Cândido Norberto (Bagé, 18/10/1927 - Porto Alegre, 01/02/2009)

Cândido Norberto dos Santos nasceu em Bagé, no dia 18 de outubro de 1927. Chegou a Porto Alegre em 1943, para trabalhar na Folha da Tarde, periódico da Caldas Júnior. Além de experiência, conquistou várias amizades. Cita como exemplos Flávio Alcaraz Gomes e João Bergmann, locutor da PRF-9, Rádio Difusora Portoalegrense. Durante as tardes, Norberto passava o tempo livre no estúdio da rádio jogando conversa fora com Bergmann. Determinado dia, Bergmann não pode apresentar o seu programa como habitualmente e a chance de locução surgiu pela primeira vez. Impressionado com a voz de Cândido, o diretor da Difusora, Nelson Lança, empregou-o automaticamente. Iniciava-se, então, uma carreira que iria confundir-se com a história da evolução do rádio gaúcho.

Durante os anos 40, Cândido Norberto era diretor de broadcasting na Rádio Gaúcha. Estruturou o elenco de rádio-teatro da emissora. Conquistou nomes importantes como Walter Ferreira, Tânia Maria, primeira-dama do estilo, Aida Terezinha e Rui Figueira, que além de locutor do Repórter Esso era o responsável pela publicidade. O diferencial da Gaúcha na disputa pela audiência com a Farroupilha era a veiculação diária dos capítulos da novela. É desta época, o programa Tapete Mágico, que incluía novelas e foi um fenômeno de audiência, marcando época no dia-a-dia gaúcho.

O tradicional comentário Pensando em Voz Alta, durante anos projetou Cândido Norberto como analista do cotidiano. A partir daí, trabalhou nas rádios Guaíba e Farroupilha e nas emissoras de televisão Gaúcha e Educativa. Mas foi na Rádio Gaúcha que exerceu o ofício por mais de 50 anos. Foi locutor, redator, cronista, comentarista, rádio-ator. Até cantou, parodiando um bolero ao lado de Adroaldo Guerra e Walter Ferreira.

Em 1950, quando concorreu ao primeiro cargo político, as eleições se caracterizaram pela chamada fase de redemocratização que seguiu ao Estado Novo, regime que impunha uma forte censura aos veículos de comunicação. O chefe político da época era Getúlio Dornelles Vargas.

Formou-se em advocacia e exerceu cargos políticos. Integrou o Legislativo do Rio Grande do Sul por 16 anos, totalizando quatro mandatos consecutivos como deputado estadual pelo Partido Socialista Brasileira (PSB). Ocupou a presidência da Assembléia Legislativa e da União Parlamentar Interestadual e ainda o governo do Estado interinamente. Entretanto, seus comentários políticos na Rádio Gaúcha e na televisão custaram-lhe a troca de emissora na década de 50, quando foi trabalhar na Guaíba comandando o programa Távola Redonda. Teve o mandato cassado pelo regime militar, em 1966.

Cândido Norberto graduou-se em Jornalismo pela primeira turma do curso de Comunicação da UFRGS, atuando desde então somente no meio radiofônico. Foi responsável pela primeira transmissão esportiva internacional do rádio gaúcho, em 1949. A partida foi no Uruguai entre o Grêmio Foot-Ball Portoalegrense e o Nacional, de Montevidéo.

As transformações na Rádio Gaúcha foram feitas após a chegada de Jesuino Antônio D´Ávila, que dirigiu a Farroupilha em seus anos mais prósperos. A maior mudança, porém, ocorreu em 1970, quando Norberto idealizou o Sala de Redação, programa que ocupava o horário do almoço e consistia na leitura de notícias direto da redação do jornal Zero Hora.

O Sala de Redação seria o ponto central da reformulação da Gaúcha, tornando-a eminentemente jornalística. Entretanto, Cândido não acompanhou todo o processo de restruturação. Transferiu-se para a Rádio Farroupilha e, posteriormente, atuou na direção da TV Educativa.

Em 1993, retorna à Gaúcha, participando semanalmente do Fórum Rádio Gaúcha. Fazia, também, três comentários diários na rádio, além de atuar como cronista do jornal Zero Hora.

PUCRS

Um comentário:

  1. Bagé não esqueceu o filho querido, como não foi por ele esquecida.
    Muita paz
    Crabb

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