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Seu Madruga canta "Tordilho Negro"


A História Secreta do Rio Grande do Sul

Concessionária da DKW-Vemag no Rio Grande do Sul


Conheça a Dekabras, loja da DKW que fica na BR-116, entre Porto Alegre e São Leopoldo. Lá, existe um Belcar para test-drive, além de doze modelos expostos, como o Júnior, o Fissore, a Vemaguet, o Caiçara, o Pracinha e o Candango, e um Belcar 1964 preparado para competições como a Fórmula Classic.

No local, há também uma loja de peças exclusivas para os modelos da marca. O nome do estabelecimento é uma homenagem a uma famosa oficina de mesmo nome, que existia no interior de São Paulo. O dono da Comercial Dekabras Ltda. é Fernando Jaeger, heptacampeão gaúcho em pistas de terra, usando um DKW 1000.

Oswaldinho de Oliveira e sua imbatível carretera 128

Oswaldo de Oliveira e sua carretera Ford 128
Oswaldo de Oliveira nasceu em Porto Alegre em 1915 e, em 1939, veio para Santa Cruz onde atuou no ramo dos transportes. Casou-se com a santa-cruzense Erica Halmenschlager, constituiu família e aqui residiu até falecer, em 1996.

Desde a década de 1930, o Estado vivia a "febre" das corridas automobilísticas. As baratas, carreteras (carreteiras) e até carros de luxo disputavam provas por estradas esburacadas e poeirentas.

20 de Setembro: Feliz Dia do Gaúcho!

20 de Setembro Cavalo Gaúcho

Enquanto isso, na selva...

Carro estacionado na calçada, em frente à entrada do Charrua Hotel, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul

Carro estacionado na calçada, em frente à entrada do Charrua Hotel, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul

Graxaim morre... congelado... de pé!

Animal de médio porte foi achado em pé à beira de uma estrada. Veterinário diz que é pouco provável que animal tenha morrido de frio.

Uma cena inusitada surpreendeu moradores de Getúlio Vargas, no Norte do Rio Grande do Sul, na manhã desta quarta (6). Um graxaim foi encontrado congelado à beira da estrada que vai para o Rio Toldo. Apesar das baixas temperaturas registradas na região, é pouco provável que o animal tenha morrido de frio. Em Erechim, a 27 km do local, a mínima foi de 1,6°C.

O animal silvestre, também chamado de cachorro-do-mato, é de médio porte e foi encontrado em pé, de olhos abertos. O professor de Veterinária e diretor do Hospital Veterinário da UFRGS, Marcelo Meller Alievi, explica que a situação não é comum na natureza e que, provavelmente, se tratava de um animal doente.

"Não há como precisar sem uma necrópsia, mas é muito difícil que um animal deste porte tenha morrido congelado nessas condições. O mais provável é que se trate de um bicho doente, que morreu de outras causas e, em virtude da exposição às baixas temperaturas, acabou congelando", diz o professor.

Alievii não descarta, ainda, a possibilidade de atropelamento. "O animal pode ter sido atingido por algum veículo sem apresentar lesões externas. Ainda mais pelo local onde foi encontrado, à beira de uma estrada". Confira o vídeo da matéria, clicando aqui. Frio de renguear cusco, eu já tinha visto, agora, de matar graxaim é a primeira vez.

G1

Carretera #4 Vitório Andreatta - Ingo Hoffmann - Onboard


Carretera #4 Vitório Andreatta - Paulo Trevisan - Onboard




José Cláudio Machado: "o tradicionalismo está se descaracterizando"**

José Cláudio MachadoUm dos grandes nomes da música gaúcha, José Claudio Machado tem uma longa vivência no meio tradicionalista, tendo se apresentado em diversos estados e compostos clássicos como "Pêlos" e "Pedro Guará", por exemplo. Natural de Tapes, acha hoje que tudo perdeu um pouco o sentido. Cita o caso do desfile do 20 de setembro, do Parque Harmonia e do carnaval, evocando tempos dos barracas de lona e das manifestações populares mais espontâneas.

Tem 14 CDs gravados e participações em muitos outros. Gravou e tocou com "Os Tapes", "Os Serranos", Bebeto Alves, Luiz Marenco, Mauro Moraes e foi parceiro inseparável de Jayme Caetano Braun.Também parou de ir a festivais porque não gosta de disputas e acha os resultados invariavelmente duvidosos. "Eu me sinto mal ganhando e me sinto mal perdendo, sou mau ganhador e um mau perdedor", diz ele. Quem sabe até o fim do ano um novo CD, com canções inéditas.

Ele foi um dos que ajudou a criar o Parque da Harmonia. Lembra que primeiro era um aterro, depois foi "tomando jeito" de parque. Ia com a turma assar uma carne, passar o dia, se reunir, brincar, jogar bocha. "E um dia saiu um acampamento sobre chimarrão e essas coisas. A primeira mateada e aí quando se viu, virou um parque", lembra. Hoje, para ti ir para lá, diz, tem que ser dono de um terreno, que manter ele limpo e conservado, não é qualquer um que acampa. Tem que pertencer a um piquete, se inscrever.

"Não é uma critica, mudou muito o foco do que é tradicionalismo", afirma. A Semana Farroupilha também é outro evento gaúcho que, para ele, também se descaracterizou. Na sua opinião o desfile deveria ser exclusivamente para os costumes gaúchos, sem a participação de outras entidades. "A única que está inserida dentro do contexto da Semana Farroupilha é a Brigada Militar, pois fez parte da revolução. Mas mudou muito, ficou muita alegoria, carnavalesco". Morando em Guaíba, dificilmente vem a Porto Alegre, que só visita quando vem ao estúdio gravar.

"Fico duas semanas socado ali, e aí é do estúdio para casa e de casa para o estúdio. Na noite não dá para sair mais, está muito perigoso". Na capital trabalhava muito na noite, em restaurantes, como a Pulperia, por exemplo, na Churrascaria 35, quando era na frente da Zera Hora. E em quase todas as churrascarias do Centro. No Treviso? "Cheguei a ir lá, na madrugada. Saíamos das casas noturnas e íamos para o Treviso tomar canha, para arrematar a noite", recorda.

A redescoberta tradicionalista

Os anos 70 e 80, afirma foi uma abertura para todos os músicos tradicionalistas. Diz que a partir daí é que começou a ser divulgado, porque até então o próprio Rio Grande do Sul não era tão divulgado, pois a prioridade eram outros gêneros. O marco foi a partir da Califórnia da Canção, em 1971, quando ele participou com o grupo "Status". A música com a qual participaram, sobre um farroupilha que filosofa se valeu a pena ter lutado ou não, tinha 20 minutos e ficou fora do disco. Mas ganharam uma menção honrosa.

