Quando era criança, não tinha acesso a uma cadeira de rodas, então, Zahara ia para a escola carregada pela mãe num carrinho de mão. Cansada das dificuldades, Sedighi arregaçou as mangas da burca e põs a mão no aço para produzir um triciclo adaptado para cadeirantes a partir de duas motocicletas.
Ambos os veículos de duas rodas serviram de base para a rampa de acesso e a plataforma, onde a cadeirante se acomoda para se locomover. Apenas um dos guidões foi aproveitado, e está localizado no centro, com todos os controles originais disponíveis.
Isto resolveu o problema de locomoção de Zahara Sedighi nos últimos sete anos. Só que este era apenas um dos seus imbróglios. Como o Islamismo não concede muitas oportunidades para as mulheres, Sedighi não tem sequer uma licença para pilotar motocicletas, apesar as inúmeras tentativas da inventora.
Um novo projeto de lei parlamentar, a Lei de Proteção Integral para Cidadãos Deficientes, poderia mudar as coisas para ela e para os 1,3 milhão de pessoas com deficiência no Irã em breve. Se aprovada, melhoraria muito o acesso a instalações e transporte.
Além disso, Masoume Ebtekar, vice-presidente da Comissão para Mulheres e Relações Exteriores, está observando com atenção a situação de Zahara Sedighi, mas a batalha ainda está longe de terminar.
Enquanto isso, Zahara Sedighi não espera que as coisas melhorem para ir ao trabalho e à universidade. Onde prospera a adversidade, o mesmo acontece com a ingenuidade.
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