No entanto, as esperanças foram por água abaixo. Lewis Hamilton venceu as duas próximas corridas, no Bahrain e na China. Nico Rosberg, partindo da pole, venceu na Espanha.
Lewis Hamilton poderia ter vencido facilmente em Mônaco, mas uma parada mal planejada sob safety car o pôs atrás de Nico Rosberg, o vencedor, e Sebastian Vettel, segundo colocado. O inglês teve que se contentar em completar o pódio. A única coisa que impediu a corrida de ser uma completa catástrofe de relações públicas para a Mercedes foi a forma digna em que Hamilton lidou com o fiasco.
As coisas só voltaram ao controle quando Lewis Hamilton venceu o próximo Grande Prêmio, o do Canadá. Nico Rosberg venceu na Áustria. Em Silverstone, Inglaterra, a Mercedes largaria da pole, mas perdeu a liderança para os pilotos da Williams. Felipe Massa e Valtteri Bottas travaram uma batalha intensa com Lewis Hamilton e Nico Rosberg, até o primeiro pit stop, quando os pilotos da Mercedes conseguiram retomar a liderança. O piloto inglês venceria em casa.
No entanto, tudo daria errado para a equipe Mercedes no Grande Prêmio da Hungria. Com uma largada ruim, saída de pista e estouro de pneu, Lewis Hamilton e Nico Rosberg não tiveram chances de tirar a vitória de Sebastian Vettel e o pódio de Daniil Kvyat e Daniel Ricciardo.
Lewis Hamilton venceria as duas próximas etapas, na Bélgica e na Itália, ajudado pela quebra do motor de Nico Rosberg. Em Cingapura, os carros da Mercedes tiveram problemas com a temperatura dos pneus. O piloto inglês abandonou, e o alemão só conseguiu o quarto lugar. A Ferrari vence novamente. Sebastian Vettel chega em primeiro, Daniel Ricciardo em segundo e Kimi Raikkonen em terceiro.
No Japão, a dupla da Mercedes ocupava a primeira fila da largada. Nico Rosberg arrancou em primeiro, mas, com uma ultrapassagem agressiva, Lewis Hamilton pegou a liderança, e venceu a prova. Na Rússia, Nico Rosberg teve problemas com o acelerador, permitindo que o piloto inglês vencesse novamente. A cena vista no Japão se repetiria em Austin, Texas, Estados Unidos, onde Lewis Hamilton ultrapassou Nico Rosberg na primeira curva.
Foi a melhor corrida da temporada: a chuva tornou a prova uma sequência de surpresas, e Nico Rosberg escapou da pista, deixando Lewis Hamilton recuperar a liderança, vencer a prova e conquistar seu terceiro título, com três etapas de antecedência.
Depois do Grande Prêmio de Cingapura, a Mercedes modificou seu complexo sistema de suspensão hidráulica, que funcionava de maneira semelhante ao Front and Rear Inter-Connected (FRIC), que foi banido em 2014, só que sem a mencionada ligação entre as suspensões dianteira e traseira. Nico Rosberg se adaptou melhor à alteração nos carros que Lewis Hamilton, diminuindo a diferença entre ambos em praticamente meio segundo.
A equipe Mercedes venceu 16 das 19 etapas, com 12 dobradinhas, marcando 703 pontos. A Ferrari progrediu em 2015. O novo diretor, Maurizio Arrivabene, estava otimista em vencer pelo menos dois Grandes Prêmios, mas acabou vencendo três, a primeira delas, logo na segunda corrida. O SF15-T foi o "best of the rest". Kimi Raikkonen foi severamente batido pelo companheiro de equipe Sebastian Vettel.
A Williams marcou 257 pontos em 2015, bem menos que fez em 2014, quando debitou 320 pontos. Embora obtiveram o terceiro lugar no mundial de construtores, foi um ano desapontador para a equipe de Grove. O FW37 não foi tão competitivo quanto o FW36. Além disso, algumas trapalhadas em pit stops, como a colocação de pneus de compostos diferentes no carro de Valtteri Bottas na Bélgica, assim como a decisão de trabalhar no FW38 antes do término da temporada, impediram a equipe de ser mais competitiva em 2015.
