
Claro que Lorne tinha boas intenções ao registrar a placa, afinal de contas, é nada mais que seu sobrenome e da família. Só que, esta sequência de caracteres, na língua inglesa, resulta na expressão "grab her", ou "agarre-a" em português.
"Como o governo da província de Nova Scotia pode possuir uma pessoa com o poder de discriminar o meu sobrenome numa placa automotiva?", disse Lorne Grabher, e ainda falou que a placa já foi usada por três gerações da família.
A CBC News reportou que um porta-voz do governo de Nova Scotia enviou correspondência à emissora, dizendo que uma reclamação foi enviada à ouvidoria, falando sobre a interpretação da sequência de caracteres da placa e de sua consequente leitura.
Além disso, ressaltou que o público não precisa saber de antemão que se trata apenas do sobrenome de uma família de origem alemão. Lorne Grabher, obviamente, discorda do governo, e tentará levá-lo à Justiça.
Tudo isto foi provocado depois do notório vídeo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, onde ele, ainda em campanha eleitoral, fala sobre "agarrar coisas". O cancelamento da placa "GRABHER", após 26 anos de uso, sem gerar quaisquer problemas, até o recente ato governamental, sugere fortemente que não é apenas coincidência.
Lorne Grabher recebeu apoio de muitas pessoas, tanto do Canadá quanto de fora do país, especialmente da Áustria, onde o sobrenome é bastante comum. Até Kurt Fischer, prefeito de Lustenau, manifestou-se a respeito do assunto.
"Não sei se devo rir ou se devo chorar deste incidente. Para mim, isto é uma correção politicamente correta reduzida a absurdo", disse Fischer em entrevista por telefone à CBC News.
O porta-voz do governo de Nova Scotia não disse que fonte de informação é usada para determinar se uma combinação de caracteres pode ser aprovada ou não, se um dicionário oficial ou outro "urbano", mas a cidade já possui uma lista de 67 páginas de combinações de letras e números que já foram banidas de novos registros de placas automotivas, tais como "END", "DOG", "HEN", "CHIKEN", "BLUE", "ODD" e "PEA".
Em alguns casos, temas como religião, sexo e mau gosto são levados em conta no momento da aceitação ou recusa de uma combinação de caracteres alfanuméricos para o registro de uma nova placa automotiva.
Lorne Grabher já foi contactado por um advogado do Centro de Justiça Para Liberdades Constitucionais de Calgary, que se interessou no caso.

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