Despedido da equipe Williams, mesmo após conquistar um título, Damon não tinha muitas opções para continuar sua carreira na Fórmula 1. Apenas Footwork e Arrows tinham vagas disponíveis. Hill acabou se juntando a Tom Walkinshaw, que procurava alguém que pudesse conquistar vitórias à equipe, com o seu Arrows Yamaha A18.
No entanto, tudo começou errado. Com um carro problemático, Damon Hill apenas conseguiu se classificar em vigésimo no primeiro GP, o da Austrália. Como se o azar não fosse o bastante, no domingo, antes da largada, durante a volta de apresentação, o acelerador do carro do inglês quebrou.
Já no GP da Alemanha, o resultado não foi tão animador, mas não muito pior que o anterior: largou em décimo-terceiro e chegou em oitavo, a uma volta do vencedor. Isso gerou um otimismo para a equipe no próximo Grande Prêmio, em Mogyorod, a 19 km de Budapeste, capital da Hungria.
A equipe de Tom Walkinshaw tinha um fator positivo em relação às demais equipes: os pneus. Além da Arrows, Prost, Minardi e Stewart calçavam as borrachas da Bridgestone. As demais usavam os produtos da Goodyear.
A Goodyear tinha mais experiência na categoria, e se sobressaía em quase todas as corridas, a não ser quando a Bridgestone acertava perfeitamente seus compostos, vide o que aconteceu no GP da Áustria, quando Jarno Trulli, a bordo de um carro da Prost, liderou confortavelmente as primeiras 37 voltas.
Quando começou o final de semana em Hungaroring, Damon Hill concentrou seus esforços em acertar seu carro com os pneus macios, uma aposta arriscada, por causa da alta temperatura da pista, mas os compostos escolhidos se comportaram muito bem.
A primeira parte da consagração veio no sábado. Depois da etapa de classificação, Damon Hill conseguiu o incrível terceiro tempo, atrás somente da Ferrari de Michael Schumacher e da Williams de Jacques Villeneuve. O melhor piloto depois do inglês a usar pneus Bridgestone foi Rubens Barrichello, que marcou o décimo-primeiro tempo. "Conheço bem este lugar do grid", disse Damon, que venceu pela primeira vez na Fórmula 1 no mesmo circuito, em 1993.
Enquanto a Arrows celebrava, os que usavam Goodyear suavam. Os seus pneus chegaram a criar bolhas, e, com a temperatura subindo, a situação só tenderia a piorar.
Chega o domingo. Momento da largada. Michael Schumacher larga bem, mas Villeneuve não, e Damon Hill assume a segunda posição, e persegue o alemão de perto, surpreendendo a todos.
Nas primeiras voltas, foi perceptível que Schumacher, mesmo com uma Ferrari, não conseguiria segurar Hill, e, na volta 11, o inglês aplica uma manobra e consegue a ultrapassagem. "Eu pude ver que os pneus do carro de Michael estavam péssimos, e ultrapassá-lo foi relativamente fácil. Naquele momento, tinha a pista livre para conseguir vantagem", relatou Damon.
Algumas voltas mais tarde, ambos pararam para troca de pneus, um uma volta depois do outro. Heinz-Harald Frentzen, o piloto que substituiu Damon Hill na Williams, estava desesperado por um resultado significante, após várias performances ruins.
Antes do início da corrida, Frentzen optou pelo composto mais duro, e ficou livre das bolhas nos pneus, o que permitiu a ele retardar sua parada nos boxes e marcar a volta mais rápida da prova.
A trinta voltas do final, apenas dependendo de si, Damon Hill rumou à inédita vitória da Arrows, abrindo uma enorme distância para Jacques Villeneuve, que, para variar, também enfrentou problemas com os pneus.
As chances da equipe de Tom Walkinshaw vencer uma prova, depois de vinte temporadas de tentativas, nunca foram tão grandes. "Damon estava voando! No entanto, não fiquei tão preocupado, pois achei que ele ainda poderia ter problemas", disse Jacques.
Eu gostava do Damon porque foi piloto Williams e campeão, mas não o respeitava.
ResponderExcluirA partir desta corrida, passei a respeitar.
Mas não muito...