A ideia para construir o carro surgiu durante uma viagem à Itália, em 2009, ao ver alguns carros elétricos. Dresch aproveitou para visitar fábricas e, mesmo sem conseguir detalhes de construção nem ter formação superior específica, decidiu criar o seu veículo movido à propulsão elétrica.
"Decidi que queria um carro elétrico compacto para uso próprio. Pedi ajuda a um amigo engenheiro e outro mecânico e, em quase um ano, terminamos o carro", conta Dresch, que já foi apelidado de "Henry Ford do Vale do Taquari".
Um molde em tamanho real foi feito de papelão, depois em madeira, após, revestido de fibra, e ganhou estrutura de aço. "Quando ficou pronto, fui entrar no carro e não consegui. A porta tinha ficado pequena. Tivemos de cortar a parte da frente e aumentar o comprimento em uns quinze centímetros", relembra o inventor.
Com investimento total de R$ 40 mil, no final de 2010, o modelo estava pronto, pintado em "vermelho tangerina", coloração denominada assim por Dresch. Tinha farolete de moto pequena, espelho de caminhão cortado ao meio e catorze baterias de jet ski, carregáveis em qualquer tomada de 110 ou 220 volts. Ao custo de R$ 2,00, uma carga de duas horas rende até 200 km de autonomia.
Os bancos, que eram de um Chevrolet Meriva sinistrado em um acidente com capotamento, foram revestidos em couro vermelho e branco. As portas não possuem maçanetas, são abertas por controle remoto. O motor elétrico, que produz 5 CV de potência máxima, é capaz de levar os 295 kg do JAD aos 70 km/h de velocidade máxima. Como o veículo não polui, é isento de IPVA.
"Esse aqui tu estacionas em qualquer lugar, porque ocupa o espaço de uma moto no estacionamento oblíquo e cabem três no lugar de uma vaga de carro tradicional", relata João.
Com aparência mais esportiva e com o prata substituindo o antigo "vermelho tangerina", o JAD2 ficou maior, em vez de 1,95 metro de comprimento, o veículo de dois lugares tem 2,5 metros, mas continua com 1,20 metro de altura e 1,05 metro de largura. A mudança tem como objetivo facilitar futuras adaptações de baterias, já que a tecnologia se renova a cada ano.
O carro também ganhou motor mais potente, vindo de uma empresa de Santa Catarina, e caixa de câmbio, com desenvolvimento próprio. Outros detalhes e modificações são guardados a sete chaves.
Com o novo protótipo pronto, os empreendedores, que já abriram a empresa Precede Automotive, com sede em Teutônia, no Vale do Taquari, estão na fase de estudo de viabilidade econômica. Depois disso, o próximo passo é escolher quais serão os investidores, pois não foram poucos os interessados, inclusive do exterior, que procuraram os desenvolvedores desde o início de 2014. O invento ganhou as páginas das principais publicações do setor automotivo do Brasil, e foi parar, ao vivo, no programa "Mais Você", de Ana Maria Braga, da Rede Globo.
O trabalho de gestão do novo projeto está sendo desenvolvido em Teutônia, enquanto a equipe de engenharia e desenvolvimento está sediada em Caxias do Sul, na Serra, com ajuda da Incubadora Tecnológica da universidade local, a UCS. O município que sediará a futura fábrica, no entanto, ainda não foi definido, pois depende do estudo de viabilidade e da definição do investidor.
Ficha técnica
Tamanho: 1,20 metro de altura, 1,05 metro de largura e 2,50 metro de comprimento
Peso: 295 kg
Capacidade: duas pessoas
Motor: elétrico, 5 CV de potência, com rolamento especial
Velocidade máxima: 70 km/h
Freios: a disco nas quatro rodas
Alimentação: 14 baterias de gel, vida útil de até cinco anos
Autonomia: até 200 km/h para uma carga de duas horas
Câmbio: não possui, marcha a ré por um botão, que inverte a polaridade do motor
Custo de rodagem: cerca de R$ 0,10 por quilômetro
Valor: entre 15 e 18 mil reais
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