CQC protesta contra políticos

Fonte: AdNews

O “CQC” (Custe o que Custar) tem incomodado desde sua estréia há três meses. O programa da Rede Bandeirantes trouxe um novo estilo humorístico para a TV brasileira e "roubou" audiência de concorrentes, além de ganhar elogios da crítica especializada.

Mas a repercussão extrapolou o ramo televisivo e chegou ao político. Os humoristas foram proibidos de entrar nas dependências da Câmara/Senado para realizar tarefas jornalísticas, sob o argumento de que os brincalhões não seriam jornalistas.

Em protesto, a equipe comandada por Marcelo Tas construiu um site especialmente para criticar o boicote. Alega que sofre censura e dispara: "a liberdade de expressão existe para ser exercida e não apenas para ser letra morta no papel."

Segue a íntegra do texto:

"Uma das maneiras mais fundamentais de garantir e manter a liberdade de expressão num regime democrático é ter livre acesso aos políticos e parlamentares responsáveis por zelar por esse mesmo regime.

Esse direito foi retirado dos repórteres do programa CQC, "Custe o que Custar", no ar pela Rede Bandeirantes de TV, que estão proibidos pela Câmara/Senado de entrarem nas dependências do Congresso para realizar suas tarefas jornalísticas.

A liberdade de expressão existe para ser exercida e não apenas para ser letra morta no papel. De que adianta vivermos num Estado de Direito que nos garante certas prerrogativas se não podemos exercê-las de fato? Como pode a própria Câmara nos assegurar um direito que ela mesma nos cassa?

A Lei 5.250, que regula a liberdade de manifestação do pensamento e da informação, no Capítulo 1, Artigo 1º garante que "É livre a manifestação do pensamento e a procura, o recebimento e a difusão de informações ou idéias, por qualquer meio, e sem dependência de censura, respondendo cada um, nos termos da lei, pelos abusos que cometer."

Assim, por que não podem os repórteres do CQC entrar na Câmara/Senado para entrevistar os parlamentares? Parlamentares que, mais do que ninguém, devem ser ouvidos sobre os assuntos que pautam a discussão pública e que já recebem dezenas de outros veículos de comunicação.

A alegação de que os profissionais do CQC não seriam jornalistas, e que por isso não poderiam ter acesso à Câmara/Senado, não se sustenta.

O CQC é um programa jornalístico e seus repórteres (também jornalistas) realizam perguntas e questionamentos inerentes a essa profissão. A pauta da atração é questionadora e pouco tradicional, mas respeita os limites éticos exigidos pelos padrões da imprensa nacional.

Pedimos, assim, não apenas à audiência do programa, mas a todos aqueles que prezam a manutenção do Estado de Direito e a liberdade de expressão, que manifestem seu apoio ao direito dos repórteres do CQC de circularem pelas áreas permitidas da Câmara/Senado sem qualquer constrangimento."

Conheça o site.

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