
Com o nome mantido em sigilo, o pai do rapaz relata estimar que, só nesta safra, o adolescente já retirou do galpão uma tonelada e meia de fumo tipo BO1, de melhor qualidade. A própria família já viu o menor saindo da propriedade pelos matos, levando as manocas de tabaco em sacos. O prejuízo com estes furtos chega a R$ 9 mil, mas é a saúde do filho que mais preocupa o fumicultor.
“Ele está magro. Passa o dia fora de casa, só aparecendo à noite para pegar o fumo e logo ir embora novamente. Não quero mexer com traficantes ou coisa deste tipo. Quero apenas um tratamento para ele”, diz o pai. A mãe está muita abalada com a situação. “Mal consigo acreditar que isto está acontecendo. Nem parece que é meu filho fazendo estas coisas.”
Eles acreditam que o jovem esteja trocando o tabaco por drogas porque já foi vista uma peteca de cocaína dentro de casa. “Além disso, não haveria outra razão para estes furtos e este comportamento”, argumenta o pai. A família já procurou lideranças da comunidade, em busca de ajuda, mas não conseguiu nem submeter o rapaz a exames porque ele se nega a acompanhá-los à cidade. “É uma situação desesperadora, pois não sabemos o que fazer. Trabalhamos duro há anos para deixar um pouco de conforto a nossos filhos e agora estamos perdendo tudo”, desabafa o fumicultor.
Conforme o juiz da Infância e Juventude de Santa Cruz, Breno Brasil Cuervo, famílias que vivem situações como a relatada pelo casal de agricultores podem ingressar na Justiça, solicitando que o suposto dependente seja encaminhando a exame clínico de forma compulsória – ou seja, mesmo contra a vontade. Cuervo orienta os pais a procurarem o Ministério Público, a Defensoria Pública ou, se preferirem, um advogado particular. Dependendo das conclusões do médico, a Justiça pode decretar também a internação compulsória do paciente.
Fonte: Gazeta do Sul
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