Em 1972, ganhou com a canção "Pedro Guará". O Festival, diz, abriu muito espaço, inclusive levando os jovens para a música nativa. Assim como o Harmonia, aqui também houve distorções, na sua opinião. A música começou a ficar mais urbana e não foi aceita pelo lado mais "radical". Vários CTG’s, por exemplo não aceitam a "tchê-music", gênero que para ele tem valor porque através dele se evita que o jovem caia no rock. "Porque senão amanhã isso aqui vira tudo americano", diz. Tocou duas vezes, um ano de cada vez, com "Os Serranos". Depois seguiu a sua trajetória, o seu trabalho solo.
A inspiração

Inspiração? "Eu nasci no meio rural, no meio campeiro. Trabalhei no campo, na minha infância, minha juventude, eu conheço toda lida campeira. Gosto do campo, mas trabalhar no campo não é comigo não. Então a inspiração vem, tu não programa ela. Te surge um verso, assim, de repente, uma palavra. Ou num animal no campo, no movimento do campeiro, é casual. Tem pessoas que tem o "dom": olha eu vou fazer uma letra sobre isso aqui. E vai lá e faz.

Eu gosto de letras que tenham uma mensagem, uma história, que falem da vida campeira, ou alguma verdade no meio, porque tudo tem um cunho político. Até o "maluco beleza", o Raul Seixas, tinha maravilhas de letras, com toda loucura dele de roqueiro. Tem aí o Chico Buarque que é uma cabeça, escreve simples e se comunica com todo mundo.

Como surgiu "Pedro Guará" e outras músicas

Foi uma história esquisita. No início, quando nós fundamos o grupo "Status" tinha o Cláudio Bueno Garcia, que hoje é doutor em filosofia. Ele estudou teologia, professor em São Miguel. Nessa época eu tocava muito em bailes, mas quando começaram a escassear, fui trabalhar como mecânico. E um dia tava caindo uma garoa, me vem uma melodia. Passei o dia com aquela melodia na cabeça e de noite peguei, botei em cima da letra e encaixou certinho.

O Cláudio Boeira Garcia dá aula em uma faculdade em Ijuí. A música foi feita a quatro mãos. Já "Don Munhoz" é letra e música do finado Gaspar Machado, bom poeta e música do Airton Pimentel, eu só cantei. "A Canção do Gaúcho" é do Barbosa Lessa. É uma música apoteótica e tem mensagem, né? Cada vez que se executa, o público se inflama. Normalmente nos meus shows eu finalizo com ela.

Orgulho de ser gaúcho

Eu acho que o orgulho e a inflamação de ser do Rio Grande já nasceu com o gaúcho. Queira ou não queira, todo gaúcho, gosta de ser gaúcho, tem orgulho da terra dele. Muitas vezes a pessoa sai daqui e vai morar lá na Bahia e nunca vestiu bombachas. Aí o cara chega lá e coloca uma bombacha com o maior orgulho, aqui ele tem vergonha de botar. É porque aqui criticam muito. Medo da gozação.

Estive em Mato Grosso, seis dias, me levantava cedo pra tomar meu banho, meu mate, pitar meu cigarro. Quando abri a porta do meu quarto, tinha nos fundos uma área grande com três, quatro gaúchos sentados com chimarrão, com charque, carne, churrasco, erva e não sei o que mais. Não descansei um dia! A loucura da saudade que aquele povo sente, ficam até 10 anos sem vir para cá.

CTG e a cultura gaúcha

Os CTG’s se preocupam em baile e não criam um lado cultural. Não tem ali o cara mostrando como se tira o leite o outro mostrando como é uma doma, outro mostrando como é um tiro de laço. Quando entra em rodeio é só tiro de laço e acaba pagando entrada. É obvio, eu reconheço que para se fazer um rodeio, tu gasta, mas é só em tiro de laço, da manhã à noite.

Tem muita coisa distorcida, até a maneira que o homem do campo fala, tem muitas coisas aí que não é o que dizem. Por exemplo, hoje mesmo o Rui Biriva está cantando uma música que eu acho um horror aquilo, tchê. A letra é uma desgraça total, fica meio pesado para ouvir. O "guasca para fora" tem duplo sentido e tu botar em uma letra "cheiro de bosta"... O ouvido do povo não é penico, tchê. Outra coisa que eu detesto também é o machismo.

Músicos gaúchos, parcerias e convivências

Conheço o Yamandu desde pequenino. Ele está em uma fase muito boa, toca muito violão, tenho orgulho dele. Seguido pegava o violão e vinha aqui com o falecido pai dele. A música gaúcha foi divulgada por um catarinense, que era Pedro Raimundo. Depois vieram os Bertussi, que contribuíram muito, conhecidos no Brasil inteiro. Depois veio o Teixeirinha, que contribuiu muito, mas muito mesmo, embora tivesse as pessoas que não gostavam.

Foi um grande precursor da música gaúcha. Foi importante também o Gildo de Freitas, aquele modelo mais simples. Depois de 1972 "Os Mirins", com Albino Manique, com o acordeom maravilhoso, "Serranos" e por aí ela vem crescendo. Quando estoura a Califórnia da Canção, aí que a divulgação começou. César Passarinho, Leopoldo Rassier, o Gaúcho da Fronteira, com uma outra proposta musical, mais hilariante. Depois veio Cenair Maicá, uma perda sem tamanho.

O finado Leonardo que contribuiu muito, e dos antigos, taí o Pedro Ortaça. O resto é essa gurizada nova, que está cantando bem musicalmente, as letras bem feitas, mas falta um toquezinho, ao meu ver, de mensagem, de conteúdo.

O amigo Jayme Caetano Braun

Ah, meu querido, falecido, amigo Jayme. Tivemos um convívio largo. No início quando fui para Porto Alegre, eu pertencia a um grupo, antes dos Serranos, que era um dos mais antigos que tinha no RS, Os Teatinos*. Quando fazíamos show no Palácio do Governo para mostrar a cultura gaúcha, quando vinha autoridades, presidente da república, senador.

E o Jayme sempre ia junto, em show, teatro, em todo o Rio Grande. Viajamos para fora, em vários estados e depois viajei muito tempo só o Jayme e eu, cantamos até para o dono da Globo, Roberto Marinho, na casa dele, para o Figueiredo um dia antes dele assumir a presidência. Então o Jayme foi uma pessoa maravilhosa, sem contar que ele foi um dos maiores poetas, nessa linha, um homem campeiríssimo. Três homens fantásticos para descrever um poema, eram o Jayme, Aureliano de Figueiredo Pinto, e o finado, João da Cunha Vargas. São os da nata.

Visitas ao Mercado Público

Eu ia seguido Mercado Público. Esses dias eu ainda disse, preciso ir no Mercado, estou programando isso já faz um tempo. Vou lá buscar uns dourados para fazer assado na grelha. Eu procuro filé de tilápia e não acho. Lá eu encontro. Tenho que ir, passar uma tarde lá. Mas vou levar uns dois ou três guarda-costas, porque se não passa um ladrão e me rouba o chapéu.

