Como funciona o sistema de injeção eletrônica do "difusor soprado"

O "Hot Blowing", "difusor aquecido", "difusor soprado", enfim, uma solução de engenharia que aproveita os gases provenientes da queima da mistura ar-combustível para gerar fluxo aerodinâmico no difusor de ar traseiro, moldando os canos de descarga de forma que direcionem o monóxido de carbono para dentro da estrutura do difusor, foi inventado pela Red Bull Racing, aproveitando um sistema de injeção eletrônica projetado pela Renault, e gerou polêmica desde o início de 2011, chegando a ser banido e permitido num mesmo GP, o da Inglaterra.

Este sistema de injeção eletrônica modificado, para os leigos, parece ser bastante complexo, mas é extremamente simples. A imagem abaixo (clique nela para ampliá-la) explica o processo de forma bastante intuitiva.

A coluna da esquerda explica os momentos de aceleração plena (throttle open). A abertura do cilindro está totalmente aberta, permitindo que o máximo de mistura ar-combustível possa adentrar o espaço entre o pistão e o cabeçote.

A coluna do meio mostra um sistema de injeção eletrônica tradicional, que fecha totalmente a abertura de admissão do cilindro enquanto o acelerador não é pressionado. Isso ajuda na economia de combustível, já que nada é queimado durante esse período de "cut-off", o que não acontece em motores com carburadores.

Alguns motores modernos, como o V8 do novo Chevrolet Camaro, possuem um módulo que "desliga" alguns cilindros (no caso, quatro), cessando o envio de combustível a eles, fazendo com que eles trabalhem "secos", somente sendo lubrificados, não havendo combustão. É como se o motor passasse a ter apenas quatro cilindros, até o momento que o motorista pise fundo no acelerador, exigindo mais potência. Daí, a injeção eletrônica automaticamente "religa" os cilindros "ociosos", e o motor passa a trabalhar em sua total capacidade.

Já na coluna direita, o comportamento do piloto é o mesmo, ele não está pressionando o acelerador, mas o sistema de injeção eletrônica é mapeado para enviar uma certa quantidade de mistura ar-combustível, continuando a gerar monóxido de carbono para gerar downforce suficiente para que não haja desequilíbrio do carro no momento da frenagem, por exemplo, e no momento da negociação de curvas, dependendo do estilo dos pilotos, se dosam freio e acelerador com os dois pés, acelerando e gerando gases para o difusor, ou se usam apenas um pé para frear e acelerar, como é o caso de Rubens Barrichello.

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