Rudimentos de Instrucção Militar

Vejam só este pequeno livro que minha mãe achou na casa da minha bisavó. Trata-se de um manual de regras e orientações para os recrutas do Exército. Tirei fotos de todas as páginas da publicação para mostrar esta verdadeira relíquia a vocês.

Não consegui encontrar o ano da publicação, mas, de acordo com a página 18, que mostra a lista de todos os presidentes que a República dos Estados Unidos do Brasil, a denominação oficial do país tupiniquim na época, e Epitácio Pessoa como sendo o atual, então este livro foi impresso entre julho de 1919 e novembro de 1922.

Então, é bem provável que este livro tenha pertencido ao meu bisavô quando serviu ao Exército... que maravilha! Além disso, a publicação se mostra bastante antiga pela listagem dos Estados do Brasil na época, que eram 22, a Parahyba era do Norte e o Acre ainda não tinha seu município capital.

Os feriados nacionais também eram bem diferentes. No dia 24 de fevereiro, era o Juramento da Constituição. O Descobrimento do Brasil era lembrado no dia 3 de maio, e não em 22 de abril, como se faz atualmente. O dia 13 de maio, data de 1888, quando Princesa Isabel e Rodrigo Augusto da Silva assinaram a Lei Áurea, diploma legal que extinguiu a escravidão no Brasil, era também um feriado.

Além disso, várias batalhas e datas marcantes também eram comemoradas na forma de feriados: a Batalha de Tuyuty, em 24 de maio, a Batalha de Riachuelo, em 11 de junho, a Tomada da Bastilha, em 14 de julho, e a Descoberta da América, em 12 de outubro, data que atualmente é o dia de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil.

Aí eu me pergunto: se a República era brasileira, por que o país comemorava um evento da Revolução Francesa? Talvez pela Tomada da Bastilha servir como um simbolismo da queda da monarquia de Dom Pedro II...