Depois da reforma eu ainda não fui. O Mercado Público é um patrimônio fora de série, né? Aquilo ali é um ponto cultural de Porto Alegre, para mim, o coração do Rio Grande. Para mim em matéria de ponto turístico, é ali. O cara encontra de tudo ali, é um mundo a parte.

* Os Teatinos era um grupo campeiro, natural de Tapes – RS, que tinha a seguinte formação: Glênio Fagundes, (Vocal e violão), Paulo Fagundes (Vocal e violão), José Cladio Machado (Vocal e violão) e Marco Aurélio Campos (Bombo nativo). Teatinos gravou um disco em 1976, que se chamava, Telurismo – Vol. 1. Que contou com as participações de João Batista tocando contra-baixo, e Geraldo Schuler tocando flauta.

** Texto publicado em 28 de agosto de 2010 no site Jornal do Mercado de Porto Alegre. José Cláudio Machado faleceu em 12 de dezembro de 2011.

Sexólogo dos Pampas

Dr. Grossotaura Macanudo, Sexólogo dos Pampas
Dr. Grossotaura Macanudo, fudetólogo bagual, especialista em capação de touro e acossado das mutuca, respondendo às perguntas dos ouvintes no Programa Barranqueando no Más, da Rádio Barranca Oriental:

Tenho 20 anos e não transei ainda porque gostaria que a 1ª vez fosse com um namorado fixo. O que você acha?

Bagual que se preza, corcoveia e troteia mordendo o freio, então não te apoquenta que ele não fique mui fixo até que a doma esteja completa.

O que fazer para surpreender meu marido que é meio tímido?

Já exprimentô galopeá pelada em cima de uma égua zaina em frente às "casa", e no inverno? Se ele não der sinal de vida, confere a certidão de nascimento, que gaúcho ele não é!

Tenho um amigo que quer fazer sexo comigo, mas ele tem um pênis de 20cm. Acho que vai ser doloroso, o que faço?

Sempre que se chamá pênis é pequeno assim mesmo, mas se tá falando da guasca, 20 cm tem os piazito lá da fazenda e as ovelha não se queixa.

Como faço para seduzir o rapaz que eu amo?

Não carece fazer força. Te péla, capricha na água de cheiro e o resto o instinto gaúcho cumpre loguito no más!

Terminei com meu ex porque ele é muito galinha e agora estou com outro. Mas ainda gosto do ex e às vezes ainda fico com ele! O que devo fazer?

Mas tu dá mais que chuchu na serra e fala do coitado? Dexa ele de lado e vai puteá pras banda do Uruguai! E te orienta: ele é galo, viu? Não galinha!

Quero saber como enlouquecer meu namorado só nas preliminares.

Preliminar que eu saiba é aquele jogo de osso com as adaga na cintura e o cenho franzido antes de Bagé x Guarani, na Pedra Moura, mas exprimenta botá açúcar no mate dele pra vê o que acontece!

Sou feia, pobre e chata. O que devo fazer para alguém gostar de mim?

Nada, minha chinoca, macho que é macho não despreza mocréia, as bonitinha até viado come!

O cara com quem estou saindo é muito legal, mas está dando sinais de ser alcoólatra. O que eu faço?

Compra uma guampa de canha novinha e dá de presente, ele vai se encambixá em vossa mercê. E toma uns trago junto pra dexá de sê chata!

Por que, na hora do sexo, quando a gente está no vai e vem, na hora em que o corpo entra em atrito e faz aquele barulho de quem está batendo palmas, a gente fica mais excitada?

Por que o bugio ronca no mato? É da natureza, minha chinoca!

Apesar do meu tamanho, eu tenho apenas 15 anos de idade e não tenho cara propriamente linda. O que fazer para conseguir comer umas gatas?

Gata é mais difícil, mia muito e tem as unha afiada. Recomendo começar a vida sexual campeira com aquela ovelha guacha que toda estância que se preza tem na volta das casa.

Sou virgem e rolou, pela primeira vez, de fazer sexo oral. Terminei engolindo o negócio e quero saber se corro o risco de ficar grávida. Estou desesperada!

Se engoliu o negócio do peão, adevorve que é dele e vai percisá pra usar de novo! Ah, tá falando do leitinho? Não te desespera, aguarda pra mamá de novo!

A primeira vez dói? Tenho 21 anos e ainda não transei porque tenho medo de doer e não agüentar.

Por amor ao Rio Grande, toda prenda tem que dar sem fiasqueira, do contrário, é catarinense se passando por gaúcha! E se não estiver agüentando a dor, passa banha de porco no instrumento, fica mais liso que muçum de açude.

Verdade que camisinha faz brochar?

Gauchismo e matéria plástica não combina bem, mas não é descurpa pra faiá! Com poncho ou sem poncho, tem que enfrentar o minuano do mesmo jeito! Já exprimentô usá tripa de porco? É mais de acordo com os costume do pago, e sempre tem de sobra da última carneação.

Depois que vi a Gisele Bünchen numa TV tenho tido pesadelos com ela me perseguindo, isso é normal?

Bem, normal não lhe digo que seja, mas essas magrela feiosa assombram até o dormir do gaudério. A receita pra curá isso é vê prenda bonita de novo, fornida de carne nas anca, como umas alemoa que tem pras banda de Lajeado, Santa Cruz, Horizontina, Nova Prata ...

Por que os homens adoram transar por trás?

Dá uma olhada nas criação (porco, gado, cavalo, carneiro...), vê se arguma criação trepa pela frente! Mas nada contra fazer uma variação de vez em quando, que nem xote afigurado!

É verdade que a gente pode engravidar em banheiro público?

Poder pode, mas não se deve. Uma vez, nuns comércio de carreira de cancha reta, lá pros lado de Uruguaiana... melhor dexá essa estória pra outra vez!

Por que os homens que eu namoro sempre querem comer a minha melhor amiga?

Perguntita compricada... Prá começar, mulher não tem melhor amiga, tem "a melhor inimiga mais íntima", e, indo direto ao ponto da questão, tu não disse que essa amiga era uma mulher? Pôs então, tá explicado! E, além disso, deve ser linda essa chinoca, hein? Fica calma que tem pras duas!

Por que os homens vão embora logo depois de transar no primeiro encontro?

Mas te orienta, vivente! E a lida do campo, quem é que faz? O capim pras vaca, tratá os porco, capiná o terreiro... Qué vagabundo prá te sustentá ou homem sério e trabalhador? E se o encontro foi bom, te aquieta que ele vórta!

