A Internet mudou quase tudo no mundo. Sem dúvida, o mercado musical foi o mais afetado pela massificação da rede mundial de computadores. Alguns pouquíssimos, que se recusam a mudar também, são os tais integrantes da Associação Antipirataria de Cinema e Música (APCM), que ordenaram que o Orkut encerrasse forçadamente as atividades da comunidade Discografias, no Orkut.
Em um comunicado oficial, a moderação da Discografias disse que não é com o fechamento da comunidade e outras equivalentes que as gravadoras irão aumentar seus lucros, muitos artistas perderão seus meios de divulgação, e milhares de membros perderam um espaço consolidado para download de músicas.
Ao mesmo tempo que atitudes pífias e medianas são tomadas pela ACPM, o número de sites e blogs de conteúdo musical, e programas como eMule, Limewire, de torrents e outros peer-to-peer, cresce em progressão geométrica.
Isso tudo acontece quase ao mesmo tempo com os fatos que envolvem o site legendas.tv, que fornece download de subtitles criados "artesanalmente" por fãs de inúmeras séries de TV, como Lost e Heroes. Este caso é especial, pois o site fornece download não dos vídeos das séries, mas apenas das legendas.
Outro caso é o do site The Pirate Bay, um indexador de trackers de torrents que disponibilizam arquivos dos mais variados tipos, como música e jogos, que estava sendo julgado pela justiça sueca. Os proprietários do portal foram inocentados. A defesa do Pirate Bay alegou que nenhum deles enriqueceu ilicitamente com o site e que a página é legal.
É como diz o ditado, "a corda sempre arrebenta do lado mais fraco", e essa é a "tática de guerra" da ACPM: apenas dar o puxão. Mas, como quem cai pode levantar novamente, é apenas hospedar os portais em servidores localizados em países "anti-ACPM", como Israel e Iraque. Aí está tudo bem, novamente.
Casos semelhantes acontecem no Youtube. Recentemente, a Warner mandou retirar todos os clipes dos artistas da gravadora, porque não chegaram a um acordo de monetariedade publicitária com o portal de vídeos do Google.
A chamada "geração Internet" está ditando as novas regras do mercado, pondo os ultrapassados "direitos autorais" para escanteio, fazendo com que, principalmente, quem trabalha com música, procurar outras formas de "fazer dinheiro". O iTunes é um exemplo bem sucedido disso. No ano passado, faturou alguns bilhões de dólares, vendendo canções a míseros 0,99 dólares, ou 99 centavos de dólar.
Uma atitude, também muito interessante, tomada pela banda de ska No Doubt, é a disponibilidade de um link para download, para quem comprar ingressos, de um cover da música Stand and Deliver, do Adam & The Ants, feito pela banda, ou da discografia completa da banda, para quem garantir um lugar na turnê, associando-se ao seu clube.
Outra atitude, velha conhecida de todos, são os famigerados "vazamentos". Pouco antes do lançamento de um álbum, ele é disponibilizado para download em blogs e sites especializados. O último acontecimento desse tipo aconteceu recentemente com o álbum No Line On the Horizon, do U2.
As gravadoras fazem "pose", dizendo que irão processar e prender quem deixou que isso acontecesse. Pura balela! Sem querer, descobriram uma forma excelente de chamar os fãs dos artistas para criarem filas nas portas de lojas de discos, para que possam comprar o CD e aumentar o seu acervo pessoal.
Antes de lançar seu último CD, Madonna, "indiretamente", disponibilizou o mesmo para download na Internet. Os fãs ouviram as músicas e fizeram comentários acerca das mesmas. Alguns não gostaram de certas faixas, que tinham de ser melhoradas. A cantora fez as "devidas mudanças", e lançou o álbum, talvez o primeiro, que teve como consultores os próprios fãs.
Assim caminha a humanidade. Enquanto artistas defendem os downloads de MP3, os que estão no topo da pirâmide do mercado da música continuam a reclamar constantemente o fato de terem perdido alguns milhõezinhos a cada ano, quando, na verdade, faturaram muitos outros através de outras formas de divulgar conteúdo musical. Enquanto bandas consolidadas, como o Iron Maiden, declaram não serem afetadas com isso, artistas "medianos" se queixam, alegando que o download "ilegal" é o motivo do seu fracasso, quando, na verdade, não sabem produzir melhor conteúdo.
Nos links abaixo, mais informações sobre os assuntos que levaram à escrita deste post.
http://www.adnews.com.br/internet.php?id=85453
http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1044402-6174,00.html
http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1044721-6174,00.html
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u533491.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u529150.shtml
http://whiplash.net/materias/news_878/084749.html
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