F1 2011 Season Review


Enquanto as cinco maiores equipes da temporada 2011 da Fórmula 1 mantinham suas duplas de pilotos, Sebastian Vettel e Mark Webber na Red Bull Racing, Lewis Hamilton e Jenson Button na McLaren, Fernando Alonso e Felipe Massa na Ferrari, Michael Schumacher e Nico Rosberg na Mercedes GP, Paul di Resta, Sergio Perez, Pastor Maldonado e Jerome D’Ambrosio estreavam na categoria.

A mudança mais sentida foi a retirada forçada de Robert Kubica, que sofreu um seríssimo acidente num evento de rali, quase perdendo sua mão direita. Foi substiuído por Nick Heidfeld, que, por não ter tido a performance desejada pela Renault, foi substituído por Bruno Senna na segunda metade da temporada.

No aspecto técnico, o KERS voltou aos carros, com exceção das equipes novatas, e o DRS, sistema que levanta um flap da asa traseira para reduzir o arrasto aerodinâmico nas retas, e fazer o carro atingir maior aceleração e velocidade máxima, além da volta da Pirelli como fornecedora de pneus. O "difusor soprado", que aproveita os gases do escapamento para aumentar o fluxo de ar e gerar mais downforce nas curvas, com o auxílio de um sistema de ignição alterado para gerar queima de combustível mesmo sem pisar no acelerador, gerou controvérsias, a ponto de haver uma mudança repentina no regulamento durante o Grande Prêmio da Inglaterra, com a intenção de diminuir a vantagem que as equipes poderiam estar tendo com o apetrecho, com as mudanças sendo revertidas do Grande Prêmio da Alemanha.

No aspecto político, a temporada 2011 foi bastante movimentada. O Grande Prêmio do Bahrein teve de ser cancelado, em virtude dos episódios que tomaram conta dos noticiários ao redor do mundo e geraram um clima de insegurança no país. Também teve a disputa pelos naming rights entre o Grupo Lotus (Lotus Renault GP) e o Team Lotus de Tony Fernandes, e uma corte decidindo em favor das duas equipes, que puderam utilizar o nome "Lotus" em seus carros. Tony Fernandes resolveu adquirir a Caterham, e renomeará sua equipe com o mesmo nome da fábrica do Seven em 2012. A Lotus Renault GP tornar-se-á Lotus e a Marussia Virgin se chamará Marussia.

Sebastian Vettel e a Red Bull Racing tornaram as coisas fáceis para eles este ano, e o alemão conquistou o título de pilotos já no Grande Prêmio do Japão, com quatro etapas de antecedência. Além disso, Vettel marcou 15 pole positions, melhorando bastante sua performance em corridas, cometendo pequeníssimos erros, e usando os pneus Pirelli melhor que os outros.

O Red Bull RB7, criado Adrian Newey e Roger Marshall, foi o melhor carro da temporada. Mark Webber teve problemas no KERS, Sebastian Vettel teve um furo no pneu traseiro direito na largada do Grande Prêmio de Abu Dhabi, e um problema de vazamento de óleo na caixa de câmbio foram percalços que mostraram que o carro não é indestrutível, mas foi, de longe, o mais competitivo.

A McLaren tentou fazer seu "difusor soprado" funcionar corretamente durante a pré-temporada, o que acabou não dando certo. Entretanto, alterações em outras partes do carro contribuíram para que o MP4/26 fosse bastante competitivo no início da temporada. Lewis Hamilton venceu na China, na Alemanha e em Abu Dhabi, e Jenson Button chegou primeiro na frente na Hungria, no Japão e no Canadá, graças a um erro de Sebastian Vettel na última volta da prova, marcada por forte chuva e interrupção de duas horas.

A Ferrari novamente não teve uma boa temporada com seu 150° Italia, apesar dos esforços de Fernando Alonso, que venceu em Silverstone e chegou a liderar o GP da Espanha. O carro não andava bem com os pneus de composto mais duro, além do fato de Felipe Massa não conseguir acompanhar o ritmo do companheiro de equipe e ter vários incidentes de colisões com Lewis Hamilton.