Rui Biriva (28/10/1958 - 25/04/2011)

Rui Biriva nasceu em Horizontina, batizado como Rui da Silva Leonhardt, filho de Adalíbio e Malvina, uma família de pequenos agricultores, e o caçula entre três irmãos. Até os 10 anos, estudou no interior do município, no Distrito de Esquina Eldorado, onde morava. Aos 11 anos, foi estudar na cidade, e a partir dos 12, começou a participar dos festivais estudantis de música.

O contato com a música vem desde cedo. O pai, que foi músico, era proprietário, nos fundos da casa da família, do CTG Peão do Alto Uruguai. Foi no salão de baile da entidade que o cantor começou a familiar-se com nomes como: Irmãos Dias, o trovador Portela De Lavi, autor da antológica Pára Pedro, Os Araganos, José Mendes, de quem posteriormente regravou alguns sucessos, e a dupla Norinho e Ediles Nunes.

Aos 14 anos, venceu o 3° Festival Estudantil da Canção (FEC), da cidade de Três de Maio, interpretando a música Good bye my Love good bye, de Demmis Roussus. Neste mesmo município, durante dois anos, participa do Grupo Magia Som, conjunto de covers, em que interpretava músicas de nomes como: Led Zeppelin, Yes, Deed Purple, Elton John e Rod Stewart, e apresentava-se na região da grande Santa Rosa.

Em 1976, o pai compra uma indústria moveleira em Medianeira/PR. Rui vai estudar em Cascavel, local onde conclui o 2° grau e participa ativamente de vários festivais de música. Vai para São Paulo, com o objetivo de fazer carreira artística. Na capital paulista, trabalhou como vendedor de roupas, e durante sua estada na cidade, fez cursos de canto e teatro.

No final de 1981, retorna para Horizontina. Irineu Colato, na época, prefeito do município, que havia sido seu professor na escola, elege-se deputado federal e o convida para ser seu assessor parlamentar em Brasília. Mas as ruas sem esquinas e a falta de um bolicho para conversar com os amigos fazem com que Rui desista de trabalhar na capital federal, transferindo-se para Porto Alegre, com o objetivo de trabalhar para o deputado na capital dos gaúchos.

Na Assembléia Legislativa, conhece Airton Pimentel, que o convida para interpretar a música Birivas na 4ª Seara da Canção, em Carazinho, no ano de 1984. A composição vence a linha Galponeira do festival, e Rui conquista o prêmio de melhor intérprete do evento, e, principalmente, a partir daí, com o sucesso da música, nascia o apelido Biriva. O público começou a associar o nome da composição com o cantor, assim, Rui deixou aos poucos, o sobrenome Leonhardt ser trocado por Biriva.

No ano seguinte, Rui Biriva retorna à Seara para apresentar uma música sua com José Luis Vilela, chamada Santa Helena da Serra, que também vence o festival. Na época, o diretor da Gravadora Continental, Wilson Souto Jr., assiste a apresentação. Entusiasmado com seu trabalho, convida-o para gravar pela companhia paulista. Em 1986, grava pela gravadora Continental o 1° álbum de sua carreira.

Rui obteve importantes prêmios em festivais nativistas, entre eles: Califórnia, Tertúlia, Musicanto, Seara e Coxilha. Suas apresentações são vistas em programas nacionais de TV, como: Amigos, Galpão Crioulo, Raul Gil, Som Brasil. A música Quebrando Tudo, de sua autoria, juntamente com dois outros parceiros, ganhou destaque nacional ao ser utilizada como uma das trilhas do Programa do Ratinho.

Como compositor, já teve seu trabalho cantado por inúmeros artistas como Dalvan, Daniela Mercury, Os Nativos, Os Serranos, Osvaldir e Carlos Magrão, Gilberto e Gilmar, e Gaúcho da Fronteira.

Em 2000, deu início a uma trajetória internacional, ao realizar uma turnê de 20 dais por Portugal, onde fez os portugueses, dentro de um avião, cantar os versos de Quebrando Tudo, quando notaram sua presença no interior da aeronave.

Entre os maiores sucessos da carreira de Rui Biriva, destaque para: Tchê Loco, Santa Helena da Serra, Birivas, Festança, Pé na Estrada, Amigo, Vamo Pegá, Castelhana e Quebrando Tudo, Canção do Amigo, Das Bandas de Horizontina e Tonto de Saudade.

Das premiações mais recentes de sua carreira, destacam-se: Cidadão de Destaque da cidade de Horizontina, Top Of. Mind, da Revista Amanhã, do Sistema RBS, por duas vezes, na categoria Cantor Regionais e Troféu Guri.

Rui apresentou programas nas rádios: FM Cultura (Um Bom Dia Meu Rio Grande) e Festança Rural na rádio Rural. Em televisão esteve à frente do Mateadas na TV Assembléia e atualmente comanda o Paralelo Sul, aos domingos na TVE e Estrada do Sul na Rádio Rural.

Como seriam os nomes dos filmes se fossem rodados no Rio Grande do Sul

O Tempo e O Vento
Uma Linda Mulher → Uma Chinoca Buenacha
O Poderoso Chefão → O Bagual Cuiudo
O Exorcista → Vem Capeta, Que te Arreganho a Facão!
Os Sete Samurais → Sete Gaudérios cas Vista Estreita
Godzila → Mas Que Baita Lagarto!
Os Brutos Também Amam → Rebenqueados de Amor
Sansão e Dalila → O Crinudo e a China
Perfume de Mulher → Asa de Chinoca
Corra Que A Polícia Vem Aí → Vamo Saí Fedendo Que Vem Vindo os Brigadiano!
E o Vento Levou → Se foi com o Minuano!
Guerra Nas Estrelas → Peleia no Firmamento
O Corcunda de Notre Dame → O Tortinho Estropiado
O Fim Dos Dias → O Bagualão contra o Demo
A Pantera Cor-de-Rosa → Gato-do-Mato Fresco
O Náufrago → Mais Perdido que Cusco em Tiroteio
Um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita → Boi Manso é Que Arromba a Porteira
Os Filhos do Silêncio → Em Boca Fechada não Entra Mosca
Sete Anos No Tibet → Sete Anos na Bailanta do Tio Beto
Querida, Encolhi As Crianças! → China Véia, Encolhi as Cria!
Titanic → O Caícão Furado
Forrest Gump → O Contador de Causo
A Múmia → Um Xirú Enfaixado
O Senhor dos Anéis → O Piá Dono da Argola
Despedida de Solteiro → Bochincho lá nas Tia
Máquina Mortífera → O Caminhão do Ambrósio Não Tem Freio!
Gritos do Silêncio → Os Bérro do Mudinho

20 de Setembro: Dia do Gaúcho

Bandeira do Rio Grande do Sul e Monumento do Laçador
No dia 20 de setembro é comemorado o Dia do Gaúcho ou a Revolução Farroupilha. As causas desse movimento foram:

* abandono das províncias pelo governo imperial
* impostos abusivos sobre o charque, o couro e a terra
* falta de estradas, pontes e escolas
* dificuldade para registrar pessoas fisícas
* pagamento de pedágios
* justiça centralizada na Corte

Eis que, em 20 de setembro de 1835, trava-se o primeiro combate entre os farroupilhas e as tropas imperiais, sobre a Ponte da Azenha, em Porto Alegre, com a vitória farrapa, que permitiu a tomada da capital. Tem-se início a Revolução Farroupilha.

