Brasil, 100

Rubens Barrichello surpreendeu. Fez uma corrida fantástica, superando, no braço, os bólidos da McLaren, e contando com uma ajudinha da sorte, em razão de um pit-stop mal feito de Lewis Hamilton, conquistou sua décima vitória na carreira, e a centésima de um brasileiro na Fórmula 1.

Demorou para a vitória de número cem acontecer na categoria máxima do automobilismo, e coube esta conquista ao piloto que mais vezes largou em um Grande Prêmio na história da Fórmula 1, com 282 GP's (278 largadas).

Ele, mais do que todos, sabia que esta vitória só dependia dele. Precisava ficar na cola de Heikki Kovalainen e Lewis Hamilton, e assim o fez, apesar dos carros da McLaren serem praticamente novos, com a crescente evolução do último mês, além de estarem equipados com o KERS, que parece não ter surtido efeito, apesar deste circuito ter longas retas e no momento da largada, quando o artefato é mais utilizado.

Rubens fez uma prova de campeão, a la Schumacher. Andou como um relógio. Foi mais lento quando precisava, fez voltas de classificação quando era necessário. Teve sorte, é verdade, mas, com a maré de azares que sofreu ao longo da carreira, o atraso da troca do pneu dianteiro esquerdo, no segundo pit-stop de Lewis Hamilton, realizado antecipadamente, depois de uma mudança de estratégia da equipe de Woking, serviu apenas como o complemento de uma esmagadora performance do piloto brasileiro, e conquista sua décima vitória, quatro anos, dez meses e 28 dias depois de sua última, no Grande Prêmio da China, em 2004.

Confesso, estava torcendo para que Barrichello levasse o maior troféu para casa, por causa da sua performance. Quando Lewis Hamilton teve o problema no segundo pit-stop, era este último ingrediente que faltava para que Rubens conquistasse a vitória. O seu pit-stop também teve que ser realizado antes do previsto, já que Kazuki Nakajima teve um pneu estourado, deixando pedaços de borracha na pista, podendo provocar um safety car. A equipe chamou o brasileiro imediatamente para os pits, e precisava fazer um trabalho perfeito. E assim o fez, com um pit-stop de 6,8 segundos, entregando Rubens de volta à pista em 21 segundos. Barrichello voltou à pista à frente de Hamilton, e assim, conquistar sua décima vitória, a centésima brasileira na Fórmula 1.



Contudo, a duas voltas do final, uma lembrança me veio à cabeça: Rubens Barrichello prometeu, no Twitter, que dançaria o moonwalk caso vencesse uma prova. Não gostaria nunca de ver esta cena, mas não torci veemente que ele tivesse algum problema que o tirasse da prova, apenas que ele não se lembrasse desta idiotice. Ufa, livramo-nos dessa, mas da "sambadinha" nunca escaparemos...

Parabéns, Rubens Barrichello!

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