências vieram principalmente do Metal britânico e das bandas de Hard Core. Bandas como Motorhead, Saxon, Maiden, AC/DC, GBH, Misfits deram um novo rumo ao guitarrista James Hetfield e ao baterista Lars Ulrich. Junto com o excepcional baixista Cliff Burton, criaram um Metal mais vigosroso, corajoso e inovador. Foi um divisor de águas para o estilo. Pela primeira vez o Metal, de pegada mais extrema, estava lotando arenas pelo mundo. Clássicos como "For whom the bell tolls", "Creeping Death", "Fade to Black" e a instrumental "The call of Kutlu" são exemplos do poder deste disco.

5 - Sepultura - Roots (1995)

Eu sei que pode parecer estranho eu comentar o meu próprio trabalho aqui na coluna mas como isto é uma introdução ao metal eu me senti obrigado a falar deste disco, principalmente em se tratando de misturas musicais. O Roots é um disco que trouxe para o Metal os ritmos e harmonias de parte da música brasileira. O Metal sobrevive porque ele se mescla com vários estilos diferentes, sempre criando algo novo. Usamos a percussão baiana, de berço africano, junto com as danças e músicas da tribo dos Xavantes, que não tem nenhuma influência da música européia ou africana. É um exemplo de que não é preciso perder peso e agressividade quando outros estilos são usados no Metal. Este disco influenciou e inspirou o movimento chamado de "New Metal" com bandas como Korn, Deftones e Slypknot. Músicas como "Atittude", "Ratamahata", "Itsari" e "Roots Bloody Roots" são alguns exemplos desta mistura.

The Complete Metallica

"The Complete Metallica", inaugurando a era do chamado "box digital", será lançada no dia 31 de março, exclusivamente no iTunes, e conterá toda a obra do Metallica.

A "caixa" conterá todos os nove álbuns de estúdio da banda, "Kill 'Em All", "Ride the Lightning", "Master of Puppets", "...And Justice for All", "Metallica", "Load", "ReLoad", "St. Anger" e "Death Magnetic", além de um disco ao vivo e faixas gravadas para a trilha sonora de alguns filmes.


Som "animal"




Os funcionários de um zoológico que cuidam de um trio de elefantes africanos estão tocando Heavy Metal para que eles se comportem melhor.

A equipe do West Midlands Safari Park, em Bewdley, Worcestershire, no Reino Unido, diz que os gigantes adolescentes problemáticos ficam calmos instantaneamente quando ouvem os acordes de lendas do Rock como Black Sabbath, Led Zeppelin, Metallica e Def Leppard.

Mas basta desligar o som durante sua refeição ou banho matinal rotineiro e os agitados adolescentes Jack, Lataba e Five começam a ficar agitados e indóceis.

"Os elefantes adoram. É uma distração tão boa para eles quanto um ótimo meio de mantê-los calmos", diz o tratador Bob Lawrence.

Metro.co.uk

Metallica: 22 anos sem Cliff Burton

Master Of Puppets
Metallica
Master Of Puppets
Elektra Records
1985


Nova faixa do álbum Death Magnetic: Cyanide



Novo clipe do Metalllica: The Day That Never Comes



Metallica finaliza novo álbum

O Metallica anunciou, em mensagem publicada em seu site (www.metallica.com), no último domingo, que "Death Magnetic", seu novo disco, foi concluída. A banda também divulgou as datas da turnê que promoverá o álbum.

O CD será lançado mundialmente no dia 12 de setembro. Esse é o primeiro álbum do Metallica desde 2003, quando lançaram "St. Anger".

No final de agosto, o primeiro single do disco, "The Day That Never Comes", ganhará as ruas - e as telas e monitores, com o seu vídeo.

A nova turnê da banda começará no dia 21 de outubro e subirá aos palcos de grandes espaços, como estádios e ginásios.

Até o momento, o Metallica só divulgou datas de suas apresentações nos Estados Unidos e Canadá.

Fonte: Kiss FM

Veja capa do novo CD do Metallica

O Metallica divulgou a capa de seu novo disco, 'Death magnetic', que justamente emula um caixão que também seria um campo magnético. O nono disco de estúdio da carreira da banda californiana vai ser lançado no mês de setembro.

Foi produzido por Rick Rubin, que já produziu Slayer, Beastie Boys, Johnny Cash e Red Hot Chili Peppers.

Fonte: Kiss FM