O narrador Galvão Bueno convidou Ayrton Senna para assistir junto com ele à partida da seleção brasileira contra um combinado entre PSG e Bordeaux, em abril de 1994, dias antes da corrida em Ímola. O piloto foi chamado para dar o pontapé inicial da partida e foi aplaudido no gramado.
O documentário mostrou depoimentos de membros da seleção brasileira de 1994 falando sobre Ayrton Senna. Carlos Alberto Parreira disse que conversou com o piloto naquele jogo e disse: "nós vamos ganhar os tetras este ano, você na Fórmula 1 e eu na Copa", lembrou o treinador.
O Brasil não ganhava a Copa do Mundo desde 1970, um jejum de 24 anos, período marcado pelas conquistas do automobilismo brasileiro na Fórmula 1. Todos os campeonatos mundiais dos pilotos do Brasil foram conquistados nesse período.
Ayrton Senna fez um pacto com os jogadores durante uma conversa, antes da partida na França, mas morreu no dia 1° de maio de 1994, pouco mais de um mês antes da abertura da Copa do Mundo nos EUA.
A última parte do documentário lembrou os derradeiros anos de Senna na McLaren, o domínio da Williams em 1992 e 1993, mas também as corridas incríveis com carros inferiores, como o GP de Mônaco de 1992, quando segurou Nigel Mansell até o fim, e o GP da Europa de 1993, em Donington Park, quando largou em quarto lugar, caiu para quinto logo na saída e completou a primeira volta na liderança, deixando para trás Alain Prost, Damon Hill, Michael Schumacher e Karl Wendlinger.
Pilotos que fizeram parte da Fórmula 1 depois da "era Senna" também deram depoimentos. O australiano Mark Webber, que deixou a categoria no passado, recordou a volta incrível de Donington. "A gente sempre vai lembrar de Donington, quando ele fez todo mundo parecer um idiota passando aquelas Williams", afirmou.
"Foi um momento incrível assistir àquela corrida, eu era muito pequeno", disse Lewis Hamilton. Chefe da Williams de Alain Prost e Damon Hill, Patrick Head lembrou as dificuldades de enfrentar Senna naquele fim de semana. "Foi um fim de semana que eu quero esquecer, ele me deu muita dor de cabeça", afirmou.
A conquista do tricampeonato de 1991 também foi lembrada. O austríaco Gerhard Berger, companheiro de Senna na McLaren, lembrou da vitória conquistada no GP do Japão após o brasileiro abrir passagem na reta final. E não gostou. "Eu me posicionei na segunda posição e pensei que ele também tinha problemas, mas aí eu passei e venci com ele me deixando. Eu não queria aquilo, eu não queria presentes", disse Berger.
A produção também mostrou depoimentos de amigos e jornalistas que participaram da cobertura da morte da Ayrton Senna. Galvão lembrou que teve que sair da cabine algumas vezes durante a transmissão ao vivo do GP de San Marino para respirar, deixando o trabalho com Reginaldo Leme por alguns minutos.
O editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner, era apresentador do Jornal Hoje na época do acidente. Coube a ele a transmissão do cortejo que levou o corpo de Ayrton Senna pelas ruas de São Paulo. Bonner se emocionou ao lembrar do dia da morte e da cobertura.
"A Fátima adora ver corrida de Fórmula 1 desde a largada. Eu cheguei na sala, ela disse assim 'aconteceu alguma coisa'... vai ser difícil", emocionou-se William Bonner, ao relembrar, sem conseguir continuar o relato sobre a morte.
Bonner, mais adiante, falou sobre o momento mais complicado da cobertura dos funerais. "Foi um dos trabalhos mais difíceis que eu fiz na vida. E o caixão estava sendo retirado, e entrou o corte de um policial chorando. Aí eu desmontei, eu parava, respirava, voltava a narrar", disse.
Confira os outros episódios da série:
Episódio 1 - O Início do Mito
Episódio 2 - Lotus, Mclaren e o Primeiro Título
Episódio 3 - A rivalidade com Alain Prost e a dedicação ao trabalho
Episódio 4 - O tricampeonato, as últimas vitórias e a morte em Ímola