A Mercedes GP não teve um bom ano também, não conseguindo fazer frente às três melhores equipes de 2011 muitas vezes. Nico Rosberg mostrou-se mais coeso, obtendo melhores resultados, comparados aos de 2010. Michael Schumacher foi melhor também, mas cometeu demasiados erros durante a temporada, inesperados para um heptacampeão.

Sem Robert Kubica, a Renault frustrou as esperanças criadas na pré-temporada, com seus escapamentos inovadores, que terminavam embaixo das entradas de ar laterais, no centro do R31, com o intuito de gerar maior fluxo de ar para o difusor traseiro. A Force India teve um grande ano, conquistando o sexto lugar no campeonato de construtores, aumentando a distância que tinham em relação a Sauber e Toro Rosso. Paul di Resta foi o estreante do ano, vencendo Adrian Sutil várias vezes.

A Williams desapontou a todos, embora Pastor Maldonado tivesse chegado perto da performance de Rubens Barrichello. A Team Lotus foi a melhor das novatas, obtendo o lucrativo décimo lugar no campeonato de equipes. Heikki Kovalainen foi brilhante, Jarno Trulli foi pior que de costume. A Virgin também evoluiu, especialmente depois da substituição de Nick Wirth, e a Hispania firmou nova parceria na Espanha para 2012.

Os pneus Pirelli foram destaque da temporada 2011. Com seu desgaste excessivo, deixavam inúmeros pedaços de borracha ao redor da pista e, em algumas etapas, obrigaram vários pilotos a realizarem quatro paradas nos boxes. O DRS teve seus grandes momentos, mas não surtiu efeito em algumas etapas, em virtude do desenho de algumas pistas e da adaptação dos pilotos na forma de se defenderem do apetrecho nas tentativas de ultrapassagem de quem vinha atrás, com o sistema de redução de arrasto aerodinâmico ativado. Em algumas oportunidades, como Abu Dhabi, por exemplo, o DRS banalizou as ultrapassagens, e anulou algumas disputas, já que estava disponível em duas retas seguidas, e quem ultrapassava na primeira, às vezes, era ultrapassado na segunda.

A Mercedes GP disse que nunca houve tantas ultrapassagens como em 2011. A equipe prateada estimou que, até o GP do Brasil, houveram 1.436 trocas de posições, e excluindo as "da primeira volta" ou por causa de problemas nos carros da frente, houveram 1.180 tentativas. O total de ultrapassagens foi de 804, com uma média de 45 por corrida. Segundo as contas da Mercedes GP, houveram 441 ultrapassagens "normais" (55%) e 363 com o auxílio do DRS (45%), and that from that total of 804 clean overtakes, 55 percent were normal and 45 percent were DRS. Trezentas ultrapassagens foram dos carros mais rápidos sobre os mais lentos, e 76 manobras foram executadas por pilotos sobre seus companheiros de equipe.

O maior número de ultrapssagens "limpas" foi registrado na Turquia (85), seguido de Canadá (79) e China (67). As corridas com o menor número de manobras de tomada de posições foi em Mônaco (16), menor que na Austrália (17) e na Índia (18). O DRS atuou em 89% das ultrapssagens em Abu Dhabi, 81% em Valência, 78% na Índia, 59% na Turquia e 57% na Espanha. O sistema de redução de arrasto aerodinâmico teve menor influência em Mônaco (13%), Hungria (20%), Canadá (22%), Japão (26%) e Inglaterra (27%).

A Índia estreou na Fórmula 1 com um grande sucesso. Austin traz a categoria aos Estados Unidos, que não recebiam uma prova desde 2007. A temporada 2012 terá poucas mudanças de maior impacto no regulamento, e as equipes poderão evoluir seus projetos ao invés de começar tudo do zero, mas sem os "difusores soprados" (pelo menos no seu tradicional formato), o que inevitavelmente aumentará a disputa entre as equipes e promoverá melhores corridas.

Postar um comentário