O movimento se estendeu por dez anos, com sangrentos combates. Pela longa duração, constata-se a garra do povo gaúcho, mesmo com o maior numero de soldados e equipamentos das tropas imperiais.

Ante o sucesso da revolta, o império envia Luís Alves de Lima e Silva para apaziguar o Sul. Mesmo com as sucessivas vitórias, um fato ajudou para a paz: o ditador Argentino Rosas, que queria a expansão territorial, e tinha interesse na prolongação da revolta, mandou emissários, propondo aliança com o líder farroupilha, David Canabarro, que respondeu-lhe com uma patriótica declaração:

"Senhor: o primeiro de vossos soldados que transpuser a fronteira, fornecerá o sangue com o qual assinaremos a paz com os imperiais. Acima de nosso amor à República, está nosso brio de brasileiros. Quisemos ontem a separação de nossa pátria. Hoje, almejamos a sua integridade. Vossos homens, se ousarem invadir nosso país, encontrarão, ombro a ombro, os republicanos de Piratini e os monarquistas do Sr. Dom Pedro II."


HINO RIO-GRANDENSE
Letra: Francisco Pinto da Fontoura
Música: Joaquim José de Mendanha

Como a aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o vinte de setembro
O precursor da liberdade.

(Estribilho)
Mostremos valor, constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda a terra

Mas não basta p’ra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo
Nada mais foi necessário para o acordo, e o armistício foi assinado em 28 de fevereiro de 1845.

Não houve vencidos nem vencedores, mas os farrapos conseguiram o que desejavam.

Fica o exemplo para a história de patriotismo e coragem de um povo, em busca de seus ideais e causas justas!

Se bobear, até Deus é gaúcho! Ala pucha tchê!



Leonardo (?/?/? - 07/03/2010)




O cantor regionalista gaúcho Jader Moreci Teixeira, mais conhecido como Leonardo, foi um músico, cantor e compositor de música regional gaúcha.

Antes da carreira musical, Leonardo trabalhou como palhaço de circo, com o nome de "Zé Sabugo".



Leonardo era autor de músicas como "Céu, Sol, Sul, Terra e Cor" (eleita música-símbolo do Rio Grande do Sul por voto popular), "Viva a Bombacha", "Batismo de Sal" e "Tertúlia", música que ganhou o troféu Calhandra de Ouro da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana.


João Cláudio Grass (Bento Gonçalves, 18/10/1947 - Porto Alegre, 18/07/2009)

Trabalhou no rádio gaúcho por mais de 20 anos, sendo os últimos 17 na Rádio Gaúcha, em Porto Alegre.

Conforme seu depoimento ao "Vozes do Rádio da PUC/RS", a voz de Deus (como ficou conhecido) foi atiçada, pela primeira vez, quando Grass tinha cinco anos de vida. Seu pai fazia curso de eletrônica por correspondência e montou uma "engenhoca" que tratou de ampliá-la, para o espanto do menino. Aos 20, já sem as amídalas e com a voz grave, Grass voltou a exercitá-la, ao montar, com um colega, uma rádio-pirata que transmitia Beatles e Rolling Stones para o bairro em que moravam.

Dois anos depois, um anúncio da rádio Pampa o chamou para a profissão – que, mesmo abolida por um tempo de sua vida, nunca o abandonou. Depois, Grass passou a integrar a equipe da Farroupilha. Um ano mais tarde, Grass trocou de veículo e foi para TV Gaúcha (hoje, RBS TV) apresentando a edição local do "Jornal Nacional".

Em 1976, Grass formou-se Engenheiro Mecânico. Durante todo esse período como radialista de rádio e televisão, ele cursava a faculdade UFRGS. Uma boa proposta de emprego o levou por 15 anos para São Paulo e o começo da década de 80, voltou à capital gaúcha onde atuou na então rádio Sogipa de 1990 a 91 e depois passou a ser locutor da Rádio Gaúcha, onde atuou até ano passado quando adoeceu.

Entrevista gravada no estúdio de rádio da Famecos PUCRS, em 16 de maio de 2006

Pergunta: Por favor, seu nome completo, data e local de nascimento
GRASS: Meu nome completo é João Cláudio de Deus Grass, nasci em Bento Gonçalves no dia 18 de outubro de 1947.

P: Qual foi o primeiro contato com o rádio?
GRASS: Eu não diria nem com o rádio, mas com o microfone. Meu pai era militar, por isso nasci em Bento. E já morando em Cachoeira do Sul, ele já tinha sido transferido, o meu pai sempre procurando melhorar aquele nível de militar, ele estudava eletrônica por correspondência à noite. Estudando eletrônica ele fazia pequenas montagens. No final de uma dessas montagens ele fez um amplificador valvulado. O interessante é que nesse amplificador a gente colocava um microfone, falava no microfone e saía numa caixa. Uma coisa bem rudimentar. Eu tinha uns cinco ou seis anos. Para mim aquilo era uma coisa de outro mundo. Você falar em uma coisinha redonda e sair tudo numa caixa com a voz completamente diferente. Então aquele foi o meu primeiro contato com o microfone. Graças ao estudo do meu pai. Então, passado o tempo nós viemos para Porto Alegre, em 1956, fiz o Colégio Militar, estudei no Rosário, concluí no Julinho, em 1967 fiz vestibular para engenharia mecânica na UFRGS e passei. Mas aquela coisa do rádio e do microfone sempre comigo. Não tinha como se livrar disso. Foi então que eu e um colega meu de eletrônica montamos uma rádio de brinquedo. Uma válvula que transmitia ali para a quadra, no bairro Cidade Baixa. Era época dos militares aqui no país, então havia um controle muito grande. O DENTEL fazia um levantamento muito apurado da comunicação. Mas nós não, por não tratarmos assuntos de política. A rádio só tocava Beatles e Rolling Stones. Eram dois funcionários. O locutor que era eu e o operador que era o meu colega. Então foi a primeira brincadeira com o rádio, mas nada profissional. Em 1969, com essa história de brincar com o rádio, eu sempre escutava muito rádio. Na época a rádio Pampa, ouvi uma mensagem no ar: "A rádio Pampa está necessitando de locutores". Acho que foi a única vez que se ouviu alguma coisa desse tipo. E o meu colega me incentivou a ir e eu fui. A rádio Pampa ficava ali no alto da Bronze, no Centro, e chegando lá tinha umas 40 ou 50 pessoas. De todos os tipos. Tinha médico, dentista, carroceiro e padeiro. Isso porque o rádio sempre teve aquela coisa do fascínio e tal, mas eles fizeram uma seleção. De todos tiraram 10. Eu fiquei. Dos 10 tiraram quatro e eu fiquei. Aí sobraram dois e eu fiquei. Então esse, em 1969, foi o meu primeiro contato profissional com o rádio.