Problemas nos bastidores, além de um motor com desempenho abaixo dos maiores rivais, atrapalharam a Red Bull ao longo de toda a temporada. As tentativas de fechar acordos de fornecimento de propulsores com Mercedes, Ferrari e Honda falharam, e a equipe situada em Milton Keynes teve que reatar seu relacionamento com a Renault. Apesar de não ter conseguido nenhuma vitória, o RB11 mostrou-se um dos carros mais competitivos, depois de alterações para o Grande Prêmio da Hungria.
A Force India foi uma das equipes mais bem-sucedidas do ano, tornando-se a quinta maior força de 2015. Ao mudar-se de túnel de vento, do situado na Inglaterra para o pertencente à Toyota, em Colônia, Alemanha, a equipe teve o melhor campeonato desde que chegou à Fórmula 1. Sergio Perez conseguiu o único pódio da Force India, no Grande Prêmio da Rússia.
Lotus e Toro Rosso travaram uma batalha pelo sexto lugar no mundial de construtores durante toda a temporada 2015. O Lotus E23, apesar dos problemas financeiros da equipe, mostrou-se competitivo em relação a seus concorrentes diretos, graças ao propulsor Mercedes. Romain Grosjean conseguiu um pódio para a equipe, ao chegar em terceiro na prova de Spa.
A Toro Rosso contratou uma dupla de novatos: Max Verstappen, 17 anos, e Carlos Sainz Jr., 20 anos. Ambos demonstraram grande capacidade de pilotagem, ainda têm muito a aprender, claro, mas provaram que merecem um lugar ao sol na Fórmula 1. O STR10, com motor Mercedes, também mostrou-se competitivo no meio do grid, surpreendendo muitos rivais diretos. No entanto, a falta de confiabilidade mecânica não permitiu que a Toro Rosso ficasse à frente da Lotus no mundial de construtores.
A Sauber esteve em maus lençóis no início da temporada. Giedo van der Garde requisitou judicialmente um carro para correr. No entanto, isto não impediu que Felipe Nasr conseguisse um excelente quinto lugar. Só que a falta de investimentos nos carros não permitiu que o piloto brasileiro e o companheiro de equipe Marcus Ericsson obtivessem melhores resultados.
A McLaren teve uma de suas piores temporadas de sua história na Fórmula 1. O propulsor Honda tinha um desempenho horrível, chegando a perder 20 km/h em retas. Fernando Alonso e Jenson Button sofreram com muitas penalidades, em razão das constantes trocas de componentes nos motores, conseguindo marcar apenas, respectivamente, 11 e 16 pontos. O momento de maior crise da equipe foi o famoso "GP2 engine", quando Fernando Alonso, pelo rádio, comparou o motor de seu carro a um propulsor de carro da GP2.
A Marussia sequer conseguiu largar na Austrália, e tudo por causa de um simples software. Melhor dizendo, da ausência dele. Como os motores de seus carros eram os defasados Ferrari de 2014, a equipe italiana simplesmente não tinha mais um backup do software necessário para fazer os motores ligarem. Isto, porém, não fez os fundadores da equipe, Graeme Lowdon e John Booth, desistirem da empreitada, e a Marussia voltou à pista na Malásia, embora o MR03B não fosse páreo a qualquer outro carro, Will Stevens, Roberto Merhi e Alexander Rossi conseguiram trazer os dois carros da equipe ao final das provas em 14 das 18 corridas.
Em 2015, a Fórmula 1 foi marcada por uma tragédia: Jules Bianchi sucumbiu aos ferimentos que sofreu durante o Grande Prêmio do Japão de 2014. A morte de Justin Wilson, piloto da IndyCar Series, também contribuiu para o reacendimento da discussão sobre os cockpits fechados.
Nem tudo foram más notícias. A volta do México ao calendário da Fórmula 1 foi um grande sucesso, ajudado pela performance do piloto local Sergio Perez.
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