Em 1946, após a ditadura do Estado Novo, quando o Brasil entrou numa fase de redemocratização, começou a comercializar seu primeiro produto, uma capa para Título de Eleitor. Em 1948, serviu ao Exército Brasileiro, na Escola de Paraquedistas, no bairro de Deodoro, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, onde se destacou com saltos considerados bons.
O nome artístico que o fez famoso foi criado por parte da mãe de Senor, que o chamava de "Silvio", e o sobrenome "Santos" surgiu quando ele foi participar de um programa de calouros, comandado pelo apresentador Jorge Cury e pelo produtor Mário Ramos. Na ocasião, Senor justificou a escolha pois, segundo o próprio, os santos sempre ajudam. Rapidamente passou à televisão, adaptando o formato dos shows, espetáculos e sorteios que fazia no circo.
Seu primeiro programa, "Vamos Brincar de Forca", estreou em 1962, e era transmitido à noite pela TV Paulista, canal 5 de São Paulo, obtendo um enorme sucesso com o mesmo. Em 1964, passou a comandar um programa aos domingos, das 12 às 14 horas. No decorrer dos anos, o formato seria expandido e aprimorado no "Programa Silvio Santos".
Quando a TV Paulista foi incorporada à Rede Globo, para se tornar TV Globo São Paulo, Silvio Santos seguiu comprando espaço na programação para seu horário dominical, revendendo o tempo dos anúncios a outras empresas.
À medida em que aumentava o sucesso do "Programa Silvio Santos", Senor Abravanel obtinha ótimos resultados financeiros. Realizava sorteios de carros, móveis e eletrodomésticos, o que motivou a expansão dos negócios, através da loja de móveis Tamakavy e a concessionária de veículos Vimave.
Porém, no início dos anos 1970, Boni e Walter Clark, diretores da Rede Globo, promoveram grandes reformas no padrão de qualidade da emissora, investindo em filmes, esportes, jornalismo e novelas, e acabando com os programas independentes. Para os executivos, o programa de Silvio Santos destoava da grade de programação.
Em 1972, Silvio Santos quase saiu da emissora, mas Roberto Marinho o convenceu a ficar, renovando o contrato por mais quatro anos. Por esse contrato, Silvio Santos não poderia ser acionista ou dono de nenhuma outra emissora de televisão, o que motivou sua saída da Globo.
No dia 22 de outubro de 1975, o presidente Ernesto Geisel assinou o decreto 76.488, outorgando a Silvio Santos o canal 11 do Rio de Janeiro. Silvio passou a transmitir seus programas simultaneamente na Tupi e na TVS (TV Studios).
Na década de 1970, atuou também como locutor. Gravou várias coletâneas de discos de histórias infantis. Posteriormente, os discos foram relançados em CD, repetindo o sucesso anterior. Silvio Santos também foi radialista, desde sua juventude até a década de 1980, quando se dedicou integralmente à profissão de apresentador.
Em 1981, através de um lobby com a primeira-dama Dulce Figueiredo, com quem teve longas conversas por telefone, Silvio Santos obteve a licença para operar o canal 4 de São Paulo, que se tornou a TV Studios (TVS).
Em 1988, Silvio Santos teve problemas com a voz, ficando praticamente afônico por alguns dias. Havia suspeita de câncer na garganta, não divulgada nem confirmada. Silvio chegou a interromper um de seus programas para transmitir depoimentos emocionados e lembranças da sua carreira, incluindo particularidades sobre suas relações com o pessoal do Exército.
Silvio Santos teve que fazer um tratamento no exterior e ficou algumas semanas sem gravar os seus programas dominicais, causando preocupação sobre seu real estado de saúde. Mais tarde, Orestes Quércia, governador de São Paulo, gravou um longo depoimento, congratulando Silvio Santos pelo retorno, salientando a ausência sentida por todos os telespectadores.
Também em 1988, Silvio Santos propôs sua candidatura à prefeitura de São Paulo. Considerando seus recentes problemas de saúde, Silvio anunciou sua intenção como forma de retribuir à sociedade todas as suas conquistas como apresentador e homem de negócios. O anúncio foi feito durante um dos quadros do "Programa Silvio Santos". O caso foi amplamente divulgado pela imprensa. A candidatura, contudo, não se concretizou.
A partir de 1988, Silvio Santos revelou preocupação com os rumos do Brasil, e pôs em prática várias ações para incluir conteúdo socialmente edificante na programação do SBT. A manobra surpreendeu alguns críticos e intelectuais.
A decisão de Silvio Santos foi tão em cima da hora que não havia tempo hábil para mudar as cédulas de votação. Em vez de seu nome real ou artístico, apareceria o nome de Armando Corrêa, um pastor evangélico que abriria mão de sua candidatura em benefício de Silvio Santos.
Senor Abravanel se tornaria o primeiro colocado nas pesquisas de opinião. Em uma delas, divulgada pelo Jornal da Tarde, recebeu 34% das intenções de voto. Só que, no dia 9 de novembro de 1989, sua candidatura foi cassada.
Eduardo Cunha, na época, filiado ao Partido da Reconstrução Nacional (PRN), entrou com um pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para extinguir o PMB e anular a candidatura de Silvio Santos. Cunha alegava que o PMB havia realizado apenas quatro convenções, bem menos que mínimo estipulado pela lei na época, que era de nove.