P: O outro locutor que sobrou com você é conhecido?
GRASS: É conhecido sim. Trabalhou na Guaíba. Foi gerente da Caixa Econômica ali do Bom Fim. Vladimir o nome dele. Na época uma pessoa que me deu bastante força e pela qual eu tenho grande apreço foi o Paulo Deniz. Ele era o chefe dos locutores e me deu a oportunidade na Pampa. Então aquele foi o meu primeiro contato profissional com o rádio, inclusive com carteira assinada, eu era o locutor comercial da rádio Pampa.

P: Era só locutor de comerciais?
GRASS: Bom, no rádio agente acaba fazendo de tudo. Era uma rádio basicamente musical. A rádio tinha um intervalo e no espaço entre cada uma a gente informava: "A Rádio Pampa informa. / DEZ horas 15 minutos. //". Aí tocava outra música. Entravam comerciais e o locutor tinha aquela famosa "caixinha", não sei se vocês já ouviram falar, mas era uma caixinha de madeira onde eram colocados os textos. A gente abria tinha sempre uns três ou quatro textos. No final da tarde tinha também um grande jornal falado.

P: E quantas pessoas trabalhavam na Pampa naquela época?
GRASS: Locutores eram cinco. Operadores, cinco. Tinha um programador. O Paulo Diniz que era o chefe. Ao todo umas 15 pessoas.

P: E as notícias eram extraídas de onde?
GRASS: Aí se usava muito a tesoura. Recortava do jornal e colava numa folha em branco, sempre com o cuidado de não falar "Conforme fotografia anexa" ou coisas parecidas.

P: Mas não é simplesmente chegar e ler as notícias. É preciso ter uma técnica, além da voz adequada. Como foi o teu aprimoramento na locução?
GRASS: Bom, aí vem aquele a quem eu agradeço que foi o Paulo Deniz. Foi quem me deu a maior força. Ele dizia que eu tinha uma voz agradável, mas que me faltava aquele algo mais. Então na época não existia a FEPLAN. Não tinha escola de locutores. A gente sentava ao lado do locutor mais antigo e fazia como ele fazia. A partir daí eu fui desenvolvendo a minha técnica.

P: E teve algum locutor que te inspirou?
GRASS: Teve na época o Rogério Fava, que talvez seja hoje o diretor da Golden Cross no Rio Grande do Sul. Ele sempre tinha uma maçã. Ele que era muito direito, muito organizado e não podia mexer na maçã. Depois comia a maçã e dizia depois que era bom para a voz.

P: Sobre aquela seleção de locutores, a que você atribui terem te escolhido?
GRASS: Provavelmente foi por causa da voz grave. Naquela época ainda tinha isso, hoje não tem mais. E tinha a voz do Ernani Behs, já falecido, e assim como ele eu tinha tirado as amídalas. Então dizem que sem as amídalas o ponto de reverberação aumenta, mas não sei se é verdade. Então mesmo hoje a locução ainda tem algumas características. Sempre a gente acaba com a voz para baixo.

P: E como você foi treinando e melhorando a sua voz?
GRASS: Aí é no dia-a-dia. É na prática. Dentro da Pampa isso ainda era um pouco limitado. Eu fazia locução do nome das músicas, hora certa e noticiário. Aí, em 1970 a Farroupilha me aproveitou. Ficava na época nos 600 KHZ. Era uma emissora de peso. Na época o diretor da Farroupilha, eu não me lembro o nome, ele me deu excelentes aulas. Eu fiquei então um ano na Pampa e um ano na Farroupilha.

P: Durante o tempo que ficou na Pampa você cursava engenharia?
GRASS: Sim e eu continuei fazendo engenharia. Lógico que eu demorei um pouco mais para me formar, mas eu continuei fazendo engenharia. O meu horário de trabalho era durante o dia. E eu tinha uma espécie de mesada que o meu pai não podia me dar. Então eu era estudante de engenharia, mas já tinha o meu carro com o dinheiro da Pampa. E fora que na época eu tinha uns 22 ou 23 anos e isso pegava bem. Eu chegava na faculdade e o pessoal comentava: "olha lá o cara do rádio" e isso era muito bom.

P: Teve algum episódio curioso em função do trabalho ou da voz? Alguém te ligava só para ouvir a voz?
GRASS: Teve um episódio curioso. A rádio Pampa é uma rádio pequena. Tinha o estúdio e o operador do outro lado do aquário. E alguns dias eu tinha que levantar cedo. Às seis horas eu tinha que abrir a rádio. Era difícil fazer isso por que eu estudava até tarde. E numa manhã dessas, eu estava lá quase dormindo e tinha aquela caixinha que eu falei há pouco dos comerciais, e o texto era o seguinte: "Casa Rodrigues de tecidos". Veja o que faz o subconsciente faz. Eu falei "Casa Rodigues de trecidos", o primeiro ERRE que faltou o meu cérebro jogou para a palavra seguinte. Eu lembro que o operador acordou, deu um salto e começou a gargalhar e eu no ar não sabia se ria ou se continuava ali.

P: E algum caso que tenha ocorrido com mulheres apaixonadas?
GRASS: Sempre tinha. Mais através de cartinhas. E até por que, na época, eu tinha um programa no sábado à tarde que atendia pedidos musicais dos ouvintes. Era das 12 às 14. O nome era "Sucesso da Pampa". Bom, choviam cartas pedindo música, mas sempre com fotos e florzinhas e recados deste tipo. Porque a pessoa não conhecendo o locutor termina fazendo uma imagem idealizada da pessoa. Hoje já com a TV e as grandes emissoras que tocam música são as FM e é difícil quem não conheça o locutor do FM.

P: Neste momento em que você estava na Pampa e na Farroupilha, quais eram as rádios que existiam naquela época, as principais?
GRASS: Aqui, na época a principal ainda era a Guaíba. Tinha também a Farroupilha por causa da potência, por causa da programação e por causa do jornalismo que era muito bom. Tinha um grande jornal falado da Farroupilha que era feito pelo departamento de jornalismo. Editado e com notícias muito boas, mas sem sonoras. Era lido durante duas horas por três locutores. Era o Grande Jornal Falado Farroupilha.

P: Ainda era plena ditadura?
GRASS: Era sim. Tinha sempre o interventor dentro de cada rádio Farroupilha era um coronel. O DENTEL estava sempre em cima. Sempre em cima.

