Wendell Scott: A Race Story


Jacksonville, Flórida, 1º de dezembro de 1963. Um episódio que manchou a história da NASCAR. Wendell Oliver Scott era um simples taxista em Danville, Virginia, que tinha um hobby comum de muitos americanos: correr nos ovais de terra de sua região. Começou a se destacar e evoluindo na sua carreira, ao ponto de conquistar ao título de campeão estadual, em 1959, ao vencer 22 etapas no oval de Richmond.

Scott queria correr na NASCAR’s Grand Marchal, a principal competição da década de 1960, a "Sprint Cup" da época. Em 1961, comprou um carro usado e estreou na categoria. Até ai, nada de diferente a qualquer piloto. No entanto, Wendell Scott tinha um "defeito", de acordo com a sociedade mundial na época: ele era negro. E em pleno auge do racismo nos Estados Unidos.

Em diversas provas, Scott era simplesmente ignorado pelo público e até mesmo pelos organizadores. Cansou de ler placas "white only" (brancos apenas) em banheiros, restaurantes e bebedouros. Na pista, alguns problemas com pilotos, mas nada igual ao que foi visto na terceira etapa do campeonato de 1964, disputada no dia 1º de dezembro de 1963.

Scott fazia uma excelente corrida, e quando restavam 25 voltas para o final, ele assumiu a ponta ultrapassando ninguém menos que Richard Petty. No momento da bandeira quadriculada, ela simplesmente não foi balançada. Incrédulo, o piloto completou mais uma volta e não viu a quadriculada novamente. Instantes depois, o diretor de prova deu a bandeirada para Buck Baker. O piloto não pôde comemorar no "Victory Lane", além de dar o beijo na "rainha" local. Horas depois, os organizadores retrataram-se com Wendell Scott e o declararam vencedor da prova, mas Wendell ficou sem o troféu.

Scott correu 495 corridas na divisão principal da NASCAR até se aposentar, em 1973, após um forte acidente em Talladega. Obteve 174 "Top 10", arrecadou pouco mais de 180 mil dólares em premiação, além de ser, até hoje, o único piloto negro a vencer na NASCAR. Wendell Scott faleceu em 23 de dezembro de 1990, aos 69 anos, vitima de câncer. Sua história foi retratada pela ESPN.

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