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Gato voador?

Você já viu um gato de asas? Pois saiba que eles, apesar de raros, existem. O mais novo animal a chamar a atenção do mundo nasceu na província de Qingyan, na China.

Por causa de problemas na pele, possivelmente causados por condições genéticas, e crescimento anormal da pelagem, o bichano desenvolveu as duas pequenas formações nas costas, que se assemelham a asas.

A dona do gato, no entanto, acredita que o gato foi exposto à poluição e sofreu estresse por ter sido 'cortejado demais' por fêmeas no cio.

"Ele é um anjo, e não um demônio", afirma a dona, em entrevista à agência de notícias HUashang. "Anjo", inclusive, é o apelido do animal.

De acordo com especialistas consultados pela revista Cryptozoology, as deformidades não prejudicam a vida normal do gato.

Fonte: Globo.com

Hemisfério Norte observa eclipse total do Sol



Humanos quadrúpedes

A foto ao lado mostra uma das quatro famílias consangüíneas da Turquia que ficaram mundialmente conhecidas porque a maioria de seus integrantes é quadrúpede. Esse estado é também conhecido como síndrome de Unertan. Alguns ainda conseguem andar só usando as pernas, eretos, mas perdem o equilíbrio freqüentemente. A maioria apresenta problemas mentais sérios e deficiências na linguagem. Existem duas outras famílias no mundo com características semelhantes, uma no Iraque e outra no Brasil, em Goiás.

A postura ereta e o caminhar sobre duas pernas dos humanos é um método de locomoção único entre os primatas vivos. Estudo de fósseis de hominídeos vem contribuindo para a compreensão de como adquirimos essa importante característica durante a evolução. No entanto, há pouca informação sobre os mecanismos moleculares responsáveis pelo desenvolvimento da postura e caminhar ereto. Análises da atividade cerebral em humanos caminhando de forma voluntária sugerem que diversas regiões do cérebro estão envolvidas na sincronia dessa atividade.

A forma como os elementos dessas famílias se locomovem é bem curiosa, diferentemente de engatinhar, essas famílias movimentam-se com as pernas entendidas e apóiam-se sobre os pulsos, poupando a ponta dos dedos. Esse método é distinto do de nossos ancestrais evolutivos mais próximos, chimpanzés e gorilas, que se utilizam das juntas dos dedos como apoio. Assim, as mulheres afetadas podem se dedicar a algumas atividades manuais e até artísticas.

As razões desse comportamento eram até então desconhecidas, mas em março deste ano, pesquisadores reportaram que a causa pode ser uma simples mutação genética (Ozecelic e colegas PNAS 2008). A descoberta tem causado polêmica pois permite diversas interpretações sobre uma das facetas mais marcantes da evolução humana: o bipedalismo.

Uma dessas interpretações sugere que a mutação levou a um estado de evolução reversa. Essa idéia sugere que esse gene foi essencial para o surgimento do bipedalismo. Mas muitos não gostaram dessa proposta, pois acreditam que o gene está envolvido com equilíbrio em geral, afetando o cérebro de várias maneiras, e que essas famílias optaram por andar de quatro apenas porque não tiveram um acompanhamento médico apropriado.

O gene mutado é conhecido como VLDLR e codifica para uma proteína envolvida no desenvolvimento cerebral. Essa proteína auxilia na migração dos neurônios durante a formação de diversas estruturas cerebrais. Os autores do trabalho não acreditam na evolução reversa, mas acham que o gene estaria sim envolvido no surgimento do bipedalismo humano. O problema é que o gene está ativado em diversas regiões do cérebro e não somente no cerebelo, região importante para o controle motor e equilíbrio. Dessa forma, o efeito poderia ser indireto.

O contra-argumento aqui é que existem diversas síndromes que afetam o equilíbrio e o controle motor, mas nenhuma resulta em um comportamento tipicamente quadrúpede. De qualquer forma, a história parece ser mais complexa, pois alguns membros da família conseguem andar de forma ereta, mas cambaleando, mesmo com a mutação presente no genoma. Além disso, em outras famílias quadrúpedes esse gene está intacto, sugerindo que outros genes também contribuíram para o bipedalismo humano.

Parece precoce afirmar se o VLDLR participou ou não dessa característica humana. É importante o grupo tentar correlacionar a evolução do gene com a evolução dos hominídeos ou dos primatas, isto é, procurar saber como esse gene se comporta em macacos e em animais tipicamente quadrúpedes. Caso encontrem uma correlação positiva, esse resultado trará mais força à idéia de que o gene foi realmente necessário. O mesmo raciocínio é válido para genes que interajam com o VLDLR. Infelizmente, esse tipo de análise leva tempo, mas é essencial para entender um pouquinho melhor as causas da postura ereta, mesmo que a maioria de nós passe grande parte do tempo sentados em frente ao computador.

Fonte: Espiral