Mark Zuckerberg parece estar disposto a fazer o Facebook lucrar de verdade em 2011. Alguns dias atrás anunciou a inserção de anúncios em atualizações de status, o "sponsored stories". Hoje começa a realizar testes com uma novidade que deve fazer muito barulho em breve (se realmente emplacar): o "buy with friends" (compre com amigos), ou, em outras palavras, compras coletivas pelo Facebook.
Novidades como essas parecem vir a reboque de um pronunciamento do Facebook dizendo que a empresa buscará novas fontes de receita através de anúncios. E como força propulsora desse movimento poderíamos indicar a avaliação de US$ 50 bilhões que foi feita do Facebook após investimentos do banco Goldman Sachs.
Enquanto isso...
O Orkut faz 7 anos de vida, mas a notícia no país em que 91% dos usuários de Internet possuem uma conta no Orkut continua sendo "Facebook é avaliado em 50 bilhões de dólares". Talvez o aniversário do Orkut não seja mesmo pra ser notícia, afinal, o Facebook também faz 7 anos em 2011. Certo?
E enquanto o Facebook investe na criação de mecanismos para extrair lucro de seu rico e populoso curral (leia-se, "nós, usuários"), o Orkut segue numa linha esquisita de melhorias em sua navegação, numa tentativa de ficar um pouco mais parecido com... o Facebook!
E ainda assim, o gerente de produtos do Google, Eduardo Tuller, insiste num discurso otimista. Em uma nota divulgada para a imprensa, ele disse considerar o usuário do Orkut muito maduro em redes sociais, um usuário que sabe muito bem com quem compartilhar suas fotos e conteúdos. E completa: "o Orkut está em constante evolução". Será que estamos falando do mesmo Orkut?
Ascenção e queda
É difícil elencar alguns fatores que possam contribuir para esse cenário tão díspar. Por que o Orkut virou sinônimo de "vergonha alheia"? Um dia ter um perfil no Orkut já foi considerado status; ter um perfil lotado era estar no topo da cadeia alimentar social. Mas hoje você diz que tem um Orkut na mesma entonação que diz "eu assisto Vale a Pena Ver de Novo".
Seria óbvio dizer que hoje o Facebook experimenta um prestígio já vivido pelo Orkut anos atrás. Mas o que poderia ser minimamente revelador seria apontar a linha do horizonte sob a qual Zuckerberg verá seu império ruir.
As mesmas reclamações que recaem hoje sobre o Orkut, cairão um dia, de forma um tanto quanto diferenciada, sobre o colo de Zuckerberg. O Orkut é uma rede mais dura para negócios. Há uma diferença semântica entre uma comunidade e uma fanpage. As empresas interagem muito mais naturalmente com as pessoas no Facebook do que no Orkut.
Mas o calcanhar de Aquiles de Zuckerberg está exatamente nesse ponto. Quem avisa amigo é: o ataque hacker que sua fanpage sofreu não foi em vão. O Facebook opera sob a tênue linha que separa o "oba-oba" ignorante da consciência de si. Pode haver o momento no qual os usuários do Facebook irão perceber que a verdadeira riqueza de Zuckerberg e seus acionistas somos nós mesmos. Todos juntos, 600 milhões de vidas produtivas, valemos atualmente 50 bilhões de dólares (e a tendência é sermos mais valorizados).
O colega hacker que deixou o singelo recadinho na página de Zuckerberg não reclama sua fatia no bolo de lucros do Facebook. Qualquer um saberia que isso é no mínimo insustentável, tendo em vista o atual modelo de capitalismo que vivemos. O hacker contestou a participação nos investimentos! A mensagem é clara: se o Facebook precisa de grana, deixe os próprios usuários investirem e lucrarem com isso. Dessa forma, teremos um "negócio social" cujo investimento é a soma de capital financeiro com capital social. Genial!
Se Zuckerberg for realmente sagaz como o pintamos, ele deve ter ido dormir rezando para ninguém dar ouvidos a esse maldito hacker...
iMasters
Um ponto fraco no império de Mark Zuckerberg
Tags:
Internet,
Redes Sociais
Publicado: terça-feira, 22 de fevereiro de 2011 às 12:22
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