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Chico Landi: "Aprendi a correr num Chevrolet 1928".

"Aprendi a correr num Chevrolet 1928." Chico Landi.

Em 1925, aconteceram dois fatos muito importantes para o automobilismo mundial. Chico Landi tirou carteira de motorista e a GM se instalou no Brasil.

Nessa época, a GMB iniciou uma pequena fábrica no Ipiranga e Chico Landi era congregado de uma grande oficina do Lago do Arouche.

Trës anos depois, Chico Landi comprou um Chevrolet 28, quatro cilindros, conhecido até hoje como Chevrolet Cabeça de Cavalo.

Desse dia em diante ele começou a viver a história que vai contar agora.

"Aprendi a correr naquele Chevrolet 28 (4 cilindros, conhecido até hoje como Chevrolet cabeça de cavalo). No início tirava rachas que valiam 5 mil réis ao vencedor, numa época em que a lata de gasolina com 18 litros custava 2 mil réis.

Estreei oficialmente em 34, mas minha primeira vitória foi em 35, na Corrida do Chapadão: a pista tinha mais buracos que asfalto, em vez de guard-rails, usavam fardos de alfafa, a roupa protetora era uma camisa de mangas curtas, um blusão de couro e um par de óculos escuros, mas fiz um média de 135 km/h.

Corri de 34 a 72 dando mais importância ao esporte do que à vitória. Na época da guerra, faltava gasolina mas não faltava vontade. Peguei um Chevrolet 41, coloquei um gasogênio e fui campeão três anos seguidos : ganhei a Niterói–Campos, a Rio–Petrópolis e a corrida de Pampulha . Nos Grand-Prix eu corria com Ferraris e Masseratis.

Vivia na Itália mas de vez em quando vinha ao BRasil para ficar num sítio que eu tinha em São Roque. Numa dessas vindas preparei uma carreteira Chevrolet e venci as segundas Mil Milhas Brasileiras: chassi chevrolet 34, motor Corvette 8 Cilindros e o maios espetáculo de carreteira que Interlagos já viu.

Correr com ela foi tão emocionante quanto ganhar o Grand-Prix de Bari competindo com o Príncipe Bira, Nuvolari, Villorezi, Ascari, Farina, Caraciolla e Chiron.

Em 1960, com um Oldsmobile de passeio, fiz outra das corridas mais emocionantes da minha vida: levei minha mulher às pressas para a maternidade onde nasceu minha filha.

Hoje, recebo convites mas não corro mais.

Se um garoto sair mal numa curva vão dizer que é ousadia; se eu sair, é velhice. Por isso, prefiro ficar na minha oficina preparando Opalas de competição e batendo papo com a rapaziada.

Sabe, 50 anos de automobilismo no Brasil dão pra gente ter assunto que não acaba mais.

Pergunta pro pessoal da GMB."

General Motors. 50 Anos de Brasil.