O acidente que levou Rubens Barrichello para a prisão




A carreira de Rubens Barrichello foi marcada por um gravíssimo acidente nos treinos para o GP de San Marino de 1994, mesma ocasião da morte do tricampeão Ayrton Senna. Na sessão classificatória de sexta-feira, Rubinho saiu da pista e capotou de frente. Durante 15 minutos esteve clinicamente morto, mas recebeu atendimento médico imediato e sobreviveu para dar prosseguimento à mais longa carreira da história da Fórmula 1.

As lembranças daquele fim de semana perseguem Rubinho até hoje. Se alguém perguntar ao piloto qual foi o pior acidente de sua carreira, entretanto, a resposta será uma surpresa. No livro "Os Arquivos da Fórmula 1", do jornalista Lemyr Marthins, Rubinho revela um episódio inacreditável que aconteceu durante uma corrida da Fórmula 3000 em Pergusa, na Itália.

Naquele ano, Rubinho disputava o campeonato com uma equipe de médio porte, de competência razoável e alguns problemas financeiros. Mantendo a regularidade, o promissor piloto brasileiro pontuou em quase todas as provas e terminou em terceiro no campeonato, embora não tenha vencido nenhuma corrida. A única corrida em que Rubinho ficou fora dos pontos foi em Pergusa, quando o brasileiro sofreu um acidente bastante estranho.

Em certo momento da prova, Rubinho ficou sem freios e não teve como evitar a saída da pista. Para seu azar, o problema ocorreu exatamente na mesma curva em que um guincho havia entrado para retirar outro carro acidentado. Rubinho não conseguiu evitar o choque, que foi forte o suficiente para causar uma rachadura em seu capacete, desenvolvido para suportar impactos de até dez toneladas.

Socorrido pela equipe médica do circuito, Rubinho parecia um pouco tonto e precisava ser levado para exames mais aprofundados. A suspeita, naquele momento, era de traumatismo craniano. Infelizmente, não havia centro médico no circuito e Rubinho teve de ser transferido para o hospital mais próximo do circuito. No caminho, a ambulância em que estava sofreu um acidente e Rubinho percebeu que seu estado não era tão ruim, já que se viu com a plenitude de seus reflexos.

Chegando ao hospital, Rubinho foi examinado de maneira minuciosa e terminou liberado sem precisar de medicação. Ao sair, porém, percebeu que os demais "pacientes" usavam um uniforme estranho. A explicação: ele havia sido tratatado no Hospital Penitenciário de Pergusa, que era o mais próximo do autódromo. Sem perder o bom humor, Rubinho recorda como viveu aquela situação.

"Dei uma batida de rachar o capacete na pista, sofri um acidente de ambulância na estrada e ainda acabei na cadeia!", relembra o piloto.

Sidney Rezende

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