F1 2014 Season Review

F1 2014 Malaysia Race Start
A temporada 2014 da Fórmula 1 trouxe a maior mudança de regulamento técnico e desportivo da história da categoria. Os motors 2.4 V8 normalmente aspirados foram substituídos pelos motores 1.6 V6 sobrealimentados por turbo, e o KERS deu lugar ao ERS, um complexo sistema de recuperação de energia que funciona ininterruptamente, sem o acionamento por parte do piloto, apenas é possível regulagens de funcionamento. Além disso, os tanques de combustível dos carros possuíam capacidade de 100 kg, 30% menos que em 2013. Apenas cinco conjuntos propulsores estariam disponíveis para cada piloto na temporada.

A velocidade dos carros da Mercedes era substancialmente maior que os das demais equipes. O motor dos carros prateados tinha uma estrutura incomum de turbo, com as pás que coletam o ar para o sistema de admissão separadas pela extensão do bloco do motor das pás que são impulsionadas pelos gases do escapamento. Especulava-se que o propulsor da Mercedes estava até 80 CV de potência à frente dos motores das outras equipes.

Com um sistema motriz totalmente novo, a possibilidade de ocorrerem muitos problemas mecânicos aumentou em 2014. Apesar disso, mais da metade dos pilotos completou a primeira prova da temporada, na Austrália, no Albert Park Circuit. No entanto, Lewis Hamilton teve problemas com o motor de seu carro e abandonou a prova logo na segunda volta. A Mercedes constatou que a falta de rendimento do propulsor foi causada por um cabo de vela de ignição.

O comportamento do Red Bull Racing RB10 era totalmente diferente do que Sebastian Vettel estava acostumado. A tendência do carro sair de traseira impediu o atual tetracampeão de se adaptar rapidamente ao carro. Já Daniel Ricciardo realizou uma excelente corrida, chegando em segundo, mas ambos os carros da Red Bull Racing foram desclassificados da prova, por irregularidades na bomba de combustível.

A batalha entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg prosseguiu durante o resto da temporada. A equipe Mercedes deixou-os lutar livremente pela liderança no campeonato. Isto resultou em alguns contratempos e polêmicas durante todo o campeonato.

O piloto alemão venceu a primeira prova, na Austrália, mas Lewis Hamilton respondeu à falha mecânica que sofreu, com quatro vitórias em sequência: Malásia, Bahrain, China e Espanha, para passar à liderança na tabela de pontuação do campeonato de pilotos. Durante a primeira prova no Oriente Médio, os pilotos da Mercedes protagonizaram uma disputa eletrizante pela liderança, iniciando os atritos entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg.

Durante a qualificação para o GP de Mônaco, após obter a pole position, Nico Rosberg saiu da pista na curva Mirabeau, ocasionando uma bandeira amarela localizada, não permitindo a Lewis Hamilton acelerar a pleno no local. Estava instaurada a primeira controvérsia da temporada: Nico fez de propósito ou não?

Já no Canadá, os pilotos da equipe Mercedes tiveram problemas nos freios traseiros, consequentemente, no sistema ERS, que não era recarregado o suficiente para operar com eficiência. Nico Rosberg coneguiu cruzar a linha de chegada em segundo lugar, atrás de Daniel Ricciardo, que conquista a primeira vitória pela Red Bull Racing. Já Lewis Hamilton não consegue completar a prova.

Na Inglaterra, um erro da equipe, que achou que a pista estava úmida demais, fez com que Lewis Hamilton não acelerasse tudo que podia, acabando por largar em quinto lugar, com seu companheiro de equipe, Nico Rosberg, largando na pole. Mas os problemas mecânicos apareceram pela primeira vez para o piloto alemão: um defeito na caixa de câmbio fez Nico abandonar a prova. Uma recuperação espetacular durante a corrida condecorou Lewis Hamilton com a vitória no seu país.

No Grande Prêmio da Alemanha, em Hockenheim, durante a primeira parte da qualificação, Lewis Hamilton perdeu os freios na Curva do Estádio, colidindo na barreira de pneus. No domingo, o inglês largou dos boxes com um novo sistema de freios, e recuperou-se brilhantemente, chegando em terceiro lugar e subindo ao pódio.

Na Hungria, a intensidade da discussão entre os pilotos da Mercedes aumentou quando Lewis Hamilton, que largou do pit lane, depois que seu carro pegou fogo na qualificação, recusou-se a cumprir o que a equipe Mercedes ordenou: deixar Nico Rosberg ultrapassá-lo, já que o piloto alemão estava mais rápido que o inglês, dando totais condições para Daniel Ricciardo vencer a prova e Fernando Alonso chegar em segundo.

A segunda volta do GP da Bélgica foi o estopim de uma crise na equipe Mercedes. Nico Rosberg tentou ultrapassar Lewis Hamilton, mas tocou com a asa dianteira do seu carro no pneu traseiro esquerdo do carro do inglês, que abandonou a prova, com problemas mecânicos decorrentes da avaria causada no início da prova. Daniel Ricciardo venceu pela terceira vez na temporada, tornando-se a sensação da temporada.

