Renault responde 10 questões sobre o KERS

A introdução do Sistema de Recuperação de Energia Cinética, ou Kinetic Energy Recovery System (KERS), é um dos maiores, e mais desconhecidos, desafios da temporada 2009 da Fórmula 1. Os principíos básicos, como a forma de alimentação do sistema, serão iguais para todas as equipes, as especificações podem ser completamente diferentes, e serão guardadas a sete chaves pelas escuderias. A Renault falou um pouco sobre o seu KERS sem se preocupar com segredos de engenharia.

1. O que é o KERS?

É um sistema que armazena a energia dissipada durante a frenagem do veículo, na forma de baterias (elétrico) ou roda livre (mecânico), para mais tarde ser usada para prover potência extra na aceleração, ao pressionar de um botão no volante. O regulamento de 2009 não permite potências acima de 60 kW (aproximadamente 80 CV) e energia acima de 400kJ por volta.

2. Quais as maneiras de recuperar a energia cinética e reusá-la?

Os engenheiros podem fazer isso de duas maneiras. A primeira, o KERS mecânico, consiste de uma roda livre de carbono girando a quase 100.000 RPM ligada a um câmbio CVT localizado no diferencial. Tem grande capacidade de armazenamento e é independente da caixa de câmbio, mas requer mais espaço físico. A segunda opção, o KERS elétrico, consiste de um motor que carrega suas baterias na frenagem e utiliza a energia armazenada na aceleração, quando acionado.

3. Que sistema a Renault escolheu e como ele trabalha?

Como a maioria das outras equipes, a Renault escolheu o KERS elétrico. O sistema consiste de três partes:
  • Um motor elétrico (MGU: Motor Generator Unit), situado entre o tanque de combustível e o motor, ligado diretamente ao virabrequim do motor V8 para proporcionar maior potência;
  • Baterias de lítio (HVB: High Voltage Battery Pack), capazes de armazenar e liberar energia rapidamente;
  • Unidade de controle (KCU: KERS Control Unit), que gerencia o MGU no armazenamento e uso da energia, é incorporado à unidade de controle eletrônica do carro.

4. Quais os principais desafios no desenvolvimento do KERS?

Primeiramente, é necessário trabalhar o peso e o volume do sistema, que é considerável comparando ao carro de 2008, no que diz respeito ao peso total do carro e o balanço do chassis. Além disso, as baterias precisam ser refrigeradas, e um sistema específico teve que ser desenvolvido.

5. Onde estão localizadas as baterias?

Abaixo do tanque de combustível. Algumas equipes optaram por colocá-las abaixo das pernas do piloto ou nas entradas de ar laterais.

6. O MGU, ou motor elétrico, tem que estar entre o motor e o tanque de combustível?

Não. É possível colocá-lo em paralelo com a caixa de câmbio, na traseira do carro. Ela é alinhada às rodas traseiras e entrega sua força ao diferencial.

7. A Renault será a única a utilizar o KERS em sua configuração atual?

Não, a equipe venderá seu KERS à Red Bull Racing.

8. Por que a maioria das equipes estão atrasadas no desenvolvimento de seus KERS?

O calendário foi muito curto. O KERS teria que ser desenvolvido em somente 18 meses. Então, algumas equipes optaram por alternativas que são muito difíceis de construir. Havia também a questão da segurança dos pilotos e mecânicos, e as factories tiveram que criar locais que dessem condições para o desenvolvimento do KERS, além de treinamento de pessoal.

9. O KERS criará mais competitividade?

Não necessariamente. Se todas as equipes usarem o KERS, usarão da mesma maneira, nos mesmos lugares, nos mesmos tempos de volta, então não haverá vantagem. Por outro lado, não ter o KERS no carro implicará em uma tremenda desvantagem.

10. A Fórmula 1 já colaborou com o progresso da tecnologia do KERS para o mundo automobilístico?

O desenvolvimento de motores elétricos capazes de entregar 80 CV de potência, com pouco espaço e peso, em um ambiente de severas exigências, representa um importante passo no mundo da recuperação de energia cinética.

Formula 1

Postar um comentário