Qual é a sensação de beber o combustível que alimenta os geradores de eletricidade que carregam as baterias dos carros da Fórmula E?

FIA Formula E Glycerine
A Fórmula E é uma competição que envolve carros movidos apenas à propulsão elétrica. No entanto, os carros não são carregados em tomadas caseiras comuns, mas são utilizados geradores Aquafuel movidos a glicerol, popularmente conhecido como... glicerina.

Muitos associam a glicerina a explosivos, mas o glicerol é reconhecido como seguro para o consumo humano desde 1959, podendo ser utilizado em diversos produtos alimentícios. Vários estudos mostraram que uma grande quantidade de glicerol, seja sintético ou natural, pode ser administrada sem qualquer efeito adverso à saúde.

Por isso, Alejandro Agag, CEO da Fórmula E, quis mostrar que o combustível que abastece a energia da Fórmula E pode ser bebido.

Vários outros toparam participar da experiência, mas o sabor não agradou a todos.

O glicerol está presente em todos os óleos e gorduras de origem animal e vegetal em sua forma combinada, ou seja, ligado a ácidos graxos, como o ácido esteárico, oleico, palmítico e láurico, para formar a molécula de triacilglicerol.

Os óleos de coco e de palma (óleo de dendê) contêm uma alta quantidade (70% a 80%) de ácidos graxos com cadeia carbônica de 6 a 14 carbonos. Estes rendem muito mais glicerol do que os óleos contendo ácidos graxos de 16 a 18 carbonos, tais como gorduras, óleo de algodão, soja, oliva e palma. O glicerol combinado está presente também em todas as células animais e vegetais, fazendo parte de sua membrana celular, na forma de fosfolipídios.

Até 1949, todo o glicerol produzido no mundo era proveniente da indústria de sabão. Atualmente, 70% da produção de glicerol ainda provém dos glicerídeos, como óleos e gorduras naturais, e o restante da produção do glicerol sintético, um subproduto da fabricação de propileno, da produção de ácidos graxos e também como subproduto da transesterificação de ésteres, onde é substituída como álcool ligado aos de ácidos graxos pelo metanol ou etanol, resultando em biodiesel.

O glicerol é também largamente utilizado para a produção de doces, bolos e sorvetes como retardador da cristalização do açúcar. Além disso, pode ser usado como agente umectante nas embalagens de queijos e carnes, solvente e agregador de consistência em flavorizantes e corantes, produção de polímeros, como poliglicerol, que são adicionados em margarinas.

A glicerina é um meio facilitador da transferência de calor, por estar em contato direto com o alimento, permitindo que algum alimento específico seja rapidamente resfriado para que não perca algumas características desejáveis. Na área farmacêutica, o glicerol é utilizado para produzir pomadas, elixires, xaropes, anestésicos, tranquilizantes e agentes para controle da pressão. No setor de cosméticos, o glicerol está presente em cremes e loções que mantém a maciez e umidade da pele. Em cremes dentais, o glicerol provém brilho, suavidade e viscosidade.

Além disso, pode ser usado como umectante, solvente e amaciante, e é o principal componente do e-liquid, chamado assim o líquido que é usado nos cigarros eletrônicos. Na produção de tabaco, o glicerol é pulverizado nas folhas, quando são empacotadas, impedindo que se tornem secas e quebradiças, e o consequente esfarelamento.

A produção mundial de glicerol é de mais de um milhão de toneladas, e 10% deste total é proveniente de indústrias responsáveis pela produção de biodiesel.

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