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Review de CD: III - Chickenfoot

Capa do ÁlbumPra começo de conversa, a música do grupo está mais swingada, tem mais groove, está mais malandra. O alto astral se mantém lá em cima, naquela sonoridade ensolarada característica de todo trabalho que envolve Sammy Hagar. Ao invés de seguir um caminho semelhante ao do primeiro disco, a banda inseriu, corajosamente, elementos de outros gêneros em sua música, como pop, soul e blues, em uma variação que surpreenderá o ouvinte. Dessa maneira, "Chickenfoot III" é um trabalho inesperadamente diversificado, o que poderá decepcionar um pouco quem está esperando um cópia do debut.

A qualidade e a experiência de Hagar, Satriani, Anthony e Smith é um diferencial tremendo, e juntar os quatro em uma mesma banda é covardia. Assim, tudo exala um bom gosto e uma classe difíceis de serem encontradas por aí. Sammy continua sendo uma dos melhores vozes do hard rock, cantando de maneira brilhante. Michael, além de um baixista inquestionável, é dono de um dos melhores backing vocals do som pesado. A banda sabe disso, e usa esse fator a seu favor. E Chad Smith impressiona por tocar, mais uma vez, de uma maneira totalmente diferente daquela que estamos acostumados a ouvir no Red Hot Chili Peppers, reinventando-se de uma forma possível apenas para quem é grande em seu instrumento.

O mais legal no Chickenfoot, porém, é poder escutar um músico do gabarito de Joe Satriani, inegavelmente um dos maiores guitarristas da história, acompanhado por uma banda de verdade e não apenas gravando discos solos instrumentais. A técnica de Satriani é inigualável, e vê-lo usando tudo o que sabe nas composições do Chickenfoot, respeitando as dinâmicas de cada músico e assumindo o protagonismo na hora certa, é sensacional. Ainda sobre a guitarra, vale um comentário: o timbre de Satriani no disco é de outro mundo, com doses certeiras de distorção, porém mantendo um som mais limpo em seu instrumento, que sai das caixas de som de forma cristalina.

Quem curtiu o primeiro disco irá adorar as ótimas "Alright, Alright", "Up Next" e "Big Foot". A banda surpreende ao entrar sem medo no território do soul em "Come Closer", e o resultado é muito positivo. "Dubai Blues", com sua estrutura feita sob medida para a inserção de jams nas apresentações ao vivo, mostra o quarteto em um blues rock clássico, enquanto "Something Going Wrong" é outra surpresa e tanto, uma belíssima faixa contemplativa construída com violões e banjos. Merece menção também "Three and a Half Letters", cuja letra retrata o delicado momento econômico vivido pelos Estados Unidos através de trechos de cartas enviadas pelos fãs para a banda. Sem dúvida, uma maneira inusitada de tratar de um problema que preocupa não apenas os norte-americanos, mas todo o mundo.

"Chickenfoot III" é um excelente disco. Diferente da estreia, com certeza, e por isso mesmo, em diversos momentos, tão surpreendente. O legal é que ele sairá por aqui via Hellion Records, que também lançará o primeiro álbum do quarteto, até então inédito no Brasil, em uma caprichada edição dupla cheia de bônus.

Quem gosta de música, tem que ouvir!

Faixas:
Last Temptation
Alright Alright
Different Devil
Up Next
Lighten Up
Come Closer
Three and a Half Letters
Big Foot
Dubai Blues
Something Going Wrong
(Hidden Untitled Bonus Track)

Whiplash

Assista ao clipe de "Big Foot", do álbum "III", do Chickenfoot


Ouça o single do Chickenfoot, "Big Foot", do álbum "Chickenfoot 3", que deverá ser lançado no dia 27 de setembro


Review de CD - Chickenfoot - Chickenfoot

Juntar numa banda músicos de peso para um projeto em comum, usando de seus nomes e prerrogativas musicais numa atmosfera pronta de marketing... Fórmula velha. Porém o som é novo e de altíssima qualidade o que torna uma grata surpresa ouvir o CD de lançamento da banda Chickenfoot.

Primeiro porque Joe Satriani usou de todo seu feeling para não fazer com que os solos ficassem longos demais, estão na medida certa. A Azeitona do Dry Martini.

Segundo porque, ainda que a voz omnipresente de Sammy Hagar nos lembre Van Halen (não há como não pensar nisso de cara) depois de ouvir todo o álbum você nota o tênue, porém significativo, divisor de águas.

Terceiro porque é muito legal músicos juntarem-se em projetos como este pra mostrar sua diversidade. É como tocar com amigos que não são da mesma banda em uma festa qualquer, mas gravar um CD ou fazer um DVD dessa reunion.

As músicas da Chickenfoot tem uma pegada forte na identidade própria da banda que, devido a junção de músicos de peso, só poderia dar em sonzeira.

E o supergrupo traz o baixista Michael Anthony e o vocalista Sammy Hagar, ex-integrantes do Van Halen, na comissão de frente. Além das duas estrelas, o Chickenfoot conta ainda com Joe Satriani na guitarra e o baterista Chad Smith, de 'férias' do Red Hot Chili Peppers.

O CD abre com "Avenida Revolution", uma canção de melodia pesada e soturna de solo curto porém marcante e os inconfundíveis gritos de Hagar que nos preparam pro que ainda virá.

"Soap On A Rope" é a canção em que Chad Smith (batera do Red Hot Chili Peppers) destrói com uma pegada swingada, com mudanças de tempo primorosas acompanhadas por uma linha vocal nervosa de Sammy e solo de peso nas mãos de Satriani. 'Hardera' de primeira classe.

"Sexy Little Thing" nos arremete ao 'novo rock', uma nova fórmula que as velhas bandas têm usado, o AC/DC é um exemplo (veja a sonoridade do último CD da banda Stiff Upper Lip e entenda) provavelmente seja a próxima a cair nas graças das FM's rock.

"Oh Yeah" é a música de trabalho da banda. Ja está tocando por aí, você provavelmente já ouviu. Sonzeira 'alegrinha' no estilo Van Halen.

"Runnin' Out" soa a música mais comercial do CD. Talvez pela levada tranquila que ganha um brilhozinho salpicada pelos ataques da bateria.

"Get It Up" é uma canção onde se pode sentir quase que no tato a participação forte de Chad Smith na composição usando algumas formulas do RHCP. A linha de vocal casa perfeitamente com os riffs de guitarra e a linha de baixo que são o diferencial junto com backings melodiosos e explosões no tempo de execução da mesma. Perfeita!

"Down The Drain" é como uma caminhada pelo parque numa tarde de sol, ela segue tranquilamente com algumas surpresas pelo caminho.

"My Kinda Girl" é uma canção que segue a linha antiga hard: melodia, backings e riffs casados. Gostosinha de ouvir.

"Learning To Fall" é a baladinha do CD. Nada de novo porém bonita e bem conduzida.

"Turnin' Left" em compensação te arrebata no primeiro acorde tirando-o(a) da marola e te levando a altas ondas num passeio por tempos de execução quebrados, um puta solo rápido e rasteiro de guitarra numa execução primorosa da banda.

"Future In The Past" encerra a viajem musical na trilha dos rastros do franguinho que já se tornou um bom galo de briga.

Se quiser ver o poder de fogo da banda, no YouTube™ já começam a aparecer vídeos e clipes.

Delicie-se como quem come uma canja apimentada, travando um bom combate com o pé de frango...

Whiplash