O segredo mais "mal guardado" dos últimos tempos acaba de ser "revelado": Fernando Alonso ocupará o assento de um carro da Ferrari em 2010, e será companheiro de Felipe Massa na escuderia de Maranello. O contrato firmado com o asturiano tem a duração de três, podendo ser prolongado até 2015, e o salário que Alonso receberá gira em torno de 400 milhões de dólares, sem incluir os patrocínios e receitas com vendas de produtos relacionados ao espanhol.
Será uma nova "era Schumacher" na Fórmula 1? Acredito que não, pois, no início da década, quem comandava a Ferrari era Jean Todt, Ross Brawn e sua trepe, que preferiu concentrar seus esforços em desenvolver apenas o carro do alemão, que era infinitamente mais piloto que Rubens Barrichello, seu companheiro de equipe. Quem apostava que, finalmente, o brasileiro conquistaria um título de pilotos na Ferrari, acabou "quebrando a cara". Agora, a situação é diferente: quem comanda a equipe Ferrari de Fórmula 1 é Stefano Domenicali, e, dos que estavam na equipe rossa na época de Michael Schumacher, apenas o próprio alemão permanece, como consultor técnico.
Algumas questões surgem, cujas respostas surgirão no futuro: poderão Felipe Massa e Fernando Alonso trabalhar na equipe com laços de amizade? Vale lembrar que ambos disputaram roda a roda as últimas voltas do Grande Prêmio da Europa de 2007, e se tocaram em algumas ocasiões, gerando uma discussão mútua, com direito a palavras de baixo calão disparadas ao vivo para o mundo ver e ouvir. No entanto, águas passadas não movem moinho, e já superaram o ocorrido, inclusive foram vistos em diversas oportunidades conversando amigavelmente. No entanto, isto continuará quando ambos estiverem na mesma equipe, disputando as atenções, ponto a ponto na tabela, e ainda superar os adversários das outras escuderias?
Esta cena continuará a se repetir?
Fernando, depois do caso "Singaporegate", poderá trazer prejuízos à Ferrari, já que sua "blindagem", concedida pela FIA, largamente discutida pela imprensa especializada ao redor do mundo, traz dúvidas sobre seu real envolvimento no caso? Isto sem contar o caso "Stepneygate", do qual o espanhol foi o principal delator, e que foi responsável pelo desenrolar de acontecimentos que fizeram a McLaren perder o mundial de pilotos para a Ferrari, além de ser excluída do mundial de construtores e receber uma multa de cem milhões de euros.
Pelo menos, na parte financeira, não, já que o Santander, banco espanhol, irá patrocinar fortemente a Ferrari, já que sempre quis ver seu compatriota pilotando um carro roso, além de continuar a patrocinar a McLaren, com rumores de que pagará o salário de Kimi Raikkonen, que voltará a equipe de Woking três anos depois. O finlandês, neste caso, é o maior prejudicado, pois foi pego de surpresa, pois tinha contrato até o final de 2010, e o mesmo foi rescindido para que Alonso ocupasse seu lugar na Ferrari. Agora, Kimi está repensando seu futuro, e não descarta a hipótese de sair da Fórmula 1 e se dedicar aos ralis, categoria que sempre sonhou disputar.
Além disso, há uma oferta financeiramente tentadora da Toyota pelos seus serviços. A equipe nipônica deseja uma dupla talentosa para a temporada de 2010, por isso, já dispensou os serviços de Jarno Trulli e Timo Glock para o ano que vem, e já fez contatos com o polonês Robert Kubica, que ficará sem carro para o ano que vem, com a saída da BMW, mas o polaco também recebeu proposta da Renault, para ocupar o lugar de Fernando Alonso.
E agora, José?
A decisão de Kimi Raikkonen é de suma importância para a "dança das cadeiras" para a temporada do ano que vem, pois Nico Rosberg é o xodó da Mercedes, que quer um piloto alemão acelerando seus motores, e quer Nico na McLaren ou na Brawn, já que fornece motores para a equipe de Ross Brawn. Outro piloto que pode mudar de equipe com tudo isso é Rubens Barrichello, que pode ir para a equipe Williams, caso Rosberg venha a pilotar um carro da equipe branca marca-texto, ou pode abandonar a categoria, mas essa é uma possibilidade muito remota, já que o piloto brasileiro ainda demonstra muita vontade de continuar competindo na Fórmula 1, apesar de beirar os 40 anos de idade.
A partir de tudo isso, uma simples decisão a ser tomada por um piloto pode fazer muita coisa mudar no mercado de pilotos na Fórmula 1 para 2010, que será caracterizada pela disputa ferrenha de cockpits, apesar de três novas equipes estarem ingressando na categoria, e, ainda por cima, a possibilidade de uma décima-quarta equipe disputar a temporada do ano que vem, já que há negociações para a compra do espólio da BMW, que está de saída, e reuniões com a FOTA poderão ser realizadas para que haja uma decisão sobre o fato de haver uma equipe a mais que o previsto para o ano que vem. Se isso acontecer, será a primeira vez em vários anos que teremos 28 carros no grid. Mas os problemas de log[istica e de espaço nos circuitos do calendário poderão atrapalhar, e a decisão final poderá ser a de "apenas" 26 carros disputarem o campeonato de 2010. Mesmo assim, seis novos postos aquecem e muito os rumores sobre quaispilotos disputarão a temporada 2010 da Fórmula 1.
Voltando ao assunto Alonso, sua bem conhecida "marra" de sempre querer ser o centro das atenções, como era no tempo da Renault, quando se sagrou bicampeão, irão perturbar a convivência entre os integrantes da equipe Ferrari? Stefano Domenicali terá mão de ferro para comandar dois pilotos com grande potencial para serem campeões, e ao mesmo tempo, oferecer igualdade de condições para ambos possam disputar o título entre si e terem força para estarem à frente dos outros pilotos do certame? Esta e as respostas para outras questões a respeito da ida de Fernando Alonso para a Ferrari só serão de conhecimento de todos com o tempo. Só o tempo irá dizer.
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