A. J. Foyt: "o que eu teria feito diferente"

A. J. Foyt
O único piloto a vencer as 500 Milhas de Indianápolis, as 500 Milhas de Daytona, as 24 Horas de Le Mans e as 24 Horas de Daytona, A. J. Foyt concedeu entrevista à revista americana Car And Driver.

O senhor dorme bem antes de uma grande corrida?

Sim, provavelmente já dormi melhor quando era piloto do que agora que sou dono de equipe e não venço provas.

Já ficaste apavorado em um carro de corrida?

Vou te dizer, não houve uma só prova na qual não tivesse atrito com outro piloto ou comigo mesmo. Estas pessoas que dizem que nada as apavoram, bem, estão mentindo. Mesmo grandes nomes do automobilismo já proliferaram palavrões a outros pilotos.

Quando o senhor pensou que atingiu o auge como piloto?

Provavelmente, na metade dos anos 1960, mas 1967 foi um bom ano.

Quem é o piloto mais medíocre que o senhor conhece?

A. J. Foyt. Se alguém batia em mim de propósito, eu tentava tirá-lo da pista. Você precisa ter vontade de vencer. Não é o que os pilotos em geral possuem atualmente. Você me mostra um cara que nunca venceu e é feliz, é porque ele não sabe o que é vencer. Eu acho difícil para mim engolir esta história, de você competir e ser batido, às vezes, por você mesmo. E você tenta falar com os pilotos mais jovens, e eles, tipo, olham para cima e, bem... para o inferno com eles. Se você se julga tão esperto, por que não me mostra como vencer?

É difícil encontrar boas pessoas para trabalhar com sua equipe hoje?

Realmente, é. As pessoas novas não querem trabalhar como as pessoas velhas. Nós podemos trabalhar até as duas ou três da manhã. As pessoas novas querem trabalhar somente até as quatro e meia ou cinco da tarde. Mesmo se você estiver em cima, elas não querem fazer nada, e você ainda paga a elas por volta de quatro vezes o valor que elas produziram. Atualmente, o automobilismo é mais política do que corrida.

Por que o senhor acha que sua geração de pilotos é tão versátil?

Bem, você tenta correr em tudo que é categorias apenas para ter uma vida. Hoje em dia, estes pilotos fazem muito dinheiro só para sentar no seu carro. Se Parnelli Jones, Dan Gurney, ou eu, não fazem alguma coisa, nós não comemos bem à noite. Não é mais como antigamente.

Então, o que o senhor acha de Mario Andretti

Não dava a mínima para ele quando estava correndo contra ele.

Parnelli Jones?

Ah, era duro de correr contra ele. Muito difícil. Fica em primeiro na minha escala de performance, juntamente com Jim Hurtubise nos sprint cars.

E Mark Donohue?

Mark era um bom piloto e um cara legal, mas eu não acho que ele tinha aquele "instinto assassindo". Os outros dois tinham.

Se o senhor fosse começar a carreira de piloto hoje, o que faria?

Bem, as pistas de terra não mais tornam você bom, porque o cara mediano que pilota hoje em dia nem mesmo sabe o que é uma pista de terra. Se você o pôr numa pista destas, de meia ou uma milha, ele vai se perder. Acho que, se fosse começar hoje, iria no caminho habitual de hoje, que é no Kart.

Qual foi a coisa mais maluca que o senhor já fez durante uma corrida?

Eu fui um maluco muitas vezes, mas não a ponto de ser um estúpido. A maioria dos caras que competiram contra mim sabiam como eu era.

Qual o seu tipo de corrida favorito?

É uma corrida de sprint cars em uma pista de terra de meia milha.

Há uma segunda opção?

Uma corrida de midgets em uma pista de terra de meia milha.

Se o senhor pudesse estabelecer as regras, que tipo de carro a IndyCar poderia ter agora?

Eu acho que poderia construir seu próprio carro, ser seu próprio engenheiro, e montar o carro da maneira que quisesse. Só que agora a IndyCar é como a NASCAR. Se você chegar com uma ideia que tornará o carro mais rápido, não será autorizado a executar. As regras são duras, você não pode fazer nada. Não é tão divertido quanto costumava ser antigamente.

Há alguma coisa que o senhor teria feito diferente?

Não. Se eu pudesse renascer, faria tudo igual novamente. Tive uma grande vida. Vim do nada. E quem imaginou que eu seria o primeiro tetracampeão da Indy 500? Quando eu estava trabalhando na loja do meu pai, ouvia cada Memorial Day da Indy 500 e corria com meu Midget em lugares como o Playland Park. Meu sonho era algum dia ser bom o suficiente para estar na pista e correr. Quando venci pela primeira vez, era meu sonho se realizando.

O texto original pode ser conferido clicando aqui.

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