P: E quando tu saíste da Pampa para a Farroupilha foi para fazer o mesmo estilo de programa ou mudou?
GRASS: Mudou. Mudou. A parte de locução comercial era a mesma coisa. Caixinha e tal. É isso que eu digo que eu aprendi na Farroupilha. A parte de fazer abertura e fechamento de programas era uma coisa totalmente nova e diferente para mim. Entrar em um grande jornal falado com trilha e tudo é outro tipo de locução. Era eu mais um locutor. À tarde eu lembro que tinha o Júlio Rosemberg. Eu me lembro que ele falava: "Na locução comercial o estudante de engenharia João Cláudio GRASS". Ele dizia isso no ar.

P: E quanto tempo ficou na Farroupilha?
GRASS: Fiquei na Farroupilha um ano, um ano e meio. Porque a atual RBS TV, a TV GAÙCHA me chamou e eu fui. Sem conhecer ninguém. Eles ouviram a Farroupilha e me chamaram. Eu entrei como locutor comercial e como locutor de chamadas. Na época não existiam os programas ao vivo, eles vinham em VT no dia anterior. Aquelas fitas grandes. O Jornal Nacional vinha em VT. Mas a parte local éramos nós que fazíamos. Então se faziam as chamadas. A TV Globo mandava as chamadas prontas, mas a gente tirava o áudio e tinha que casar com a nossa voz. Então a novela era a "Irmãos Coragem", então a gente fazia as chamadas. Na época o José Antônio Daudt me botou na frente de uma câmera para fazer um teste e na época acabei fazendo a apresentação da parte local do Jornal Nacional. Era tudo ao vivo. Havia um programa noticiário vespertino que eu fazia. Era "O 12 dá a notícia". Era na TV Gaúcha. Na época eu me lembro que eu peguei o incêndio da TV Gaúcha. Era dia 12 de junho de 1972. Ai a Zero Hora mostrou uma reportagem com o locutor dentro da cabine. Então a TV foi uma coisa super interessante. E aí volta aquilo que eu falava. Se no rádio eu já recebia algumas cartas, por mais que a minha imagem não seja lá essas coisas, imagina quando eu chegava na faculdade. Na época para a televisão era. "Olha lá o cara da televisão". E quem trabalha em rádio e TV é pavão. E era uma coisa maravilhosa. Sempre adorei. Sempre gostei. Se eu não fosse pavão não tava falando aqui com vocês também. Eu fiquei na TV até 1976, quando eu me formei e fui para São Paulo.

P: Qual a atividade que te agrada mais, locutor ou apresentador?
GRASS: Com certeza a de locutor. Porque o rádio te exige mais. A TV você tem a imagem para demonstrar algum tipo de sentimento na expressão, como alegria, tristeza, raiva. Tudo isso a imagem mostra. No rádio tem que fazer isso tudo com a voz para dizer que tu estás alegre, que tu estás brabo e até mesmo que está apaixonado, por exemplo. Entende? Então isso tudo é feito com a voz, então eu prefiro ser locutor. E quando se está na TV tem mais a preocupação com a imagem mesmo. E o rádio é mais apaixonante, tanto é que até hoje se mantém. Quando entrou a televisão muitos disseram que o rádio ia acabar, mas não há como acabar.

P: Quanto tempo ficou exclusivamente como engenheiro em São Paulo?
GRASS: Fiquei 15 anos. Totalmente afastado do rádio. Só ouvindo. Eu fui para São Paulo em 1976, depois voltei para Porto Alegre. Quando eu estava em São Paulo eu fui para uma multinacional. E eles tinham representantes em diversas capitais do país, Na época não se falava muito em audiovisual. Chegando lá eu mostrei que era possível e dentro dessa empresa eu acabei comprando um gravador e um microfone e fazia trilhas e locuções para a empresa. Provei para eles que era possível. Era uma empresa no interior de São Paulo. Eu ainda assim ouvia rádio, mas não muito.

P: Porque voltou?
GRASS: Primeiro lugar porque o gaúcho é um sentimental antes de tudo. É difícil não voltar. Eu já fui para lá e morava perto da rodoviária porque parecia que eu estava mais perto de Porto Alegre. Que era só voltar a qualquer momento. Era só para ter aquela impressão. E o meu coração estava aqui também, sabe aquela coisa, né, eu tinha ido e ela tinha ficado. Ai em 1980, 81, eu voltei para trabalhar em outra empresa como engenheiro. Mas desde a ida para São Paulo eu cheguei a pensar em recusar para ficar aqui, no rádio. O que pesou foi o lado financeiro, mas o coração e a voz doíam. Era uma experiência nova e eu não me arrependo. Quando voltei, o meio continuava fascinando. Até 1989 eu era engenheiro. Trabalhei na Morgante, em Novo Hamburgo, no Sindicato dos Transportes, na Associação do Aço, mas em 89 com a mudança do governo Collor o meio industrial ficou com poucos investimentos e este setor começou a fechar para mim. Por acaso, depois de seis meses desempregado, um colega me ofereceu uma oportunidade de ir para a rádio Sogipa. Era o Nataniel Soares. A rádio Sogipa estava abrindo aqui em Porto Alegre. A volta acabou sendo por acaso. Era uma boa estrutura, olhem as fotos. Era mais para dentro do clube, mas pegava em grande parte de Porto Alegre. Hoje é a freqüência da Continental. Ai de novo o Nataniel me disse que a Gaúcha estava precisando de locutores e eu fui falar com o Chefe dos Locutores que ainda é o Domingos Martins e depois de um ano na Sogipa eu fui para a Gaúcha e estou lá até hoje. Foi em setembro de 1991. Desde aquela época fazia os noticiários de hora em hora.

P: E o que mudou na estrutura que você percebe?
GRASS: Quando eu fui para São Paulo era cartucheira. Quando eu voltei também. Mas nesses 15 anos que eu estou na Gaúcha, ai sim, a mudança é no dia-a-dia. A tecnologia explodiu. Quando eu entrei na Gaúcha eram máquinas de escrever na redação, por exemplo. E eu tenho que me acostumar com as mudanças. E eu sempre gostei de acompanhara as mudanças. E hoje eu leio as notícias em um computador então é fundamental saber mexer. E já houve gafes por causa disso. No início o sistema era o DOS. Imagina se o Windows cai hoje em dia, naquela época era bem mais complicado. Estava no meio da notícia e caía, simplesmente anunciava o próximo noticiário e deu pra bola. E segue por vezes no improviso. Mas sem inventar a notícia e claro.

