Volkswagen compra a Porsche

Volkswagen e Porsche chegaram a um acordo e darão continuidade à fusão das duas empresas. A decisão foi tomada em reunião realizada hoje (23), em Stuttgart. As montadoras ainda não divulgaram detalhes sobre o processo, e declararam que os conceitos finais da união serão discutidos nas próximas semanas. A decisão foi tomada com unanimidade pelas comissões de representantes de ambas as marcas e do Estado da Baixa Saxônia, que detém 20% do Grupo VW, com apoio dos sindicatos de funcionários.

A imprensa internacional divulga que a Porsche foi comprada pela VW por cerca de 8 bilhões de euros, dando fim à dívida de 10 bilhões de euros da marca de carros esportivos. O valor negativo em caixa foi contraído após a montadora de Stuttgart adquirir 51% das ações do Grupo VW, no início do ano.

"Juntos, Volkswagen e Porsche tem tudo o que é necessário para ocupar uma posição de liderança na indústria automotiva internacional", declarou Ferdinand Piech, presidente da comissão supervisora da VW.

"Abrimos caminho para a criação de um grupo integrado", comentou Martin Winterkorn, presidente da VW.

"A Porsche manterá sua independência no grupo integrado. A Porsche continuará sendo a Porsche", declarou Bernd Osterloh, presidente do conselho trabalhista da Volkswagen.

O projeto das duas empresas prevê também integrar completamente a Porsche dentro da VW, e reforçar sua estrutura financeira para lhe garantir um mínimo de independência. Na prática, a VW vai comprar progressivamente as atividades automobilísticas da Porsche, que se tornará a 10ª marca do grupo, ao lado de Audi, Seat, Skoda, Scania ou ainda Lamborghini. As estruturas jurídicas Porsche SE e VW AG vão também se fundir.

Neste contexto, o Qatar vai assumir uma participação de quase 17% na VW, afirmou Winterkorn. O emirado do Golfo deve também aumentar seu capital na Porsche, cujo conselho de vigilância deu sinal verde a um aumento de capital de pelo menos 5 bilhões de euros.

Estas últimas medidas devem permitir que a Porsche não seja totalmente engolida por sua filial. "Ela pode ainda negociar de igual para igual com a Volkswagen" para a fusão, afirmou, com lágrimas nos olhos, o presidente do conselho de vigilância, Wolfgang Porsche, a seus 5.000 assalariados.

Apesar de tudo, o novo projeto, dos quais os detalhes devem ser apresentados em um conselho de vigilância em primeiro de agosto, segundo a VW, consagra o fracasso da estratégia de direção da Porsche.

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