Em Araraquara, o dono de um posto de gasolina ganhou um processo judicial contra Émerson Fittipaldi, que havia feito uma conta no posto para abastecimento dos veículos de sua fazenda, mas os valores não foram quitados. A dívida chegou a 60 mil reais.
"Émerson sequer recorreu. Provamos a dívida existente, que subiu para 75 mil reais, com juros e outras correções. Agora solicitaremos a penhora dos bens", declarou Sérgio Poltronieri Júnior, advogado do dono do posto de gasolina de Araraquara.
Os bancos Bradesco, ABC, Safra, HSBC, Banco do Brasil e Itaú entraram com ações na Justiça, pedindo ressarcimento por créditos bancários feitos ao piloto. Os empréstimos dos bancos foram concedidos à empresa do piloto, a EF Marketing e Comunicação Ltda.
O Banco ABC cobra 393 mil reais por créditos concedidos ao ex-piloto. O Itaú pede mais de 400 mil reais. Com o banco Safra, as cifras são de 747 mil reais. O Banco do Brasil move mais de 10 processos contra Fittipaldi. Em uma das ações, o valor da causa é de R$ 3,455 milhões.
Diante da impossibilidade de arcar com todos os valores pedidos, a Justiça de São Paulo determinou a penhora dos bens de Émerson Fittipaldi, como um imóvel do ex-piloto e a quantia bancária de pouco mais de 2 mil reais.
Até mesmo os carros da antiga equipe Copersucar Fittipaldi, e o IndyCar #20 da Patrick Racing, com o qual Émerson foi vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 1989, foram levados do escritório que o ex-piloto mantém, na Avenida Rebouças, em São Paulo. Os troféus ganhos ao longo da carreira também foram penhorados.
Os contratos publicitários de Émerson Fittipaldi também foram penhorados, só que, na tentativa de busca, nenhum deles acabou encontrado. A Justiça também foi à fazenda de laranja de Fittipaldi em Araraquara. Por estar largada e abandonada, suas frutas não puderam ser aproveitadas.
Atualmente, a fazenda foi arrendada para o plantio de cana-de-açúcar. Nesta cidade do interior de São Paulo, o ex-piloto foi proprietário de três empresas, mas apenas uma ainda pertence a ele.
Das dez empresas que fazem parte de Émerson Fittipaldi, com sede em São Paulo, muitas delas nem existem mais, como a Sports International Marketing. No entanto, para todas elas, há pedidos de penhora, duplicatas e hipotecas, que somam dívidas avaliadas em 27 milhões de reais. Os credores entraram na Justiça exigindo o pagamento pelas prestações de serviços.
Em dezembro, foram bloqueados 393 mil reais de suas contas bancárias, mas, nas 26 que estão no nome do ex-piloto, foram encontrados apenas R$ 256,13. Outro pedido de bloqueio surgiu em março do ano passado. A Justiça reteve R$ 8.500,00 de uma dívida de mais de 2,6 milhões de reais.
Oficiais de Justiça estiveram em um dos endereços do piloto, onde funciona um dos escritórios, que também era uma espécie de museu. A primeira visita aconteceu no fim do ano passado.
Funcionários especializadas em desmontar carros de corrida foram chamados para guinchar os bólidos da Copersucar Fittipaldi, única equipe brasileira na história da Fórmula 1, e o carro da Indy. Réplicas, quadros, e até cadeiras, foram levadas pela Justiça.
A reportagem revela que as dívidas do ex-piloto começaram com a criação da equipe da Fórmula 1, nos anos 1970. Além disso, as dívidas também se acumularam quando Émerson Fittipaldi se envolveu na organização do Campeonato Mundial de Endurance (WEC) para a realização das 6 Horas de Interlagos. Émerson ficou devendo à grande parte das empresas contratadas, desde catering (alimentação), informática, sinalização, até assessoria de imprensa.
Émerson Fittipaldi está numa situação de falência, ou seja, o ex-piloto é um devedor que não tem como saldar suas dívidas. O próximo alvo da Justiça, agora, são os bens que Émerson Fittipaldi possui no exterior, e que podem ser repatriados para a quitação das dívidas. Émerson tem vindo raramente ao Brasil.
Pelo menos quatro empresas estão na Justiça pedindo o pagamento dos serviços prestados ainda na edição de 2014 da corrida de resistência. Os valores requeridos ultrapassam os 500 mil reais.
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