O empresário brasileiro ainda não está acostumado a planejar. E isso no mundo virtual tem se revelado um erro crucial, especialmente para as micro e pequenas empresas. Dados de entidades que acompanham o setor revelam que cerca de 60% das lojas abertas na internet não duram mais do que 12 meses.
Isso acontece, principalmente, porque os microempresários lançam as suas operações virtuais sem conhecer as peculiaridades desse segmento e sem uma estratégia que atenda às expectativas desse perfil de cliente. “É um padrão de comportamento similar ao do mundo real. As empresas de menor porte entram despreparadas no mercado eletrônico e acabam sucumbindo”, lamenta Pedro Guasti, diretor-geral da e-bit, empresa de informações de comércio eletrônico.
Estima-se que existam pelo menos 60 mil micro e pequenas no e-commerce brasileiro, sendo 5 mil formalmente estabelecidas. Elas faturam R$ 2 bilhões, do total de R$ 10,8 bilhões movimentados no ano passado. A briga é contra gigantes. Há uma concentração dos grandes grupos no País na web, com 50 empresas abocanhando 90% do faturamento geral.
“Quando abre uma loja no seu bairro, o empresário pelo menos tem alguma noção do que as pessoas esperam. Já na internet é tudo maior e qualquer estratégia errada de preço ou posicionamento pode ser fatal”, observa o diretor-executivo da Câmara e-net, Gerson Rolim.
Além disso, dependendo do perfil da operação convencional que possui, o microempresário não está acostumado a se preocupar com questões como marketing, logística confiável e formas de pagamento, estratégias que não podem faltar no mundo online. Se uma loja virtual não oferece, por exemplo, a opção de pagamento através do cartão de crédito, perde praticamente 80% dos consumidores, já que esta é a modalidade mais usada pelos usuários.
Antes de começar uma operação online, é preciso montar um plano de negócios. A partir desse estudo, o gestor vai investigar e entender previamente o mercado no qual vai atuar, onde encontrará o seu público, o produto que irá vender e os investimentos necessários. “Comércio eletrônico não é videogame. É uma iniciativa empresarial que exige investimentos e muita atenção”, alerta o consultor em e-commerce Alberto Valle, acrescentando que uma loja virtual não se vende e não se administra sozinha.
Uma loja virtual de pequeno porte pode ser montada com investimentos a partir de R$ 10 mil, o que atende às necessidades iniciais de tecnologia, com a escolha de uma plataforma para a venda de produtos e ações iniciais de divulgação.
Já quando o assunto é o posicionamento de mercado, uma dica é tentar fugir dos nichos atendidos pelos gigantes do e-commerce brasileiro, como Submarino, Lojas Americanas e Casas Bahia. “É importante escolher um nicho. Se a ideia é vender livros, então se especialize em livros esotéricos ou de fotografia”, exemplifica. Isso é importante porque as lojas de menor porte não conseguem competir com as grandes no frete oferecido.
Principais erros cometidos
Falta de planejamento: Muitos empreendedores subestimam a complexidade do comércio eletrônico. Isso se reflete em um aumento de custos operacionais com redução de margens de lucro e consequente perda de competitividade.
Falta de foco: É muito comum abrir uma loja virtual para vender de tudo. Isso não funciona para o pequeno e médio empresário. A tendência do mercado virtual é cada vez mais se concentrar em nichos de mercado e conseguir excelência nesses segmentos. A competição com as grandes redes é inviável.
Improviso na modelagem do negócio: Ótimos projetos de e-commerce podem fracassar em função da escolha errada da plataforma. Outro erro é optar por uma solução improvisada de serviço de otimização para ferramentas de busca.
Mão de obra não qualificada: Gerenciar uma loja virtual requer mais que conhecimento sobre navegação na internet. O gerenciamento e a manutenção de uma loja virtual exigem conhecimento em diversas áreas como marketing digital, otimização para ferramentas de busca e monitoramento de tráfego.
Divulgação ineficiente: Boa colocação em ferramentas de busca, anúncios em sites de comparação de preços e presença atuante nas redes sociais são hoje em dia instrumentos decisivos para o sucesso de um negócio virtual.
Fraudes nos pagamentos online: Uma boa estrutura nas formas de pagamento online, principalmente no caso de cartões de crédito, é indispensável para qualquer lojista virtual.
Falta de monitoramento: Toda loja virtual precisa ter seus dados constantemente monitorados para que a administração possa saber o que realmente está acontecendo no negócio.
Jornal do Comércio
Falta de preparo leva lojas virtuais ao fracasso
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Publicado: domingo, 6 de junho de 2010 às 06:51
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