No início dos anos 1990, Silvio Santos tentou convencer as outras emissoras a transmitir telejornais noturnos de, no mínimo, trinta minutos, todos no mesmo horário, para incentivar o brasileiro a assistir à notícias, refletir e se informar melhor, mesmo que fosse por um curto período. Tal iniciativa não encontrou apoio da maioria das emissoras e Silvio Santos logo abandonou a proposta.
Silvio Santos foi homenageado em fevereiro de 2001 pela escola de samba carioca Tradição, com o enredo "Hoje É Domingo, É Alegria. Vamos Sorrir e Cantar!", de Lourenço e Adalto Magalha. Silvio Santos desfilou como destaque num carro alegórico, num traje todo prateado. Outros artistas do SBT participaram do desfile, como o locutor Lombardi.
Em 21 de agosto de 2001, a filha de Silvio Santos, Patrícia Abravanel, foi sequestrada na porta de sua casa, no Jardim Morumbi, em São Paulo. Depois de alguns dias de negociação, o resgate foi pago e Patrícia foi libertada. O sequestrador Fernando Dutra Pinto acabou sendo perseguido pela polícia e matou dois oficiais a tiros.
Silvio convenceu o sequestrador a libertar rapidamente as outras pessoas da família e seguiu em cativeiro em sua própria casa durante sete horas. Fernando só se entregou com a chegada do governador Geraldo Alckmin, que garantiu a integridade do criminoso.
Alguns meses depois de preso, no dia 2 de janeiro, Fernando morreu em consequência de uma infecção generalizada causada por um corte profundo nas costas. Há indícios de que a morte do detento tenha sido causada por maus tratos e negligência médica.
Alguns dias mais tarde, Silvio desmentiu suas declarações nos programas "Boa Noite, Brasil", apresentado por Gilberto Barros, na Rede Bandeirantes, e no "Domingo Legal". Disse que, diante da insistência do repórter, respondeu à entrevista em tom de brincadeira, e que acreditava que a revista notaria sua intenção.
No entanto, "Contigo!" decidiu publicar a matéria transcrevendo ipsis litteris as declarações de Silvio Santos, ao mesmo tempo que punha em dúvida as declarações do entrevistado. Silvio dizia, por exemplo, que estava se locomovendo em cadeira de rodas. A revista mostrou fotos do período que mostram o empresário andando normalmente.
O "Programa Silvio Santos", ao longo dos anos, tornou-se um agrupamento de vários quadros e programas de auditório, somando quase cem atrações diferentes. Os programas sempre tiveram a participação do auditório, cujas participantes são chamadas de "colegas de trabalho".
O auditório é considerado "o mais feminino do Brasil" por Silvio Santos, já que, nos primeiros anos do programa, a entrada de homens na plateia não era permitida. Silvio acreditava que os cônjuges das "colegas de trabalho" poderiam ficar com ciúmes de cantores e artistas masculinos. Com o tempo, esse costume foi sendo ligeiramente relaxado, principalmente nos programas envolvendo sorteios, perguntas e respostas.
Além de transformar Silvio Santos em um dos grandes ícones da TV, o "Programa Silvio Santos" revelou ao Brasil o locutor Lombardi, cujo rosto nunca era visto, o produtor Roque, e outros membros da equipe, como o animador Liminha.
No dia 30 de novembro de 2011, Silvio Santos perdeu em última instância o direito de reproduzir o jingle "Silvio Santos Vem Aí", que marcou sua carreira na televisão, mas que só poderia ser reproduzido caso Silvio comprasse os direitos do mesmo. Desde 2001, Silvio tinha um processo contra o compositor musical Archimedes Messina, disputando os direitos autorais. Silvio teve de pagar 5 milhões de reais a Messina como indenização. Como já estava na última instância, não houve possibilidade de recurso.
Ao longo dos anos, o "Programa Silvio Santos", a programação da TVS e do SBT acumularam uma reputação de popularescos e alienantes, situação agravada pelo fato de Silvio Santos ter conquistado suas concessões de televisão durante a ditadura militar, e transmitir desde o governo Figueiredo o oficialista "A Semana do Presidente".
Em 2008, o Grupo Silvio Santos completava cinquenta anos de atuação, e era formado por 34 empresas, incluindo, entre as mais conhecidas, a Liderança Capitalização, que opera a Tele Sena, o Hotel Jequitimar, a Jequiti Cosméticos, e empreendimentos agropecuários e imobiliários como a Sisan, com cerca de onze mil funcionários.
Em razão deste empréstimo, o Grupo Silvio Santos colocou algumas empresas do grupo como garantia para pagamento do empréstimo, incluindo o SBT, a Jequiti Cosméticos e o Baú da Felicidade, agravando a crise em que a emissora também entrou, a partir de 2007, quando perdeu a vice-liderança para a Rede Record. O prazo para pagamento deste empréstimo seria de dez anos.
Em 1º de fevereiro de 2011, Silvio Santos anunciou a venda do Banco PanAmericano ao BTG Pactual, por R$ 450 milhões. Em 13 de junho do mesmo ano, o Grupo Silvio Santos anunciou a venda do Baú da Felicidade à Magazine Luiza. A rede desembolsou R$ 83 milhões pela aquisição, em uma operação envolvendo 121 lojas em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Além disso, a Magazine Luiza adicionaria três milhões de clientes à sua base de cartões.
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