Nico Rosberg pediu desculpas a Lewis Hamilton, que tinha que lutar contra a diferença de 29 pontos que tinha contra o alemão. Já na Itália, Rosberg erra duas a frenagem na primeira chicane, permitindo a Hamilton liderar e vencer a prova. Em Cingapura, Nico enfrentou problemas com o volante de direção de seu carro. Lewis Hamilton vence novamente e toma a liderança no campeonato novamente.

No Japão, em Suzuka, Nico Rosberg liderava a prova, mas foi ultrapassado por Lewis Hamilton na curva um, vencendo novamente. Também venceu na Rússia, após um erro de frenagem de Rosberg na largada, dechapando os pneus dianteiros, obrigando-o a fazer um pit stop de emergência, destruindo sua estratégia de corrida, mas conseguiu, assim como no Japão, chegar em segundo.

No Brasil, foi a vez de Nico Rosberg vencer, com Lewis Hamilton perto de seus calcanhares. A prova de Abu Dhabi, além de decidir o campeonato, trazia uma novidade na categoria: os pontos conquistados seriam o dobro em relação ao restante das provas da temporada. Apesar disso, a regra não surtiu efeito para definir o campeão, pois Lewis Hamilton tomou a liderança na largada, e Nico Rosberg enfrentou problemas no ERS do seu carro, terminando a prova apenas em décimo-quarto, com isso, não somou pontos na tabela do campeonato.

Lewis Hamilton tornou-se bicampeão de Fórmula 1. Nico Rosberg, com o vice-campeonato, obtém o melhor resultado de sua carreira na categoria. Daniel Ricciardo foi o best of the rest, conquistando três vitórias e cinco pódios, ficando com o terceiro lugar no campeonato de pilotos. Sebastian Vettel deixa a Red Bull uma das piores performances de defesa de título na história da Fórmula 1, com apenas um segundo lugar e três terceiros lugares.

Apesar dos problemas com os propulsores Renault, a equipe Red Bull conseguiu o segundo lugar no mundial de construtores. A equipe Williams, bem auxiliada pelos motores Mercedes, conquistou o terceiro lugar no campeonato de equipes, mesmo com problemas de estratégia de corrida. Felipe Massa foi o único piloto fora da equipe Mercedes a conquistar uma pole, na Áustria.

Já a Ferrari passou uma temporada inteira sem vencer uma prova, fato que não ocorria desde 1993. O Ferrari F14 T não era um carro competitivo, fato que fez com que Stefano Domenicali fosse demitido em abril. Em seu lugar, foi efetivado Marco Mattiacci, exímio vendedor de Ferraris americano. Além disso, o cargo de presidente da marca teve um sucessor: Luca di Montezemolo cedeu seu lugar a Sergio Marchionne.

Para completar, Fernando Alonso deixa a equipe depois de cinco temporadas, e Marco Mattiacci foi também substituído, depois de apenas sete meses em seu cargo, para assumir em seu lugar Maurizio Arrivabene, executivo da Philip Morris, parceira comercial de longa data da Ferrari.

Kevin Magnussen também era uma promessa para 2014, ainda mais depois que obteve um pódio na Austrália. Apesar de ser um piloto rápido, suas disputas em pista com outros pilotos, às vezes, terminaram em colisões, e o piloto dinamarquês sofreu punições ao longo da temporada. Acabou ofuscado pelo companheiro de equipe, Jenson Button.

A Force India, com Nico Hulkenberg e Sergio Perez, esteve algumas vezes à frente da McLaren, mas acabou a temporada em sexto no campeonato de construtores. No entanto, isto não impediu que ambos os pilotos tivessem seus contratos renovados. A Toro Rosso concedeu a Daniil Kvyat a oportunidade de se tornar o novato do ano. A Lotus teve um desempenho pior que o dos anos anteriores. Já a Sauber não marcou pontos. É a primeira vez que isto aconteceu, desde que a equipe ingressou na Fórmula 1, em 1993.

A Marussia e a Caterham tiveram um 2014 conturbado nos bastidores, com problemas financeiros que resultaram em sua ausência nos Estados Unidos e no Brasil. Apesar das dificuldades, Jules Bianchi marcou os primeiros dois pontos da equipe russa, ao chegar em nono lugar no Grande Prêmio de Mônaco. No entanto, o destino reservou-lhe uma tragédia, ao chocar-se contra um trator que fazia o resgate do carro de Adrian Sutil, no Grande Prêmio do Japão, mantendo-se em estado crítico de saúde.

Lewis Hamilton foi o campeão de 2014, fato reconhecido inclusive por seu adversário na luta pelo título, Nico Rosberg. O inglês tem a oportunidade de defender o título em 2015, e se renovar com a Mercedes, tem grandes chances de realizar isso. A próxima temporada também traz uma expectativa a todos. Max Verstappen tornar-se-á o piloto mais jovem a participar de um Grande Prêmio, aos 17 anos, pela Toro Rosso.

Além disso, especulações a respeito de uma negociação entre as equipes sobre o "descongelamento" dos motores, para que todas as equipes possam melhorar seus problemas, estar em curso, gera dúvidas. Estaria a supremacia da Mercedes ameaçada? O segredo estaria apenas no propulsor? Só 2015 responderá.

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