P: Como é o espaço para os locutores hoje no rádio?
GRASS: É uma questão de adaptação. Dentro do programa Gaúcha Entrevista, do Rui Carlos Ostermann. Dentro desse programa em tenho o quadro das condições do tempo. É um estilo novo, mas eu me adaptei a isso. Na época nós inovamos com expressões do tipo: "o tempo está nublado com meia dúzia de três ou quatro nuvens". Era descontraído. Diferente do ritmo de locução. Então eu resolvi ir além e um dia pesquisando na internet eu resolvi saber o que era o tal do ponto de orvalho. Então esse tipo de coisa acaba pegando. Então se eu digo que o ponto de orvalho é de 12 graus e a temperatura está em 18, não vai chover. Se está 13, está perto ou pode chover. É uma coisa que existe mesmo. E a outra foi a expressão sobre o bulbo seco do termômetro. Porque a temperatura muda em função disso e acaba pegando.

P: Sobre alguns critérios jornalísticos que o locutor acaba incorporando, o que acha disso?
GRASS: Muita gente virou jornalista com o tempo de rádio. Mas na época eu não fiz isso. Hoje, se eu tiver oportunidade, não descartaria fazer um curso de jornalismo. Nunca é demais. E eu acho que abriria mais espaço porque as emissoras exigem hoje em dia que o seu âncora tenha formação para dar opinião e eu acho isso certo. Apesar de eu também dar opinião.

P: Como lidar com a exigência de não errar?
GRASS: Bom, nós somo seres humanos. Muitos julgam mal essa coisa do locutor. Não pode errar, por quê? Mas locutor erra, não existe isso. A pessoa deve saber usar a voz. Na época do Correspondente Ipiranga houve uma gafe. O presidente era Itamar Franco e a expressão mais usada era inflacionário. Mas não é que o Itamar teve um problema no dente e era uma inflamação... Imagina o que não foi para o ar. Era umas dez para as sete, grande audiência, e saiu a expressão: "O presidente Itamar Franco foi internado com o processo inflacionário no dente". Na hora eu nem percebi, mas gente de outras emissoras, na escuta, como a Guaíba, não perderam tempo em ligar para tirar sarro. Fora aquelas expressões em árabe. E tinha quem fosse falar em inglês, na hora não sabia e raspava com o dedo no microfone para fingir má sintonia. Esse tipo de coisa. Mas é bom sempre estar atualizado com os principais nomes para não ser surpreendido. Mas na hora se não dá você tem que largar alguma coisa. E o ouvinte não vai dizer que está errado. E a gente treina sempre que dá. E assim como eu erro, o editor também erra. Então, se eu posso eu leio sempre antes. Dependendo eu treino sempre. Se a gente volta depois de 30 dias de férias, tem que adaptar. E eu em casa tenho um estúdio. Muitos comerciais da Gaúcha, por exemplo, são gravados comigo.

P: Alguma ambição ainda no rádio?
GRASS: Sabe que um dos maiores traumas é não entender nada de cantar, por exemplo. Se eu estou com algum outro locutor eu entro mais ou menos no mesmo tom dele, mas é da prática. E eu tenho mais uns dois anos de rádio antes de parar. Evidentemente se pedirem para eu ficar, fico. Tenho que cuidar do meu estúdio e também quero viajar e aproveitar um pouco. Porém, cantar não consigo.

P: E sobre o nome JOÃO CLÁUDIO DE DEUS GRASS, porque omitir o de Deus?
GRASS: E acabou ficando hoje a voz de Deus, com sempre brinca o Moacir Scliar. Houve uma época de rádio, e hoje também, é até perigoso dar todo nome no rádio. Mas a opção de tirar o de Deus foi automática.

P: Já foi reconhecido na rua por sua voz?
GRASS: Muitas vezes. Tem cada coisa estranha, por exemplo. Eu encontro um colega da engenharia e ele pergunta o que eu estou fazendo e eu digo: "Estou trabalhando na rádio Gaúcha". Ele pergunta: "Fazendo o que?" e eu digo: "Locução". "Como assim?" ele pergunta. Aí eu digo: "Ouve só: LEIA EM ZERO HORA..." e ele reconhece na hora.

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Mano Lima - Lobisomem do Arvoredo

Na falta de um clipe, um desenho animado para representar a letra da música interpretada por Mario Rubens Battanoli de Lima.



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Mano Lima
Com Casca e Tudo

Briga violenta no bolicho

- O senhor foi intimado para depor sobre a violenta briga acontecida ontem no seu armazém, no Iguariaçá. Três mortos, oito feridos, um horror… - No meu bolicho, seu delegado. Quem sou eu pra ter armazém? Armazém é o do turco Salim, que foi mascate. Por sinal que… - Não se desvie do assunto. Como e por que começou a briga? - Bueno, pos historiemo a coisa. Domingo, como o senhor sabe, o meu bolichote fica de gente que nem corvo em carniça de vaca atolada. O doutor entende: peonada no más, loucos por um trago, por uma charla sobre china. A minha canha é da pura, não batizo com água de poço como o turco Salim. Que por sinal… - Continue, continue. Deixe o turco em paz. - Pois então bamo reto que nem goela de joão-grande. Tavam uns quinze home tomando umas que outras, uns mascando salame pra enganar o bucho, quando chegou o Faca Feia. O senhor sabe, o índio é mais metido que dedo em nariz de piá. Deu um planchaço de adaga no balcão e perguntou se havia home no bolicho. Todo mundo coçou as bola. Home tem bola, o senhor sabe. O Lautério, que não é de cheirar flor com pouca venta, disse que era com ele mesmo, deu de mão numa tranca e rachou a cabeça do Faca Feia. Um contraparente do Faca não gostou do brinquedo e sentou a argola do mango no Lautério. Pegou no olho, lá nele, e o Lautério saiu ganiçando como cusco que levou água fervendo pelo lombo. Um amigo do Lautério se botou no contraparente do Faca, que já tava batendo a perninha, e enfiou palmo e meio de ferro branco no sovaco do cujo, que lá chamam Pé de Sarna. Um irmão do Sarna, acho que chateado com aquilo, pegou um peso de cinco quilos da balança e achatou a cabeça do homem que faqueou o Sarna. Os óio saltaram, seu doutor. Um primo do homem do ferro branco rebuscou um machado no galpão e golpeou o irmão do Sarna. Errou a cabeça, só conseguiu atorar o braço do vivente. Aí eu fui ficando nervoso, puxei meu berro pro mole da barriga, pronto para um quero. Meu bolicho é casa de respeito, seu delegado, e a brincadeira já tava ficando pesada. Mas bueno, foi entonces que o Miguelão se alevantou do banco, palmeou uma carneadeira, chegou por trás do homem do machado, pé que te pé, grudou ele pelas melena e degolou o vivente num talho a coisa mais linda. O sangue jorrou longe como mijada de colhudo. Aí eu e mais uns outros, tudo home de respeito, se arrevoltemo com aquilo. Brinquedo tem hora, o senhor não acha? - Acho, sim. Mas e aí? - Pois, como lhe disse, nós se arrevoltemo. Saquemo os talher. E foi aí que começou a briga…