Motor experimental GDCI da Hyundai à gasolina funciona sem velas de ignição

Hyundai GDCI Engine
Os motores a diesel queimam o combustível usando compressão e calor, sem que seja necessário o uso de velas de ignição. Com os motores à gasolina ou etanol é diferente: é necessário um sistema elétrico para produzir fagulhas que queimam a mistura ar-combustível.

Agora, um conceito de motor criado pela Hyundai, em parceria com a Delphi, pode pôr fim às velas de ignição nos motores à gasolina: trata-se do Gasoline Direct-Injection Compression Ignition (GDCI), que utiliza do mesmo princípio dos motores a diesel, comprimindo a mistura ar-combustível pré-aquecida para queimá-la sem a necessidade de fagulhas.

Engenheiros de várias montadoras estudaram esta alternativa durante mais de uma década. Recentemente, a Hyundai e a Delphi testaram este sistema em um motor 1.8 quatro cilindros de 180 CV de potência, alcançando 4.500 RPM de rotação máxima.

Quando dois carros serão testados com o motor GDCI ainda este ano, deverá ficar mais claro se é possível a combinação da eficiência do diesel com a conveniência da gasolina.

O motor experimental GDCI da Hyundai é equipado com injeção direta, comando de válvulas variável, turbocompressor, supercharger e sistema de recirculação dos gases do escapamento.

Internamente é que estão as maiores mudanças: os pistões são diferentes dos normais, com cavidades no topo, onde a mistura ar-combustivel, é comprimida e entra em combustão instantaneamente, sem a necessidade de uma fagulha.
Hyundai GDCI Engine Piston Detail
O motor GDCI consegue a auto-ignição da mistura ar-combustível pela mistura do ar com quantidades cuidadosamente controladas de gases provenientes do escapamento, seguida de uma compressão para dentro de cada cilindro, a uma taxa de 14.8:1.

A injeção de uma pequena dose de gasolina pouco antes do ponto morto superior, e o esguicho de combustível logo após este ponto, produz pressões no cilindro que se elevam muito mais suavemente do que nos motores a diesel.

Isto melhora a eficiência em 10 a 15%. A perda mínima de calor pelas paredes do cilindro, sem estrangulamento, e o grande índice de expansão, tornam a eficiência da gasolina comparável à do diesel.

A pressão do combustível no motor GDCI é semelhante à de qualquer outro propulsor à gasolina, um quinto do que é necessário em um motor a diesel, gerando uma grande economia de custo, perdas mais baixas e um funcionamento mais silencioso que um motor a diesel. O supercharger comprime o ar de admissão em baixas rotações, enquanto há o lag do turbocompressor, quando não há gases de exaustão em pressão suficiente para colocá-lo em funcionamento.

O que sai das câmaras de combustão é um gás mais limpo, já que não apresenta partículas encontradas no diesel, e a gasolina é queimada em uma temperatura menor.

Como o gás que sai pelo escapamento não é tão poluente, a eficiência do catalisador padrão de três estágios é diminuída. A solução para isso é colocar um segundo catalisador de oxidação, para diminuir as emissões de monóxido de carbono e hidrocarbonetos.

Postar um comentário