Tentar sair da Coreia do Norte diretamente à Coreia do Sul é impossível, pois, entre os dois países, existe a chamada "Zona Desmilitarizada", que possui 248 km de comprimento e quatro de largura. Nas bordas, campos minados e postos de vigilância instalados pelos dois países vigiam constantemente as fronteiras.
Uma equipe de reportagem da emissora de televisão francesa Canal+ vai até a Manchúria, fronteira entre a Coreia do Norte e a China, vigiada constantemente por soldados norte-coreanos. É um outro local onde vários habitantes da Coreia do Norte tentam fugir do país.
Dos que tentam atravessar esta fronteira, poucos conseguem. Muitos acabam presos, ou abatidos ali mesmo, como é o caso de uma mulher, que foi alvejada, e mesmo assim, tentou atravessar o rio, mas não resistiu à dificuldade e morreu afogada.
Mas há um outro caminho, bem mais longo e igualmente difícil. É um percurso de mais de dez mil quilômetros: entrar pela Manchúria, que faz fronteira ao sul da China com a Coreia do Norte, passar por Yanji, Shenyang, Pequim e Kumming, até o Laos. De lá, segue-se até Bangkok, capital da Tailândia, onde pegam um voo até Seul.
Na Coreia do Sul, os norte-coreanos podem ir até a embaixada e pedir asilo político, já que o governo sul-coreano aceita que fugitivos norte-coreanos ingressem no país, onde são reeducados para se adaptarem à cultura e os costumes de um país ocidental.
A equipe do Canal+ acompanha um grupo de norte-coreanos que tenta seguir este caminho. Uma rede organizada de atravessadores na China, Laos e Tailândia, gerenciada por um pastor cristão sul-coreano, ajuda todos a percorrer o perigosíssimo trajeto.
A reportagem foi reexibida pela emissora portuguesa SIC, no programa "Toda a Verdade".
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