O carioca Antônio Carlos nasceu em 1941, no Morro da Cachoeirinha, zona norte do Rio de Janeiro. Filho de empregada doméstica, passou parte da infância em um colégio interno, onde se profissionalizou como mecânico. A juventude foi nos quartéis, onde foi recruta da Aeronáutica durante oito anos.
Mas Mussum estava fadado aos palcos. Apaixonado pela Estação Primeira da Mangueira, quando jovem, sonhava com a música. Com seu reco-reco, participou da fundação do grupo Os Originais do Samba, conunto de muito sucesso nas décadas de 1960 e 1970, o que lhe possibilitou conhecer vários países do mundo.
Nos bastidores de um dos programas televisivos onde os Originais do Samba se apresentaram, o ator Grande Otelo apelidou o sambista tímido de Mussum, o nome que marcou a história de Antônio Carlos Bernardes Gomes.
Seu jeito caricato logo chamou atenção. Foi Chico Anysio que o incentivou a falar palavras trocando a última letra com a sequência "is", e isso se tornou a marca registrada de Mussum. Em 1973, Dedé Santana e Renato Aragão o chamaram para a trupe dos Trapalhões.
Com o sucesso da TV, o novo humorista teve de abandonar o samba dos Originais para a promissora carreira cômica. Os Trapalhões passaram pelas TVs Excelsior, Tupi e Record, até chegar à TV Globo, em 1977. Mussum, malandro, boêmio, afável e de linguajar fácil, era um dos personagens mais caricatos do programa.
Mussum participou dos programas de TV dos Trapalhões por mais de vinte anos, além de quase trinta filmes e mais de dez discos com o grupo. Mussum também lançou três discos de samba em carreira solo. Com o falecimento de Zacarias em 1990 e Mussum em 1994, o grupo perdeu fôlego e Renato Aragão encerrou a trupe Os Trapalhões em 1997.
Com o crescimento da internet, as esquetes estreladas por Mussum voltaram a povoar o imaginário dos brasileiros. Seus vídeos curtos se espalham por toda a internet. Derivando de seu linguajar, memes usando a sua imagem viralizam todos os dias pela rede.
Em junho, foi lançada a biografia "Mussum Forévis – Samba, Mé e Trapalhões", escrita pelo jornalista Juliano Barreto.
Link do vídeo: www.ebc.com.br/cultura/2014/07/ha-20-anos-brasil-perdia-a-alegria-de-mussum